domingo, novembro 20

Verdadeiro Furacão

José António Lima (expresso n.º 1725 19.11.05), põe o ministro da saúde, António Correia de Campos, nos ALTOS com esta prosa que por certo terá deixado CC babado:

«Eis um ministro politicamente incorrecto, na mais plena acepção do termo. Retira benesses ao lóbi poderosíssimo da associação nacional de farmácias, enfrenta o lóbi não menos influente da indústria farmacêutica, põe em xeque administrações regionais de saúde e gestores hospitalares, denuncia a distribuição corporativa e desequilibrada dos médicos por hospitais, aumenta as taxas moderadoras. Um verdadeiro furacão. E fá-lo sem medir, muitas vezes, as palavras, com sangue na guelra e declarações precipitadas, como a dos 59 oftalmologistas que dizia trabalharem nos Capuchos (e são apenas 24). Mas é inegável que há hospitais com mais médicos do que camas, com mais médicos do que enfermeiros, com inúmeros médicos de manhã e raríssimos à tarde. E que dá gosto ver um ministro disposto a combater estas «carapaças jurídicas», económicas e corporativas».

Elogios destes no semanário expresso são sempre motivo de grande preocupação. É que a seguir aos ALTOS sucede, invariavelmente, uma série de BAIXOS.

5 Comments:

Blogger ricardo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

4:40 da tarde  
Blogger ricardo said...

A boa nota dada a CC afinal premeia a sua actuação desastrada à frente do MS.
Este estilo trapalhão de dar constantemente tiros nos pés só poderá conduzir à desgraça.
Não vemos portanto motivo para CC ser considerado em alta.
Só se for para agravar o tombo que aí vem.

4:41 da tarde  
Blogger helena said...

Este Expresso vai de mal a pior.
Numa semana desastrada para o ministro da Saúde o avaliador de serviço resolve dar a taça a Correia de Campos.
Só se for a título de ajudinha para os erros escusados do ministro.

4:45 da tarde  
Blogger helena said...

É duro ser ministro da saúde.

Depois de ter passado a semana a fazer tropelias lançando desconfianças sobre o pessoal administrativo, auxiliar e médicos dos HH do SNS, CC passou o fim de semana a reunir com os CA dos HH, preocupado com o crescimento da despesa com os medicamentos.

A despesa hospitalar com medicamentos tem crescido descontrolada nos últimos meses.

Não é por acaso que Portugal é um dos países da UE com mais delegados de informação médica.
O trabalho destes profissionais está a dar frutos pelos vistos,

10:18 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ou muito me engano...ou JAL tem lido o Saude SA?!
As opiniões de JAL também têm altos e baixos. Até parece um clone de CC pois, semanalmente, vai dando "uma no cravo outra na ferradura". Parece-me, pelo que tenho lido dos seus trabalhos no Expresso que as suas opiniões são como o tempo: uns dias são de sol, outros de chuva. Tão depressa diz bem de A,B ou C, como diz mal.
Temos que reconhecer que CC também tem tido altos e baixos - mais baixos que altos - mas JAL resoveu acrescentar mais umas farpas no ataque aos médicos: segundo ele há hospitais que têm mais médicos que enfermeiros(?) e mais médicos que camas(?).
Pensamos que tudo não passa de números e as comparações devem sempre ser fundamentadas e explicadas. Dizer-se que um hospital tem mais médicos que camas é claramente induzir as pessoas em erro. Uma coisa é concluir-se que determinado hospital tem trabalhadores em excesso, que podem não ser só médicos, outra coisa é a relação camas/médico e esta, como sabem aqueles que minimamente se interessam por estas matérias, não é linear. Depois pergunto a JAL: quais são os hospitais que estão na situação que refere? E quantos são?
Pelos dados de que dispomos aquelas afirmações são exageradas e pensamos que JAL quis ser "simpático" com o Senhor Ministro da Saúde e assumiu, ele próprio, algumas das dores de parto que o Governo vem enfrentando para convencer os Portugueses de que está a governar bem. O problema é que não se encontra um política coerente em muitas das medidas que vão sendo anunciadas (algumas de resto deixadas cair face à força das classes atingidas) e por outro lado o que se vê (e sabe) é que o país se vai afundando cada vez mais. E no entanto, como também se sabe, no OE para 2006, os gabinetes ministeriais terão um acréscimo de 12% nas verbas que estão afectas.
Ora isto só pode contribuir para a nossa desconfiança. E não basta que o Senhor Primeiro Ministro nos entre pela porta dentro, fazendo de cada declaração ao País e à Comunicação Social, verdadeiros discursos de comícios em campanha eleitoral.
O País esta defacto em crise, e nem nos conseguem enganar o governador do BP e o MF quando dizem que a quebra de 0,2 pontos percentuais no crescimento do PIB não tem expressão, que são meras duas décimas?! Não meus Senhores, tem significado e muito. E os senhores sabem-no porque ambos aprenderam o conceito de grandeza relativa (importante também em Economia) e sabem por isso que uma redução de 0,2% em 0,5%, siginifica uma quebra de 40% nas previsões. É que se o movimento fosse em sentido contrário, os Senhores não deixariam de apregoar um aumento de 40% em relação à previsão inicial!

1:58 da manhã  

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