sexta-feira, junho 24

Planeamento da Saúde


1º - LFP podia ser preverso, mas tinha tudo bem pensado, ao menos no que se refere aos HH SA, nomeadamente quanto a objectivos a atingir e aos meios de lá chegar. Nós é que podíamos não saber;
2º - Gostaria de ver o Ministério da Saúde a ter uma linha de rumo igualmente bem definida e a torná-la pública, para todos ficarmos a saber;
3º - Sistemicamente falando parece-me um grave erro - aliás desde sempre cometido pelo nosso legislador - de fazer uma reforma para os hospitais e outra reforma para os cuidados primários de saúde (CSP). Se os CSP são a base do sistema de saúde, a reforma dos CSP não deveria ser feita depois da reforma dos HH, quando muito deveria ser feita em simultâneo;
4º - Nesta perspectiva, e tendo em conta, entre outros factores, a economia da gestão, deveriam criar-se, antes de mais, as unidades de saúde locais;
5º - Cada unidade de saúde local deveria ser, aqui sim, uma EPE (aliás, como sucede com o Serviço Regional de Saúde da Madeira, EPE);
6º- Com o figurino previsto para as EPE na Lei Geral: Assembleia Geral e Conselho de Administração;
7ª - Todos os membros do Conselho de Administração das ULS seriam nomeados com base na confiança política, podendo integrar ou não AH;
8º - Cada hospital e cada Centro de Saúde seriam geridos por um Director. No caso do Hospital, obrigatoriamente por AH de carreira, com base no tipo de concurso que irá ser implementado para os lugares dirigentes que não são de confiança política, ou seja, concursos céleres, fora do contexto do CPA, abertos a todos os AH inscritos no quadro único; o mesmo se deveria passar para os lugares de AH existentes ou a criar em cada hospital. Em todos os HH os lugares de Chefia ou de Direcção de Serviços de Apoio Geral seriam obrigatoriamente desempenhados por AH, os quais poderiam vir também a desempenhar funções nos CRIs ou equivalente;
9º - No caso dos Centros de Saúde o Director deveria ser alguém de uma carreira específica a criar, como aliás já esteve previsto, a carreira de Administrador de Saúde, semelhante à carreira de AH, com um quadro único, e o lugar a preencher nos mesmos moldes do lugar de Director dos HH;
10º - Quer os HH quer os CS gozariam, tal como agora de personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira e ser-lhe-ia legalmente facultada a possibilidade de adopção de técnicas de gestão empresarial.
Vivóporto (hoje é S. João: Vivóporto muitas vezes!)

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Meus caros Administradores Hospitalares
O problema é que a escola de Correia de Campos há muitos anos que se transformou numa escola onde o objectivo é arranjar tachos para os amigos e deixou de se orientar por critérios de competência de capacidade de aprendizagem e de rigor. Ali qualquer bicho careta é admitido, basta ter uma cunha e seja qual for a sua formação de base. A avaliação do curso é aquilo que se sabe. A minha experiência no contacto com AH diz-me que se os há bons - e há -, muitos são uns coitadinhos. O estatuto de privilégio de que tanto se fala devia também acabar para os administradores hospitalares que são colocados em vagas nos hospitais mas cujas tarefas são pouco mais do que as de simples funcionários administrativos, não chegando mesmo aos calcanhares de alguns chefes de secção. Mas são dos poucos que até recebem despesas de representação. A APAH está no seu direito de defender os seus membros, mas, por amor de Deus, sejam sérios e não venham dizer que só os AH são capzes de gerir os estabelecimentos de saúde, nomeadamente os hospitais. Afinal não são serviços públicos como outros? Não são organizações como outras (públicas ou privadas)? Então um gestor, um economista, um engenheiro, um jurista, etc. não é capaz de gerir um hospital? Então o que fazem as nossas Universidades? Um recém licenciado, admitido na ENSP onde faz uma pós-graduação, sem experiência profissional, etc., ect., é mais competente do que um licenciado ou mestre que fez a sua formação superior, que tem uma, duas ou três dezenas de anos de experiência, mas que não é AH? Sejamos honestos e digamos que de todos os nomeados deviam, ser publicitados os currículos para se ver com que critérios as escolhas estão a ser feitas.
Mas. não admira, porque afinal mesmo nos cargos de Secretários de Estado abundam os exemplos de nomeações dos chamados jotas dos partidos acabados de sair das escolas.
Vejamos, de resto o que se passa actualmente na Assembleia da República: os líderes ainda usam fraldas (?)!
O problemas, meus senhores, é que o anterior Ministro, com a nomeção de gestores (nem todos competentes, é verdade) para os Hospitais (e não apenas os SA's, como em Santa Maria) foi mexer com muitos interesses. Médicos a dirigir hospitais depois de anos de defesa corporativa, de contactos com fornecedores, etc., será, certamente, a evolução na continuidade. Mas é isso que o actual Governo persegue. Quem paga somos nós, os utentes e contribuintes. E os AH, aí estão a voltar ao seu papel de burocratas, (ajudantes de Directores) que só servem para assinar papéis. A gestão não é coisa de que se ocupem.

2:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Concordo inteiramente com a análise anterior.
É pena o PS não ter um profissional como o Luís Filipe Pereira para por à frente do Ministério da Saúde.
A equipa do Correia de Campos, até à data, apenas tem demonstrado capacidade de macaquear as medidas da política de Saúde seguidas pelo LFP.
Antevê-se um colossal fracasso com esta política do CC.

1:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ora, aí está. O nível dos AH seria tanto melhor quanto melhor fosse o nível dos licenciados que fossem admitidos para o curso de AH. Se a carreira for estimulante, se a ENSP tiver os melhores professores (e estes, se o nivel dos AH for elevado, com o tempo também poderiam ser muito melhr do que são hoje). O facto de poder haver potenciais bons AH fora da carreira de AH não invalida a razão de ser da carreira, pelo contra´rio, apenas reforça a sua necessidade e a necessidade da sua revalorizaçção. Certamente, muito se lembram que o José Manuel Pureza, hoje brilhante Professor da Faculdade de Economia de Coimbra, com curriculum invejável em vários domínios (militância na Juventude Universitária Católica, ex-dirigente, pós-25 de Abril, do DADC, da UEDS, etc.etc.) foi admitido na ENSP,onde ainda chegou a frequentar o Curso de A. JMP optou, logo depois de ter iniciado o Curso pela carreira universitária, tendo sido assistente de Jorge Campinos. Pergunto, se o JMP tivesse optado pela AH não seria um bom AH, provavelmente também um bom professor da ENSP? Certamente que sim. Como ele, há certamente muitos que poderiam vir a ser AH, bons AH e bons professores de AH. A valorização da carreira seria um factor de atracção para toda essa gente. Que vão para a ENSP, que tirem o curso, que mostrem o que valem, teóricamente e na prática, como todos nós, ou pelo menos a grande maioria já terá demonstrado. Há muita boa gente que tira um Curso de Direito e nunca dará um bom gestor hospitalar, há bons médicos, bons economistas, etc. que nunca seriam bons gestores, assim como há anafalbetos que o poderiam vir a ser. Um dos maiores comerciantes de cereais na minha aldeia não sabia ler nen escrever. Também poderia dar um bom AH ? Terá de haver seempre algum critério, terá de haver sempre meio de identificar os bons gestores. Mas tem de haver alguma coisa. Não pode é pensar-se que a identificação de um bom gestor é feita a olho, por um qualquer político iluminado ou pela concelhias ou pelas distritais dos partidos. Se os crivos já testados de recrutamento e selecção para a ENSP forem bons, se a ENSP for uma escola de elite, certamente que os AH são bons. Salvo prova em contra´rio, os AH que temos são os melhores gestores que há. Querem melhor, certamente que é possivel faze-lo, mas isso não é caso, repito, para deixar de se defender que a carreira deve existir, que a ENSP os deve formar, que os Hospitais devem ser administrados obrigatoriamente por AH específicamente preparados para isso na Escola Nacional de Saúde Pública.

8:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Biba o lóbi da ENSP,especialmente se forem PS ou Pcs!!

9:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Admitindo que deve existir formação específica para o exercício da gestão hospitalar, porque deve ser a ENSP a ter o exclusivo dessa formação? o que faz dos professores da ENSP uns "iluminados", quer para leccionar quer para seleccionar os futuros AH?

9:37 da manhã  

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