sexta-feira, junho 24

Política do Medicamento


Gestão Hospitalar (GH)Em que ponto está o processo de venda de medicamentos fora das farmácias?
Francisco Ramos (FR) – Em preparação. A Assembleia da República já aprovou a autorização legislativa que terá de ser publicada em DR. O Governo está a auscultar os parceiros sociais no sentido de preparar a decreto lei que consubstanciará essa alteração.
GHEstará tudo pronto até Setembro?
FR – Tenho a firme expectativa de que estará tudo acabado antes das férias.
GHQuem poderá efectivamente vender medicamentos fora das farmácias?
FR – Esta medida tem como objectivo reduzir o preço dos medicamentos de venda livre por um efeito de aumento de concorrência na distribuição dos medicamentos sem pôr em perigo nenhum elemento de qualidade e de segurança na sua utilização. Por isso, os medicamentos não vão estar em prateleiras de acesso directo às pessoas. A venda será feita em espaço próprio, identificado como ponto de venda de medicamentos, terá a supervisão de um profissional de farmácia e não há, da parte do Governo, nenhuma preocupação em identificar quem é que pode vender medicamentos.
São definidas regras em termos de instalações que cumpram os requisitos identificados como necessários, o acompanhamento de um profissional. Portanto, as entidades que cumprirem essas condições poderão registar-se no INFARMED e proceder à venda.
GHMas restringe-se a hipermercados e gasolineiras ?
FR – Não há nenhuma predisposição para que os medicamentos sejam vendidos em hiper ou supermercados, ou gasolineiras. Há outro tipo de estabelecimentos que satisfazem todas as condições. Perfumarias, por exemplo. O ponto essencial é criar condições para que haja concorrência entre os distribuidores de medicamentos e reduzir preços.
GHComo está a questão das farmácias das Misericórdias ?
FR – Vale a pena relembrar que o Governo anterior tinha um compromisso de desenvolver cerca de 30 a 40 alvarás que não se concretizou. Antes de tomar decisões, vale a pena perceber porque é que isso aconteceu.
GHVai haver liberalização dos genéricos ?
FR – Há um estudo encomendado pelo INFARMED que pretende fazer propostas para rever todo o sistema de comparticipações em Portugal. A comparticipação por preços referência, introduzida há dois anos, também precisa de aperfeiçoamento. O que o estudo aponta é que em países onde se tenta regular o preço dos genéricos este acaba por ser mais alto do que em países onde há mais flexibilidade. Esta é uma proposta que merece ser reflectida, mas não em termos de liberalização completa, mas em termos de admitirmos uma certa flexibilidade na formação do preço dos genéricos.
GHUma das propostas desse estudo é a comparticipação para medicamentos agrupados por doença.
FR – É uma questão a ser estudada. As implicações são muito grandes. Haverá certamente outras medidas mais simples de aplicar que faz sentido olhar numa primeira prioridade.
GHTais como ?
FR – Revisão e maior rigor nas comparticipações acrescidas, a fixação do preço dos genéricos e constituição dos grupos homogéneos para fixação do preço de referência.
Haverá decisões a curto prazo e a médio prazo.
As medidas de curto prazo farão parte da proposta de Orçamento de Estado rectificativo, que será debatida a 29 de Junho.
Gestão Hospitalar - Junho 2005
Tanta trabalheira e alarido para passarmos a comprar os MNSRM nas perfumarias... já antes das férias.
Liberalização do preço dos genéricos só assim assim.
Concordamos com a decisão do Governo de deixar para as calendas a reorganização da comparticipação de medicamentos através de protocolos nacionais a estabelecer em função das várias patologias.
Ficamos a aguardar pelo planeamento das medidas a curto e médio prazo relativas à política do medicamento.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A factura dos medicamentos vai começar a subir.
A comparticipação dos doentes continuará a subir.
A acessibilidade ao medicamento sofrerá grandes contratempos.
Um elevado número de substâncias continuarão a ser autorizadas anualmente, sem critérios rigorosos em função da sua eficácia terapêutica.
A ANF e a Apifarma continuarão a ter lucros desmesurados.

1:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A política do medicamento foi a área de actuação mais conseguida de LFP.
Apesar da competência e charme do FR não vemos nesta equipa ministerial capacidade, engenho e vontade para fazer melhor que o seu antecessor.

O primeiro tiro nos pés, relativamente à politica do medicamento, foi dado com a substituição do Dr. Rui Santos Ivo.
O PS, tal como acontece com o LFP, não tem profissional à altura para colocar no Infarmed.

3:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já se sabe quem é o sucessor do Dr. santos Ivo: o médico Vasco Maria, profissional de reconhecida competência.

3:11 da tarde  

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