Déjà vu
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, reafirmou não haver qualquer contradição entre a afirmação do primeiro-ministro de que construirá o Hospital Central do Algarve e o facto de ter dito não existirem estudos que fundamentem a necessidade de construir a nova unidade.
É evidente que houve grave contradição.
Sócrates durante a campanha eleitoral, ao bom estilo dos políticos sul-americanos, prometeu construir um grande hospital no Algarve (520 camas), caso fosse eleito.
Depois de ter assumido a pasta da saúde, Correia de Campos anunciou que iria reavaliar tecnicamente seis dos 10 hospitais previstos no programa elaborado pelo ministro anterior com o objectivo de hierarquizar prioridades e corrigir dimensões excessivas ou inúteis destas unidades, de forma a que fosse possível uma decisão racional sobre matéria que implica elevado investimento.
A decisão do ministro da saúde não podia ser mais acertada.
Perante o coro de protestos dos caciques locais, Sócrates apressou-se a declarar que a sua palavra seria cumprida e o HCA construído.
Que lições tirar deste episódio?
- O chefe tem sempre razão.
- Apesar do grave desequilíbrio das nossas finanças públicas, assumir compromissos de muitos milhões é sempre que o chefe quiser.
- A maioria absoluta do governo pouco servirá para combater interesses instalados e desenvolver políticas correctas.
- Sócrates sabe que os fogos devem ser combatidos à nascença. À mais pequena contestação político social, serenar os ânimos é preciso nem que para isso seja necessário despedir o ministro.
- Tal como Guterres, seguir o barómetro da opinião pública é uma boa prática da governação a seguir.
- Tal como o Benfica, ainda não é desta que vamos lá.
É evidente que houve grave contradição.
Sócrates durante a campanha eleitoral, ao bom estilo dos políticos sul-americanos, prometeu construir um grande hospital no Algarve (520 camas), caso fosse eleito.
Depois de ter assumido a pasta da saúde, Correia de Campos anunciou que iria reavaliar tecnicamente seis dos 10 hospitais previstos no programa elaborado pelo ministro anterior com o objectivo de hierarquizar prioridades e corrigir dimensões excessivas ou inúteis destas unidades, de forma a que fosse possível uma decisão racional sobre matéria que implica elevado investimento.
A decisão do ministro da saúde não podia ser mais acertada.
Perante o coro de protestos dos caciques locais, Sócrates apressou-se a declarar que a sua palavra seria cumprida e o HCA construído.
Que lições tirar deste episódio?
- O chefe tem sempre razão.
- Apesar do grave desequilíbrio das nossas finanças públicas, assumir compromissos de muitos milhões é sempre que o chefe quiser.
- A maioria absoluta do governo pouco servirá para combater interesses instalados e desenvolver políticas correctas.
- Sócrates sabe que os fogos devem ser combatidos à nascença. À mais pequena contestação político social, serenar os ânimos é preciso nem que para isso seja necessário despedir o ministro.
- Tal como Guterres, seguir o barómetro da opinião pública é uma boa prática da governação a seguir.
- Tal como o Benfica, ainda não é desta que vamos lá.
6 Comments:
O país vive de ilusões. O Estado gasta mais do que tem, as pessoas estão endividadas até às orelhas. A realidade não entra na cabeça de ninguém.
Vasco Pulido Valente
Jornal Público 05.05.05
Houveram?
Hou-ve-ram???
Ó Xavier, jão não me trato consigo,safa...
:)
Sócrates
Fez uma declaração extemporânea na campanha eleitoral quando passou pelo Algarve para caçar + uns votos e agora, com medo de perder a face e sem coragem para reavaliar um "anúncio descabido" apregoado sem a sustentação de estudos prévios que demonstrassem a viabilidade de um Hospital Central de grande dimensão no Algarve, contradiz em pleno Correia de Campos perante as chantagens dos habituais caciques locais que estão sempre de serviço.
Assim não vamos lá de forma alguma !
Ou Correia de Campos tem a coragem de reformar os Cuidados de Saúde Primários de vez ou começa a anunciar projectos megalómanos de viabilidade duvidosa...
Caro Correia de Campos
Os custos de oportunidade são enormes e não existem, como sabe, almoços grátis...
À posição de Correia de Campos nesta matéria é inatacável.
Investir muitos milhões sem avaliação previa das necessidades é um disparate completo.
A intervenção de Sócrates está de acordo com o seu carácter autoritário.
Podia ter sido mais solidário com o CC.
Daqui para o futuro já sabemos que os ministros terão de se portar com juízinho ou levarão um puxão de orelhas em público.
O Correia de Campos tem cometido algumas gaffes em relação à comunicação social.
O seu discurso é pouco conciso e por vezes extemporâneo.
Em relação aos adiamento dos seis hospitais PPP foi o Sócrates que meteu o pé na poça.
Devia ter ficado calado ou ter acrescentado que o MS iria efectuar estudos para determinar que tipo de hospital seria necessário construir.
Até parece que o Correia de Campos está obrigado a cumprir o programa dos PPP do Luís Filipe Pereira.
São as malditas expectativas dos caciques locais, o cheiro ao betão deixa esta gente fora de si.
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