Mudei pessoas onde podia melhorar
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, na já referida entrevista ao Jornal de Notícias (24.07.05), mais uma vez, elogia o trabalho do seu antecessor e confessa que encontrou um Ministério da Saúde diferente.
Jornal de Notícias (JN) – Adepto da descentralização e da responsabilização, diga-nos se os gestores hospitalares vão passar a ser efectivamente responsabilizados pelos seus actos.
Correia de Campos (CC) – Todos os gestores que foram nomeados trouxeram no acto da posse, uma carta de missão. É um documento de enorme importância pois foi redigido pelos próprios e revisto por quem os nomeou, embora seja provisório e revisto noventa dias depois.
JN – De onde nasceram essas cartas de missão?
CC – Da legislação publicada pelo governo a que pertenço e que determinou que todos os dirigentes da Administração Pública fossem nomeados mediante uma carta de missão onde cada um promete o que vai cumprir, de acordo com objectivos a alcançar em metas que estão quantificadas. Este é um desafio enorme num país onde não há uma cultura de responsabilização, onde não é fácil identificar objectivos e muito menos quantificá-los ou identificar metas.
JN – Responsabilização já não é uma palavra maldita?
CC – O meu antecessor neste governo (Luís Filipe Pereira), deu um contributo muito positivo para a criação de uma cultura de responsabilidade e de gestão que é visível, por exemplo, nos Hospitais SA. Aqueles podem ter muitos defeitos e ser pouco transparentes, mas a verdade é que encontrei um ministério com uma cultura diferente. Já disse publicamente quais os problemas resultantes da gestão anterior, nomeadamente, a falta de transparência a maquilhagem da informação e a nomeação de dirigentes por critérios de partidarização e amizade. Mas estou determinado a manter o que encontrei de bom. Mesmo nos Hospitais SA mantive em funções uma boa parte dos gestores, com todos os problemas que isso me traz. Só mudei pessoas onde sabia que podia melhorar.
Correia de Campos (CC) – Todos os gestores que foram nomeados trouxeram no acto da posse, uma carta de missão. É um documento de enorme importância pois foi redigido pelos próprios e revisto por quem os nomeou, embora seja provisório e revisto noventa dias depois.
JN – De onde nasceram essas cartas de missão?
CC – Da legislação publicada pelo governo a que pertenço e que determinou que todos os dirigentes da Administração Pública fossem nomeados mediante uma carta de missão onde cada um promete o que vai cumprir, de acordo com objectivos a alcançar em metas que estão quantificadas. Este é um desafio enorme num país onde não há uma cultura de responsabilização, onde não é fácil identificar objectivos e muito menos quantificá-los ou identificar metas.
JN – Responsabilização já não é uma palavra maldita?
CC – O meu antecessor neste governo (Luís Filipe Pereira), deu um contributo muito positivo para a criação de uma cultura de responsabilidade e de gestão que é visível, por exemplo, nos Hospitais SA. Aqueles podem ter muitos defeitos e ser pouco transparentes, mas a verdade é que encontrei um ministério com uma cultura diferente. Já disse publicamente quais os problemas resultantes da gestão anterior, nomeadamente, a falta de transparência a maquilhagem da informação e a nomeação de dirigentes por critérios de partidarização e amizade. Mas estou determinado a manter o que encontrei de bom. Mesmo nos Hospitais SA mantive em funções uma boa parte dos gestores, com todos os problemas que isso me traz. Só mudei pessoas onde sabia que podia melhorar.
