sexta-feira, julho 29

Consumo Hospitalar de Medicamentos

A propósito do "post" anterior, o comentário oportuno de um leitor da SaudeSA:
Enquanto quem prescreve com a ponta da caneta não for sujeito a regras de responsabilização - a famosa "accountability" - não iremos muito longe:
-Definição de objectivos clínicos;
-Estabelecimento de orçamentos por nível de serviço clínico;
-Acompanhamento/supervisão da praxis clínica pelos "primus inter pares";
-Análise mensal dos desvios face aos orçamentos estabelecidos por nível de serviço clínico;
-Apuramento de desvios Real versus Orçamentado;
-Identificação de não conformidades geradoras de desperdício;
-Correcção dos erros detectados e minimização dos desvios.

É na prática clínica hospitalar que se situa o epicentro do desperdício...

Com reduções por decreto não vamos longe.
Comentário leitor anónimo

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É assim mesmo.Muito bom post
Das duas uma ou se pratica a liberdade absoluta de prescrição do médico ( empregado ) ou prevalece a lógica do SNS ( patrão )

Mas modernas filosofias e culturas de gestão pratica-se a TQM e a CRM através de um modelo de gestão participada por objectivos que ajusta de forma permanente os vários factores de produção em presença e por meio da sua combinação optimizada se consegue uma boa performance.

A eficiência e eficácia hospitalar só será conseguida se a garantia de qualidade for factor de decisão sem esquecer as boas práticas de gestão.

A centralidade do doente e boas práticas clínicas não são incompatíveis com a dinâmica de excelência e do bom desempenho das organizações

Que se saiba o menor consumo de medicamentos nos países nórdicos não significam menos qualidade de prestação de cuidados médicos.

Antes pelo contário, a prescrição exagerada de antibióticos está a diminuir as resistências dos portugueses a determinadas estirpes de bactérias

Vamos lá .

Para quando o estabelecimento de uma protocolo de prescrição terapêutica nos HH de que já ouço falar há mais 20 anos

Onde está um protocolo clínico base para a abordagem de um determinado episódio de doença, que defina claramente o percurso da cadeia de diagnóstico e não permita subir vários degraus de uma só vez , tantas vezes com incómodos para os doentes sem apport de mais valias para a definição de um diagnóstico e com um agravemento estúpido dos encargos.

Enquanto não formos por aqui, andamos a enganar os portugueses,o SNS, o país e uns aos outros.

Como afirma Peter Drucker " tentar construir o futuro é difícil, mas ,no entanto,é mais fácil do tentar não o construir"

A irresponsabilidade política e de gestão trouxe-nos ao ponto onde estamos.

É preciso que quem conhece o caminho se chegue à frente e quem acredita nele o siga , antes que seja tarde

Parabéns ao Xavier e ao Saudesa pela possibilidade de produzir os meus desafos e reflexões

Estamos num pobre país em que a inteligência se desloca de acto eleitoral em acto eleitoral para o partido vencedor.

Ao resto do povo acontecem brancas constantes e as suas opiniões são lixo intelectual desprezível

Os partidos e os governos recusam as opiniões dos não militantes ou de outros partidos e em poucos meses destroem em 50% o seu capital de confiança e credibilidade.

E tal como quando um CEO de uma organização perde credibilidade está arrumado e perdeu a capacidade de definir alinhamentos estratégicos, o mesmo acontece com um governo.

A nossa democracia participada está a ser destruída dia a dia e assim vamos comprometendo o nosso futuro colectivo e o das próximas gerações.

Os elevados números do desemprego cerca de 500 000 fazem -me imaginar uma vaga de emigração semelhante à dos anos 60.

Primeiro Brasil, EUA,America Latina,Angola e Europa Central e agora de novo para África ou para a Europa de Leste, Japão , Canadá, EUA????

Enfim já fugi dos medicamentos e for parar ao país profundo e real.

Peço desculpa.Mas a situação está preta

10:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os gastos hospitalares com medicamentos tem vindo a crescer de forma assustadora.
A ANF parece ter em Portugal o melhor observatório sobre da área do medicamentos.
Foi a primeira a alertar publicamente para o crescimento galopante da despesa hospitalar com medicamentos.
Mais recentemente foi também a ANF a alertar para a ausência de revisão dos preços provisórios dos medicamentos, muito superiores aos dos países de referência.

O Ministério da Saúde não tem nenhum Observatório do Medicamento?

4:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"...Enquanto quem prescreve com a ponta da caneta..." Gostei. Para quando um computador a prescrever o que o médico "deduz" como mais correcto e lhe transmite pelo "pensamento" ? Assim já não é a "ponta da caneta"!!! (sim, porque o computador médico/prescritor com base nos protocolos de diagnóstico e prescrição falhou - falta a parte sentimental, não teórica, "faro", "olho", etc)
Nota: RAZÃO em "a prescrição exagerada de antibióticos está a diminuir as resistências dos portugueses a determinadas estirpes de bactérias
"

9:41 da tarde  

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