Entrevista de Francisco Ramos

Gestão Hospitalar (GH) – Parece que, desta vez, o Governo está a encarar de forma mais favorável os Administradores Hospitalares (AH)?
Francisco Ramos (FR) – Sabemos que temos bons profissionais de administração hospitalar, contamos com eles para cumprir os objectivos da boa gestão, nos hospitais e não só, mas criaremos um quadro de muita exigência para a sua actuação.
GH – Esse quadro passa por um estatuto da carreira de administrador hospitalar ?
FR – Passa, provavelmente, pela concretização de uma necessidade, já identificada, de profunda alteração das regras da carreira de administração hospitalar.
GH – Se o Coselho de Ministros já aprovou o fim dos hospitais SA, porque é que continuam a funcionar até final do ano ?
FR – Porque há um processo administrativo. Não sei se vão continuar até ao final do ano, mas há um processo administrativo de planeamento a fazer.
GH – Isso não deveria já estar pensado, ser automático, acabam uns começam os outros ?
FR – Já está pensado, mas não é automático. Neste momento, estamos a trabalhar no primeiro projecto de criação de um hospital EPE que estará provavelmente pronto para ser discutido dentro de um mês.
GH – É dentro dessa lógica que se justifica a recondução das administrações dos hospitais SA ?
FR – A lógica é uma questão de avaliação do trabalho desenvolvido e das condições de trabalho e da vontade de algumas pessoas. Houve alguns administradores dos hospitais SA que, pela parte deste Governo, teriam sido reconduzidos mas que quiseram abandonar a sua experiência na Saúde. Nalguns casos as administrações serão reconduzidos, noutros, substituídos.
GH – E quando os SA passarem a EPE´s, as administrações mantêm-se ?
FR – Certamente que a maioria se manterá. Sendo substituídas agora, a maioria manter-se-à daqui a alguns meses. Espero que as escolhas que este Governo está a fazer de administradores não seja assim tão má que leve a que daqui a meia dúzia de meses sejam substituídos.