Governo, corta a direito
Sócrates, na inauguração da linha da Beira Baixa.
A somar aos encargos suportados pelo Orçamento de Estado com as Scuts, os estádios de futebol e a construção de dez novos hospitais do SNS, o XVII governo constitucional, liderado pelo primeiro ministro, José Sócrates, quer juntar-lhe os encargos das parcerias para a construção do TGV e da OTA.
Será que a execução destes mega projectos poderá contribuir para fazer aumentar a taxa de crescimento da economia portuguesa, para valores superiores a 3% ?
Alguém conhece os estudos económicos que nos permitam concluir das vantagens destes projectos para a economia portuguesa ?(link)
Alguém conhece os estudos económicos que nos permitam concluir das vantagens destes projectos para a economia portuguesa ?(link)
Tal como os que lhe antecederam, também este governo parece apostado na táctica do José Maria Pedroto: Tudo ao molho e fé em Deus.
10 Comments:
Nesta cerimónia realizada a 17 de Julho, apesar do comboio que levou a comitiva a Castelo Branco rodar a uma velocidade moderada, José Sócrates, não esqueceu o "projecto absolutamente crítico" para o desenvolvimento do País o TGV, cujas linhas prioritárias (Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto-Vigo) estão já definidas. "Vamos tomar as decisões para que seja claro o traçado, o financiamento e o calendário para a conclusão das obras. Portugal não pode ficar de fora da alta velocidade europeia. Isso seria acentuar a nossa situação periférica. Não podemos cometer esse erro estratégico", sustentou.
Diário de Notícias.17.07.05
José Sócrates quando era moçinho adorava brincar aos combóios.
Agora que é primeiro ministro a coisa é mais séria.
Corremos efectivamente o risco de termos a partir de 2010 um estrangulamento orçamental devido aos encargos assumidos pelos últimos governos como as scuts, os hospitais, o TGV e a OTA.
Mas o que interessa é governar de acordo com o ciclo eleitoral. As gerações futuras que se aguentem!
Mostrem-nos onde estão os estudos que sustentem a viabilidade económico-financeira de tais projectos.
Queremos ver números caro Sócrates e companhia...
Projecções de cash-flows
Valores Líquidos Actualizados
Taxas Internas de Rentabilidade
Fontes e Custos de Financiamento
Projecções dos serviços da Dívida
Estimativas sobre número de utilizadores / utentes
Custos de oportunidade face a projectos alternativos (Rede de pendulares abrangente no caso do TGV e Alverca no caso da OTA).
Enquanto não tivermos acesso a estudos sérios, independentes e devidamente fundamentados, estão a fazer de nós - pelo menos dos cidadãos contribuintes - uns verdadeiros (OTÁ)rios...
Segundo estudos preliminares efectaudos em 2000, o TGV Lisboa/Porto só seria financeiramente viável com um volume anual de 3 milhões de passageiros.
Actualmente a cifra não chega a um milhão...
Ou os portugueses vão aderir em massa ao TGV, vendendo carros, motas, bicicletas e triciclos ou então estamos no reino do puro surrealismo...
Eu não percebo nada disto!
Então náo é verdade que quando Durão (Cherne) disse que não haveria novo aeroporto enquanto... choveram as críticas?! Então não é verdade que aqueles que hoje criticam a construção da OTA e do TGV criticaram Durão por não as ter feito?
Pois é. Isto é uma "porra"!
Continuamos a ter VELHOS DO RESTELO.Se se faz é porque é a política do alcatrão. Lembram-se? Se não se faz é porque nos vamos afastar ainda mais da UE? Ainda bem, digo eu. Longe vá a UE porque já deu o que tinha a dar.
Sou de qualquer modo a favor da construção de um novo aeroporto, mas já. Já a seguir...para evitar que, pelo menos, se continuem a gastar milhões de euros no da POrtela. Este mais dia menos dia tem que deixar de ser aeroporto internacional.
Já quanto ao TGV não tenho dúvidas de que é disparate. Porque perguntam vocês? Pelo simples facto de que num país periférico como o nosso e com percursos de, no máximo, 300 km entre os principais aglomerados urbanos (Lisboa e Porto) o TGV não vem servir as necessidades do país. Basta ver as paragens que poderá fazer (para ganhos de tempo de viagem). Lisboa-Coimbra-Aveiro-Porto. Para isto vale a pena gastar milhões de euros? Não ficaremos bem servidos com os pendulares com as melhorias ainda necessárias e possíveis?
Só os loucos (que me desculpem) podem pensar que o TGV vai trazer mais estrangeiros ao país! Tirando alguns espanhóis (e não muitos mais do que os que hoje o fazem) os Turistas que visitam Portugal ou vêm nos seus automóveis ou Vêm de avião. È que Portugal é um (ponto) terminal de viagens turísticas. E infelizmente não temos muito para oferecer. E pelo que se sabe o TGV tão pouco vai ao Algarve!...
Mas descansem os mais forretas: o Governo apenas agitou esta bandeira e não vai haver nem OTA nem TGV nos próximos 20 anos!
Esta página nasceu sobretudo virada para os problemas da gestão hospitalar e do papel dos AH's e acho que ultimamente tem havido um volte face. Que se passa? Recordo aqui o seguinte comment:
Anonymous said...
