quarta-feira, junho 29

Greve dos Enfermeiros

O Sindicato dos Enfermeiros (SE), o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), dos Enfermeiros do Centro e dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, fazem hoje uma Greve Geral em protesto contra as medidas do Governo anunciadas para a função pública. A expectativa é grande, esperando-se a maior adesão desde 1976.
O XVII Governo Constitucional começa a trilhar as ruas da amargura para fazer aplicar as medidas de combate ao défice. Nuvens negras aglomeram-se no horizonte da maioria.

“O Governo ganhou o embate com os sindicatos dos professores, mas o perfume de vitória sobre a contestação social é obviamente ilusório. As medidas anunciadas sobre a função pública inauguraram aquele que será porventura o ciclo político de maioria absoluta mais imprevisível das últimas duas décadas e não serão desprovidas de bom senso outras análises que começam a ser feitas no PS sobre a possibilidade de este partido não vir a ter condições de ganhar as eleições legislativas em 2009”. Eduardo Dâmaso, JPúblico 29.06.05

3 Comments:

Blogger xavier said...

Greve: Primeiros dados apontam para adesão superior a 85%

A adesão à greve dos enfermeiros na região do Grande Porto, Algarve e no Centro é superior aos 85% e as cirurgias programadas são as mais afectadas, indicam os primeiros dados dos sindicatos.

Começando pelo Norte, a greve dos enfermeiros está a registar uma adesão superior a 90% nos Hospitais de S. João e Sto António, no Porto, e de Gaia, de acordo com dados dos sindicatos, que apontam para o encerramento de vários serviços.
Em declarações à agência Lusa, a enfermeira Fátima Monteiro, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, disse que «há muitos serviços» no Hospital de S. João com adesão a 100%, apontando o caso dos blocos operatórios.

Também o sindicalista José Azevedo, afirmou que, no total, a adesão no Hospital de S. João, considerado o maior da região Norte, ronda os 95%.

Em relação aos centros de saúde, os sindicatos receberam já a informação de que vários registam adesão total, mas remeteram para mais tarde a divulgação de dados mais precisos.

No Centro do país, os primeiros dados da paralisação apontam para valores entre os 90 e os 95% nas estruturas de saúde, segundo disse à Lusa o dirigente sindical Fernando Correia.

Segundo o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros do Centro, nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e no Hospital dos Covões (do Centro Hospitalar de Coimbra - CHC) paralisaram 90% dos enfermeiros.

No Hospital de Leiria, a adesão situou-se nos 94%, tendo sido adiadas 17 intervenções cirúrgicas, adiantou.

No Hospital de Seia a adesão foi total e no da Guarda atingiu os 90%, disse a mesma fonte, acrescentando que existem também fortes adesões no centro de Saúde da Lousã, no Centro Psiquiátrico de Arnês, no Hospital Distrital da Figueira da Foz e nas duas maternidades de Coimbra.

Em Lisboa, as cirurgias programadas no Hospital de Santa Maria estão paradas e as consultas externas estão a ser afectadas devido à greve dos enfermeiros, disse à Lusa a Enfermeira Directora do hospital.

Purificação Gandra precisou que as cirurgias programadas previstas para hoje foram desmarcadas devido à greve dos enfermeiros e que as consultas externas com recurso a serviços de enfermagem também estão a ser afectadas pela paralisação.

O serviço de urgências bem como o bloco de cirurgias de urgência estão a funcionar normalmente, assegurou a Enfermeira Directora, adiantando que os serviços de internamento estão a funcionar com os serviços mínimos, ou seja, como se fosse fim-de-semana.

O director do Centro Hospitalar de Lisboa, que engloba os hospitais de São José, Desterro e Capuchos, disse que não dispõe de dados sobre a adesão à greve nestas estruturas, adiantando apenas que só os serviços de não urgência estão a ser afectados.

No Algarve, Os primeiros dados da greve dos enfermeiros apontam para uma adesão de 85%, embora haja perspectiva de ser maior, disse à Lusa o sindicalista Celso Silva, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses na região.

Os blocos operatórios dos hospitais de Faro e Barlavento Algarvio (Portimão) encontram-se encerrados e grande parte dos centros de saúde algarvios não têm quaisquer serviços de enfermagem, afirmou o mesmo dirigente, admitindo que os números da adesão ainda possam subir ao longo do dia.

Os enfermeiros portugueses cumprem esta quarta-feira um dia de greve, convocado pelos quatro sindicatos do sector, contra o aumento da idade da reforma proposto pelo Governo que, afirmam, vai prejudicar os cuidados aos doentes.

Diário Digital / Lusa

2:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Façamos votos para que Sócrates não se demita se vier a acontecer o que se prevê: pesada derrota nas autárquicas e nas presidenciais. A não ser que se emende a mão rápidamente. O grande problema não está nas medidas de rigor a tomar, mas a forma como elas foram tomadas. Arrogantemente, contra tudo e contra todos. E sem contar com o apoio do Partido, também ele atingido e tratado com total displicencia. O exemplo do que se tem passado com os CAs dos HH é uma prova disso.

3:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O ministro da Saúde considerou hoje que o aumento da idade da reforma dos enfermeiros é uma questão de "igualdade" em relação aos outros trabalhadores e que estes profissionais de saúde podem desempenhar tarefas menos penosas no final das suas carreiras.

Os enfermeiros cumprem hoje uma greve nacional de protesto contra a decisão governamental de aumentar a idade de reforma dos 57 para os 65 anos, por considerarem que vai "prejudicar os cuidados prestados aos doentes" e pôr em causa "as condições físicas e psíquicas destes profissionais".

António Correia de Campos, que falava ao início da tarde no decorrer de uma curta visita à sala de espera para as consultas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, defende que aqueles profissionais não são forçados a desempenhar tarefas "penosas", podendo nos últimos anos da sua carreira "realizar serviços administrativos, prevenção e controlo hospitalar, prestar cuidados primários, fazer o acompanhamento dos estagiários ou formação".

"Não há razão para argumentar com a penosidade", concluiu o ministro, voltando a realçar que "as medidas de harmonização das pensões são para toda a administração pública".

O ministro lembrou que o aumento da idade da reforma é uma "alteração progressiva que vai ser feita ao longo de 10 anos" e que tem por objectivo a "igualdade" de todos os trabalhadores, quer da função pública quer das pessoas que trabalham por conta de outrem.

A presença do ministro no Hospital Santa Maria foi justificada pelo próprio pela necessidade de "conhecer os efeitos infelizmente negativos para os portugueses de um dia de greve no sector da enfermagem".

António Correia de Campos escusou-se a comentar os primeiros dados sobre a adesão à greve, que segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses está acima dos 75 por cento, afirmando que não entra "em guerras de números".

Em declarações aos jornalistas, António Correia de Campos lembrou a outra razão para os enfermeiros realizarem esta greve: a precariedade profissional de cerca de dois mil enfermeiros.

O ministro entende que esta "não é uma preocupação" do Governo, já que "os enfermeiros são sempre precisos" e esta situação existe "todos os anos, porque os contratos a prazo têm de ser resolvidos".
Jornal Público

4:56 da tarde  

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