ACF, campeão do SNS
O ministro da Saúde, voltou à Comissão da Saúde da AR, a propósito do polémico despacho n.º 143/2016. link Entrada sempre a abrir, perante o habitual grupo de deputados “tenrinhos" de fazer pena, a relatar o extenso rol de realizações do seu ministério, capaz de nos fazer corar a todos. link
«Só num ano fizemos melhor que nos quatro anos de governo que nos antecederam.
Maior percentagem de medicamentos biosimilares; Maior quota de mercado de medicamentos genéricos; maior redução do preço médio dos medicamentos genéricos em ambulatório; Maior número de autorizações de medicamentos inovadores desde 2010; Maior número de doentes tratados com hepatite C; Maior número de ensaios clínicos realizados no nosso país; Acordo histórico o que permitiu este ano um menor número de insolvências de farmácias comunitárias; Maior número de utentes com médico de família. Redução do número de utentes sem médico de família para 500 mil; Maior número de consultas médicas hospitalares, primeiras e subsequentes; Maior número de cirurgias realizadas em Portugal e o valor mais baixo de doentes inscritos em cirurgia e da mediana de tempo de espera para cirurgia; Maior número de utentes isentos de taxa moderadora; Maior número de transportes de utentes não urgentes: Maior número de medidas de política de governo realizadas, mais de 60% estão realizadas ou estão em curso; Um valor histórico para o número de transplantes realizados desde que há um programa de transplantes em Portugal; Recrudescimento do programa da dádiva/colheita de sangue em Portugal; Maior número de camas de cuidados continuados integrados e cuidados paliativos; Maior número de USF, tipo A e tipo B; Maior número total de profissionais do SNS desde 2010; Pela primeira vez o número de enfermeiros do SNS ultrapassou os 40.000. Maior número de médicos colocados nas zonas do interior do país.
E quanto às contas, propriamente ditas, o mesmo tom de quem não deve não teme. Estamos com nove meses de execução. Apenas num mês a execução mensal do SNS foi pior que no ano passado.
Depois da reposição de salários, depois da maior contratação de profissionais, desde que há memória (2010), depois do maior aumento de actividade, estamos à beira de termos uma execução controlada que não compromete as contas públicas, não compromete as obrigações do país internacionalmente.
Ano de 2015, previsão -30 milhões de euros. Fecho: - 372 milhões de euros. Rigor!
Os 455 milhões de euros de stock de dívida não tinham em conta os caixotes que apareceram depois referentes à execução de 2015.
Risos …
Não vale a pena… Podemos ironizar, mas tudo isto é verificável, senhores deputados.
Nós não estamos a dizer que não vamos finalmente assumir as nossas responsabilidades. Nós vamos não só pagar as vossas dívidas como vamos responder pela acumulação de dívida realizada no presente ano.»
Moral da história (canal parlamento): O contraditório dos senhores deputados da comissão, tão fraquinho, tão fraquinho, tem permitido ao ministro passar incólume nestas convocatórias parlamentares. A história dos caixotes de dívida fez-nos lembrar quão fácil é ficcionar a realidade. Reengenheirar as contas. E paleio é coisa que não falta ao ministro da saúde.
O que para ACF são rosas, realizações vangloriadas na TV e canal parlamento, são para muitos utentes do SNS um calvário de sacrifícios para ter acesso a uma primeira consulta de especialidade. Adquirir os medicamentos prescritos pelo senhor doutor especialista. Marcar a consulta na USF tipo A. Pagar o transporte para a consulta de reabilitação.
Talvez tudo melhore agora com a criação do Cartão de Saúde Continente. Ouvi dizer à minha vizinha do rés do chão. “Olhe, o Belmiro, não fora a idade, ainda dava um excelente ministro da Saúde. Estes falam, falam e a gente não os entende."
Clara Gomes
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