9 Comments:
Esta entrevista, que eu já tive a oportunidade de comentar nos meus Cinco tópicos para uma conversa solta em tom irónico e muita revolta contida, é um verdadeiro tratado do que não deve ser dito por um Ministro ou de como deve um Ministro estar calado quando não tem nada para dizer. A propósito da mesma apetecia-me ainda enviar ao Prof. algumas citações para políticos, a saber:
1ª Há pessoas inteligentes que, à força de se deixarem adular, acabam estúpidas (Carlos Lacerda);
2ª Um amigo no poder é um amigo perdido (Samuel Adams)
3ª Não é uma perspicácia superior que faz os homens de Estado, é o seu carácter (Voltaire)
4ª Só fala bem aquele que fala pouco (Rainha Cristina)
5ª Não é verdade que eu odeie tudo. Eu sou fortemente a favor do senso comum, da honestidade comum e da decência comum. Isto faz-me, para sempre, não elegível para um lugar público (H.L. Mencken)
6ª O poder é mau na sua essência (Jacob Burckardt)
7ª O poder extirpa gradualmente do espírito toda a virtude que é nobre e humana (Edmund Burke)
9ª Aplausos são muitas vezes mais uma armadilha do que uma bênção (Edward Young)
10ª As melhores cabeças não estão no Governo. Se estivessem, o sector privado comprava-as (Ronald Reagan)
É pena que o Senhor Ministro não nos diga quais os gestores que substituiu e as verdadeiras razões dessa substituição. Ou quais os que manteve e de igual modo as verdadeiras razões da manutenção. Dados concretos, precisam-se senhor Ministro. Nomeou O Dr J. M. Boquinhas para três hospitais e neles não manteve nenhum dos gestores anteriores. Diga-nos porquê. Será que o Dr. Boquinhas não foi nomeado por ser um dos Boys do PS? E o Dr. Rifes? E Manuel Roque? E M. Rosário Fernandes? Foram nomeados por serem melhores que os anteriores? Diga, Sr. Ministro em que é que os hospitais em causa apresentaram maus resultados! Que experiência tem o Dr. Rifes de gestão Hopsitalar? É AH? Onde desempenhou funções anteriormente? no ICOR...que tem tudo a ver com saúde! Não tem? Que competências têm Boquinhas, Roque & Ca. que os recomendem face a Silveira Ribeiro? E que mais sabe Rifes do que o anterior (também economista) gestor do HSFX sobre os problemas da saúde e de gestão hospitalar? O ministro CC manteve apenas os que "são a sua gente" ou os que apesar de tudo o PS conseguiu impor. Ponto final.
Aquilo que agora vem dizer não é mais do que o resultado de ter que reconhecer que as críticas que fez aos HH SA's eram infundadas. Está agora a engolir sapos vivos. Se tivesse dignidade e respeito por si próprio, CC demitia-se, reconhecendo que errou ao mudar o modelo de gestão dos SA's.
VAI A GENTE ENTENDE-LOS
Segundo os dados do Ministério da Saúde, os 58 hospitais do SPA fecharam o ano de 2004 com um saldo positivo de 89,9 milhões de euros. Um valor conseguido com os 2,38 milhões de euros que o Estado transferiu para estas unidades, através do Orçamento Rectificativo. Mas esta injecção de capital beneficiou apenas as contas referentes ao ano passado o saldo acumulado mantém-se muito abaixo da linha de água, com um prejuízo de 658 milhões de euros.
Enquanto os hospitais do Sector Público Administrativo (SPA) apresentam um saldo positivo, os hospitais SA - financiados por contratos negociados anualmente e não por duodécimos - fecharam as contas com um défice de 91 milhões de euros. Comparando com os hospitais SA, a produção hospitalar é ligeiramente inferior. Nos 31 hospitais que têm uma gestão empresarial, as consultas externas cresceram 7,4%, passando de 3,7 milhões para quatro milhões. Mas a grande diferença está no número de cirurgias, que subiu nos SA 6,9% (de 233 mil para 249 mil).
Das 255 mil cirurgias realizadas nos SPA, quase três por cento foram feitas em ambulatório - não implicando internamento dos doentes. As primeiras consultas também aumentaram cinco por cento (para 1002 mil). Inversamente, as visitas domiciliárias desceram 11,3% (de 30 890 para 27 392). O mesmo aconteceu com o número de atendimentos em urgência (menos 3,5%) e de internamentos (menos 1%).