Muito se fala da carreira de Administração hospitalar. Será que essa carreira, no contexto actual de evolução da Administração Pública e da gestão hospitalar continua a fazer sentido?
Vejam o que acontece por exemplo no sector privado. As carreiras são construídas individualmente, através de um esforço de valorização permanente. Será que faz sentido, no sector público, a existência de uma carreira de gestor hospitalar em que não há avaliações sérias do trabalho desenvolvido e os lugares são preenchidos de acordo com regras de defesa corporativista e político-partidária?
A mim parece-me que não. O modelo de carreira, tal como existe actualmente, está esgotado. Fez sentido numa determinada época histórica e num ambiente social e político que entretanto evoluiu e se modificou.No momento actual já não faz sentido um carreira assim. Aliás não existe em toda a Administração Pública uma carreira assim. Haja coragem para acabar com esta carreira. Isso não significa porém que se deva acabar com o curso de Administração Hospitalar. Mas esse curso deve servir enquanto especialização, e não enquanto requisito obrigatório de ingresso numa carreira, que neste momento se encontra tão desprestigiada.
Será que com a subida de MD a gestor SA as coisas mudaram? Acredito que não mas...acho que há qualquer coisa no ar. Até já nem se vem falando da APAH!
Esta página, como disse, nasceu para a discussão dos problemas da Saúde.
Os projectos do TGV e OTA tem em comum com a construção de dez novos hospitais o facto de constituirem grandes investimentos a realizar em regime de PPP e que representam pesados e comprometedores encargos orçamentais para as gerações futuras.
Os temas dos AH, APAH e politica de Saúde têm sido aqui exaustivamente tratados. E, assim, continuará, para contentamento de muitos SA.
Xavier, Sempre atento. Bravo. Boas férias.
Graças ao Mobile que está a funcionar na perfeição.Embora caro.
Agradeço o desejo de boas férias.
Um abraço EPE.
Quanto à carreira, faz todo o sentido a sua manutenção em função do modelo de gestão hospitalar que venha a ser adoptado pelo ministro Correia de Campos.
E aqui a decisão a tomar, além de critérios técnicos, terá de levar em linha de conta critérios de ordem política.
Que SNS queremos?
Temos que tentar defender as muitas virtudes do nosso SNS, procurando conciliar este objectivo com a procura da sua sustentabilidade financeira.
Neste contexto é necessário um corpo profissional que, para além dos indispensáveis conhecimentos técnicos, saiba valorizar e por em prática determinados procedimentos de gestão.
Isto nada tem a ver com a necessidade de os HH contarem com outros técnicos, economistas, informáticos, juristas, gestores de formação, aptos a cobrir determinadas áreas técnicas (s. financeiros, logistica, contencioso).
Na área da produção de cuidados, no meu entender, é indispensável a coordenação de Administradores Hospitalares.
A integrar os Conselhos de Administração, entendo, igualmente, que é indispensável a integração de um administrador hospitalar senior com provas de gestão dadas.
Discordo desta visão sectarista (sem sentido prejurativo). A não ser que se considere um AH de formação base em medicina, não vejo que mais valias terá a coordenação da produção de cuidados por um AH. Por exemplo: um AH engenheiro de base? Um AH jurista de base? Um AH eng. agrónomo de base?
De que falamos quando defendemos um AH a coordenar a produção de cuidados?
Aqui discordo em absoluto. Admito um AH médico ou Enfermeiro mas ainda assim não vejo que tenha vantagens sobre um Gestor (aqui num conceito abrangente de formação base) onde obviamente cabem AH's. Um responsável médico ou enfermeiro, no entanto, dificilmente se consegue abstrair da defesa dos interesses corporativos. Há tempos alguém dizia: os gestores vão embora e eu volto (aqui) ao meu lugar de médico e outro colega virá para o meu lugar. E depois...
A produção de cuidados obviamente não pode ser olhada como a "produção de parafusos" mas essa matéria tem sido o tabu para justificar muitas das "insuficiências" do nosso sistema de gestão hospitalar. O grande problema, em meu entender, são os interesses que giram em torno da "saúde" onde pontificam médicos,laboratórios e grandes fornecedores de material de consumo clínico. Enquanto não se dispuser de um adequado sistema de informação de gestão que permita avaliar de forma contínua a produçaõ e os custos envolvidos numa perspectiva também de se saber QUEM FAZ O QUÊ, continuaremos a assitir à permanete derrapagem de custos.
Olhar para os custos sem ter em atenção a evolução (qualitativa e quantitativa) da produção a eles associados será também uma visão errada dos problemas da saúde.
Mas sabe-se a grande resistência que os médicos oferecem à introdução de sistemas que permitam o controlo da sua actividade! Novas técnicas, maior longevidade, novas patologias e melhores cuidados traduzir-se-ão, inevitavelmente, em aumento das despesas do SNS. Mas é errado ver as despesas com a saúde de forma isolada. Há que olhá-las numa óptica de custo-benefício (económica e socialmente).É esta visão que os responsáveis (a todos os níveis) devem ter e que só em equipas multidisciplinares é possível abordar.
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