Segundo o Diário Económico de hoje (23.06.05) o Concurso do Hospital de Loures volta à estaca zero.
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, decidiu convidar os quatro grupos privados Santa Casa do Porto, José de Mello Saúde, Espírito de Santo Saúde e Hospitais Privados de Portugal a apresentarem novas propostas (ou a reformular as inicialmente apresentadas) de forma a torná-las comparáveis.
Afinal a Comissão de Avaliação, após a análise das alegações apresentadas pelos concorrentes na audiência prévia, decidiu recuar na intenção de fazer passar a Santa Casa do Porto e a José de Mello Saúde à segunda fase, propondo a inaceitabilidade de todas as propostas, uma vez que não eram comparáveis.
A decisão do ministro vai no sentido de tentar sanear algumas das irregularidades deste conturbado concurso com o objectivo de evitar a sua repetição.
A decisão acertada, no nosso entender, seria o ministro anular o concurso do hospital de Loures PPP e desenvolver novo procedimento após a reformulação do modelo de parceria de forma a não incluir as prestações de cuidados.
Nota:
O gabinete de informação do ministro da Saúde anda a dar-nos baile: um dia diz uma coisa, noutro diz o contrário. Ontem o ministro tinha ratificado a decisão da comissão de avaliação. Hoje torna público o conteúdo da nota conjunta do gabinete do ministro e da comissão de avaliação de 14 de Junho que considerou inaceitáveis as propostas dos concorrentes ao concurso do hospital de Loures PPP.
Este laboratório de testes é muito sofisticado para o nosso gosto.
6 Comments:
Sobre as parcerias há uma forte expectativa das empresas concorrentes, dos autarcas, dos construtores civis.
A alteração profunda do calendário do Programa das Parcerias terá os seus custos políticos.
CC foi o primeiro a defender o recurso às parcerias para a construção de novos hospitais.
Como já se viu as prioridades e o modelo de PP adoptados por LFP não são as mesmas do CC.
Apesar das inúmeras irregularidades e lacunas do processo do hospital de Loures CC não quer perder mais tempo.
Deste compromisso há-de resultar alguma coisa. Espera-se que não seja tão mau como se prevê.
O gabinete a trocar as voltas da informação.
Correia de Campos vai pagar caro a sua decisão de tentar remendar o processo do hospital de Loures.
O mais importante que se disse aqui na SaudeSA sobre esta matéria foi a necessidade de estabelecer as regras e nomear a comissão de avaliação deste contrato.
Que a futura Administração do H. de Loures não venha a amaldiçoar a decisão do CC, são os nossos votos.
Muito interessante esta situação.
Os concorrentes (só os que já haviam apresentado propostas anteriormente) dum Concurso Público Internacional desta dimensão são convidados a reformular as propostas económicas ou a apresentar novas propostas.
O CPC vai ser actualizado.
O Custo Público Comparável (CPC) deveria ser o elemento mais importante deste concurco se devidamente calculado.
Neste concurso tem sido "uma coisa" a reboque dos acontecimentos.
As quatro empresas convidadas conhecendo como conhecem as propostas inicialmente apresentadas a concurso poderão nesta segunda oportunidade alterar profundamente as suas propostas de forma a contrariar as escolhas feitas pela comissão de avaliação (entretanto declaradas sem efeito).
As empresas preteridas nestas circunstâncias irão reclamar pela certa.
Vai ser muito díficil levar este Concursoa bom porto.
Os grupos privados contactados ontem pelo Diário Económico para comentarem a decisão de não avançar com a escolha de dois concorrentes para a fase seguinte do concurso para o Hospital de Loures divergem na análise da actuação da equipa liderada por Jorge Abreu Simões.
Enquanto os dois preteridos pelo relatório preliminar da comissão mostram-se agradados com o recuo, o grupo previamente seleccionado lamenta a decisão – o DE não conseguiu chegar à fala com a Santa Casa da Misericórdia do Porto. A Hospitais Privados de Portugal e a Espírito Santo Saúde aplaudem a decisão de chamar os quatro concorrentes a apresentar novas propostas, ou a rectificar as antigas, com o objectivo de as comparar objectivamente.
Por seu lado, a José de Mello Saúde critica a notificação, por ser “extremamente confusa”, e afirma que esta decisão representa “um constrangimento imposto ao investimento privado no sistema de saúde em Portugal”. Mais: segundo disse ao DE o porta-voz da José de Mello, existe um “sentimento de indignação” perante a alteração da avaliação preliminar, que dava como classificados para a segunda fase do concurso este grupo e a Misericórdia do Porto.
Ao DE, a administradora da ESS considera que “este caminho tem bases mais sólidas e regras mais claras”. Isabel Vaz remate manifestando-se “muito interessada” em Loures.
Opinião similar tem o responsável da HPP. Luís Vasconcelos congratulou-se porque “a decisão vai no sentido que sempre defendemos”.
Diário económico 24.06.05
O ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, confessa que «os problemas de execução do contrato [entre o Estado e o Hospital Amadora-Sintra] (...) têm sido tratados de forma deficiente por todas as administrações, incluindo as que funcionaram sobre a minha tutela», acrescentando que «os problemas estão longe de ter terminado».
Estas declarações fazem parte do livro «Confissões políticas da Saúde ? auto de breve governação», a lançar na próxima semana e ao qual a Agência Lusa teve acesso. O ex-ministro da Saúde socialista não poupa críticas à postura assumida pela Ordem dos Médicos durante a sua tutela. Se houve dossier em que o ex-ministro Correia de Campos não esteve bem, foi o relativo ao hospital Amadora/Sintra.
Tenho dificuldade em perceber as dificuldades dos analistas das propostas apresentadas para o Hospital de Loures. Não são pessoas competentes que estão a fazer essa análise?
Não foi as PPP que forneceu o excelente administrador para o HSF Xavier, de seu apelido Rifes? Querem gente mais competente? Porque não levam para lá o Manuel Roque e o José Boquinhas?
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