No ano passado, as despesas com medicamentos cresceram 8,6% nos SPA (fixando-se em quase 500 milhões de euros), enquanto nos SA esta subida foi de 10,2% (545 milhões).
O Dr. Silveira Ribeiro no Egas Moniz estava a fazer um bom trabalho, como o demonstram os resultados.
A sua substituição pelo Dr. Boquinhas só poderá ser entendida por questões partidárias.
Correia de Campos é um excelente Professor.
O seu discurso é de professor,
Além disso é um temperamental.
Tudo longe da frieza e do discurso premeditado exígível aos políticos.
Resultado: fala de mais e diz coisas que não lembra ao diabo.
Tal como a curiosidade matou o gato,também o complexo dos "socialistas"
quando chegam ao governo implicam a perda rumo e atrapalha o seu raciocínio.
Ficam cheios de dúvidas entre escolher carne ou peixe
Atenção já lá vão 5 meses e nem o pai morre nem a gente almoço
Estou triste
É tão preocupante que foram ter com o vôvô so ares , estão perdidos
e o povo e todos os que gostariamos de ver uma linha de rumo determinada, coerente, sustentável e estratégica visionária levam com mais um balde de água gelada.
Atençao não comecem a deitar foguetes.
O Correia de Campos ainda está a aquecer os motores.
Há muita boa gente que ainda se vai fartar de tanta reforma.
Penso que especialmente as ULS vão ser um êxito.
A transformação de muitos hospitais SPA em EPE vai trazer mais eficiência ao SNS.
Prevejo também um maior controlo das contas da saúde.
A gestão dos hospitais vai fazer-se com muitos administradores hospitalares e muitos gestores saídos das Universidades e do sector privado.
Essencial será por termo ao sistema de remuneração de base salarial e a implementação de um sistema de remuneração por objectivos.
Esta a parte mais difícil do programa. Mas também a mais necessária.
Vamos ver quantos gestores serão demitidos por terem falhado os objectivos.
Se há vontade politica então porque espera a definição de um indicador de produção ou seja uma definição de uma função de produção que permita comparar a performance dos HH e então evidenciar os seus resultados num verdeiro e transparente ranking capaz de separar o trigo do joio.
Os indicadores que estão no terreno e têm sido utilizados nos HHSPA e HHSA não permitem a fiabilidade de auditorias de gestão ao nível de despesas anuais de centenas de milhões de euros, com é o caso de muitos hospitais
Aprendem com desporto, lá os indicadores de resultados : vitória, derrota ou empate, são claros
Sem essa definição não há possibilidade de comparar a competitividade dos HH e avaliar as boas práticas de gestão e a performance dos CA e das respectivas equipas.
Ao fim de tantos anos começo a ficar convencido que neste país de brincadira ninguêm quer avaliar nem ser avaliado, ou mesmo criar as condições objectivas para tal.
Não há fotógrafos bonitos ecompetentes para fotografar gente feia e de péssima performance de desempenho ( nem máquinas operacionais)
Ficamos por aqui.
A cultura de gestão que o LFP deixou foi a da gestão não participada sem mexer no "core business" tipo gestão de repartição pública, marginalizando tudo o que é massa cinzente de AH e outros técnicos não alinhados?
Ou foi o "plano de negócios"? ou melhor o " business plan" e engenharia financeira e estatística.
Nunca afirmei a boa gestão antes do LFP mas sinceramente não aprendemos nada.
Esta cultura já começou com a LB e os resultados estão à vista
Gestão é a dialéctica do método, da técnica,do zelo, do bom senso e da arte
Artistas precisam-se.Afirmem-se.
Aproveitem este fórum excelente.
A cultura deixada pelo LFP é um equívoco.
Assim se destrói, Portugal o bem-estar e qualidade de vida dos portugueses.
Os políticos tampam-se uns aos outros.
Apetece chorar e emigrar para a áfrica.
Ou então , ou mas é vender lenços em vez de chorar, como diz o publicitário Edson Ataíde
Queria felicitar o vivó porto pelos seus excelentes comentários.
Bem-haja
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