sexta-feira, abril 15

Articulação dos Cuidados de Saúde

O Ministro da Saúde, António Correia de Campos, pretende introduzir importantes reformas na área dos Cuidados de Saude Primários num sistema de saúde marcadamente hospitalocentrista. A Comissão encarregada de estudar esta matéria já foi nomeada e tem o prazo de seis meses para apresentar propostas. A articulação entre cuidados de saúde primários e cuidados diferenciados é da máxima importância para o funcionamento harmonioso do sistema de saúde. Vejamos o que o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Dr. Pedro Nunes, defende relativamente a esta articulação, em entrevista dada à Gestão Hospitalar:
- Gestão HospitalarDefende uma maior interligação entre Hospitais e Centros de Saúde ?
- Pedro Nunes – Um hospital serve para montar tecnologia de modo a que concentre doentes à sua volta. Tudo o que possa ser feito em casa do doente, ou à porta do doente ou na Junta de Freguesia não precisa de um grande hospital.
Mas o ambulatório não se esgota na Medicina Geral e Familiar. Cada especialidade, dita hospitalar, tem uma área importante de ambulatório. As Consultas de Medicina Interna ou de Gastroenterologia não precisam de ser feitas no edifício do hospital. Se os Centros de Saúde tiverem capacidade para isso faz sentido que os médicos hospitalares façam lá consultas. Mas também faz sentido que as façam nos seus consultórios mediante uma contratualização com o Estado.
Defendo essencialmente que a solução do ambulatório passe pela convenção, a que podem aderir, consoante os casos e as áreas técnicas, médicos individualmente, grupos de médicos, cooperativas.
A tendência dos hospitais adquirirem os Centros de Saúde e os tornarem seus satélites só vai levar a um choque cultural, a uma grande confusão, a muito papel, a muito gasto de dinheiro com administração e pouca exequibilidade. O ambulatório precisa de autonomia, de livre iniciativa, o que não quer dizer que não precise de solidariedade social.
Numa convenção os preços são tabelados e a entidade mutual ou o Estado garantem pelo menos 50% do pagamento.
Gestão Hospitalar - Março 2005.
Como se pode concluir nada de novo. A velha fórmula da Convenção garantida pelo Estado e o pessoal médico lá se vai desenrascando.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este bastonário faz-me lembrar o anúncio do OMO...

Bastonário mais bronco, mais bronco não há!

4:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Parece que foi para publicação o 60/2003, o tal do dia das mentiras.
Foi repristinado o 157/99.
Mas fico na dúvida sobre o motivo que leva a que as pessoas sejam contra as convenções em relação ao ambulatório, será apenas uma questão de ideologia?
É porque elas já existem há muito, e são todos os dias utilizadas nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica,que são especialidades médicas porque o estado não tem capacidade para o fazer.
Podem crer que por necessidade vão ter que ser implementadas, atendendo à procura cada vez maior de cuidados, é uma questão de equidade.
Nem tudo do que o bastonário diz são coisas de bronco.
A arrogância da argumentação nem sempre é de ter em conta meu caro Anonymous, os argumentos límpidos são uma melhor escolha.
Os decretos de que falei, o 156 e 157/99 são boas peças legislativas, e as unidades de saúde familiar não são o ovo de Colombo.
Vamos aguardar de facto o desenrollar deste imbróglio ao revogar um mau decreto e fazer a ressureição de outro, 180 dias?
Vai cair em cima das autárquicas e a legislação vai sair depois?
Aposto que estou perto.

10:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Esperemos que a articulação não continue anquilosada, e que as listas de espera cirúrgicas não cresçam, penso que foi um ponto positivo do anterior governo a par da implementação efectiva dos genéricos.

10:37 da tarde  

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