Avaliação dos HH do SNS
Um estudo de avaliação dos Hospitais do SNS, lançado sem aviso prévio pela Direcção Geral de Saúde, tem causado alguma surpresa entre as gentes da Saúde e não só.
A versão electrónica do estudo só ontem nos chegou às mãos. Aproveitámos as dificuldades de acesso à SaudeSA para nos deitarmos à leitura.
Os autores do estudo, coordenado pela economista da saúde, Maria do Rosário Giraldes, trabalharam na criação de um Indicador agregado de avaliação da eficiência e da qualidade, construído com base em indicadores de produção (prestação de cuidados) e indicadores de qualidade, de processo e de outcome (casos de infecções que foram contraídas durante o internamento hospitalar).
O estudo de avaliação conclui que os hospitais mais eficientes, salvo raras excepções, pertencem ao Sector Público Administrativo (SPA), como por exemplo Hospital Universitário de Coimbra (HUC), Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, S. José e São Marcos de Braga.
Entre os hospitais SA mais ineficientes estão os hospitais Garcia de Orta, Grupo Hospitalar do Alto Minho, S. Francisco Xavier, Pulido Valente e Hospital de Santa Cruz.
A versão electrónica do estudo só ontem nos chegou às mãos. Aproveitámos as dificuldades de acesso à SaudeSA para nos deitarmos à leitura.
Os autores do estudo, coordenado pela economista da saúde, Maria do Rosário Giraldes, trabalharam na criação de um Indicador agregado de avaliação da eficiência e da qualidade, construído com base em indicadores de produção (prestação de cuidados) e indicadores de qualidade, de processo e de outcome (casos de infecções que foram contraídas durante o internamento hospitalar).
O estudo de avaliação conclui que os hospitais mais eficientes, salvo raras excepções, pertencem ao Sector Público Administrativo (SPA), como por exemplo Hospital Universitário de Coimbra (HUC), Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, S. José e São Marcos de Braga.
Entre os hospitais SA mais ineficientes estão os hospitais Garcia de Orta, Grupo Hospitalar do Alto Minho, S. Francisco Xavier, Pulido Valente e Hospital de Santa Cruz.
Estas conclusões só surpreendem, como diz o Alrazi, quem não conhece a realidade. No entanto, é útil que, nesta altura do processo de reforma levado a cabo pelo ministro da saúde, António Correia de Campos, haja um estudo, devidamente sistematizado, desenvolvido por um conjunto de peritos, que chegue a estas conclusões.
Fica comprovado, uma vez mais, que temos andado a ser bombardeados com informação pouco recomendável sobre a actividade dos Hospitais, produzida pela Unidade de Missão.
É altura para perguntar, uma vez mais, ao ministro da saúde: A mistificação da Unidade de Missão SA, vai continuar? Os projectos das PPP da Saúde vão continuar com a mesma configuração do seu criador, Luis Filipe Pereira ?
Senhor ministro, a privatização das unidades hospitalares do SNS serve para quê ?
2 Comments:
O estudo, divulgado ontem pela agência Lusa, apanhou de surpresa todos os responsáveis do Ministério da Saúde contactados pelo Diário Económico.
O ministro da Saúde e o director-geral de Saúde estavam ontem ao final da tarde incontactáveis, no avião que os trazia a Portugal, de regresso da China, mas o gabinete do ministro Correia de Campos admitiu desconhecer o estudo, o mesmo acontecendo com a unidade de missão que coordena o processo de empresarialização dos 31 Hospitais SA. A mesma que está a ultimar a redacção do estatuto de Entidade Pública Empresarial, que todos os hospitais públicos portugueses vão adoptar até 2009. De resto, esta é uma confusão feita pelos responsáveis do estudo, que se referem sempre aos hospitais empresarializados como EPE.
A Direcção-geral de Saúde, por seu turno, remeteu todas as respostas para hoje, quando o director do Serviço de Planeamento estiver disponível para explicar aos jornalistas o conteúdo de um estudo que contradiz o que tem sido a política oficial deste e do anterior Governo.
O estudo da Direcção-Geral de Saúde, é desconhecido, mas não é encarado como o estudo oficial sobre os polémicos hospitais-empresa. Uma das primeiras decisões de António Correia de Campos quando regressou ao Ministério da Saúde foi encomendar a Miguel Gouveia, especialista e professor da Universidade Católica, um estudo que englobasse a situação financeira e a qualidade do serviço prestado pelos SA.
O estudo, inicialmente previsto para ser divulgado no final do Verão, foi adiado para o final do ano, sem que uma explicação convincente tenha sido avançada pelos responsáveis ministeriais.
Caso o estudo de Miguel Gouveia confirme que os hospitais-empresa conseguem apresentar indicadores financeiros e de eficiência mais elevados que os do Sector Público Administrativo, Correia de Campos terá na mão dois documentos contraditórios: um, feito por uma direcção-geral, e outro encomendado a um professor da Universidade Católica.
Diário Económico 10.11.05
Não conheço o estudo em causa e por isso não vou fazer qualquer análise crítica ao mesmo e às suas conclusões. Parece-me, no entanto, que não é possivel estabelecer comparações entre hospitais com realidades tão diversas como o HUC e o Grupo Hospitalar do Alto Minho. São organizações totalmente diferentes, situadas em contextos económico-sociais totalmente diversos e com vocações bem diferenciadas. Como não se podem estabelecer comparações entre o H. S. Cruz e o H.S. F. Xavier, o H. S.josé e o C.H. de Vila Nova de Gaia ou entre o H. Pulido Valente e o Garcia de Orta. Qualquer modelo de análise que não tenha em consideração a realidade concreta de cada unidade hospitalar, corre o risco de conter graves incorrecções.
Repito que não li ainda o estudo e por isso este meu comentário não é sinónimo de qualquer crítica ao trabalho realizado.
Concordo com o comentário de lisboaearredores mas já quanto às sugestões de Vivóporto as mesmas parecem-me demasiado simplistas para poderem corresponder às complexas necessidades de gestão de um Hospital. Os órgãos colegiais são, em minha opinião, absolutamente indispensáveis na gestão de uma empresa ou organização com a dimensão e a complexidade dos hospitais. E mais uma vez discordo dessa ideia peregrina de que os AH são os únicos que devem ter lugar na gestão intermédia, e muito menos que lhes seja atribuído o rótulo de "fiscais" do Administrador/Gestor. Afinal tem sido esse, com uma ou outra nuance, o modelo de gestão que nos conduziu à situação de "falência" da rede hospitalar.
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