sábado, novembro 19

Ataque à Classe Médica


CC assume-se como um antêntico "guerrilheiro". Ataca, de surpresa e quando menos se espera. Depois da guerrilha (ou guerra) contra a ANF, resolveu lançar um rocket sobre o pessoal administrativo dos Hospitais e em especial sobre os trabalhadores do HSM. Agora, (será que leu o meu comentário de há alguns dias) depois de fugir-a-sete-pés dos médicos durante todo o tempo que já leva neste governo, resolveu atacar de surpresa e vai daí, um primeiro bombardeamento sobre os oftalmologistas do H. Capuchos (que afinal já não são só dos Capuchos). Mas nem os utentes escapam a este autêntico "Guevara"!
Com efeito está montada a "armadilha" do aumento das taxas moderadoras e da sua diferenciação.
Com todas estas medidas é caso para perguntarmos: para que quer CC um orçamento da Saúde tão gordo?
Será para suportar os incentivos que hão-de por os profissionais a trabalhar?!

Dito isto, não temos dúvidas de que há muito a fazer nesta matéria de produtividade. Um hospital com cerca de 40% das camas de cirurgia vagas diariamente é, naturalmente, um mau exemplo do aproveitamento dos recursos existentes. E as justificações não são convincentes. Não pode aceitar-se que os cirurgiões apenas operem, fora da urgência, ou seja em ambulatório, escassas quatro horas por dia. Até podem dizer-nos que cumprem o seu horário mas, porque não estabelecer horário desfazados, capazes de permitirem um melhor aproveitamento do Bloco Operatório?
Porque hão-de os médicos estar, no hospital, todos apenas da parte da manhã ficando o restante tempo apenas com os clínicos em serviços de urgências.
Discute-se também a questão de uma inadequada distribuição dos médicos nomeadamente entre os Centros de Saúde e os Hospitais. E ao que tudo indica os Centros de Saúde terão falta de médicos(?). Porque razão há médicos dos Centros de Saúde que vão trabalhar nos Hospitais em regime de acumulação e trabalho extraordinário? Porque não fazem essa horas nos seus locais de trabalho?!
Terá o país falta de médicos? esta é outra pergunta recorrente e onde parece, também, não haver unanimidade.
De acordo com a OCDE (in Simões, Jorge, Retrato Político da Saúde) Portugal tinha no ano 2000 um rácio de 3,2 médicos por mil habitantes, valor um pouco inferior ao de Espanha e igual ao da Holanda e suoerior à média dos países da OCDE (2,9). Com um rácio maior que o de Portugal aparecem países como a Grécia, Itália, Bélgica, Suiça, Dinamarca e Alemanha, entre outros. No lado oposto encontram-se, entre outros, a Suécia, a Noruega, os EUA, a Irlanda e o Reino Unido. Repare-se no entanto que, em todos estes países, os problemas e as discussões em torno dos gastos com a Saúde existem. Como é evidente os gastos em saúde não são apenas os relativos a salários dos médicos. Com a relatividade que estas comparações sempre apresentam, não se pode afirmar, julgamos, que Portugal seja um país com carência de médicos. Sabemos que os mesmos, coitados(?), a partir dos 50 anos já têm limitações. Já não pdem fazer bancos, etc.. Mas podem trabalhar muitas horas nas clínicas particulares e podem até ter consultórios em vários locais e pontos do país. Claro, o cansaço não pode deixar de ser muito!
Honra seja feita porém aos médicos que ainda fazem da sua profissão um autêntico acto de amor ao próximo e mesmo de coragem, trabalhando muitas vezes em condições de risco elevado.
CC não deveria, a nosso ver, meter tudo no mesmo saco!
tonitosa

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2 Comments:

Blogger tonitosa said...

Ao Vivóporto
SEM COMENTÁRIOS!...

9:12 da tarde  
Blogger Clara said...

Mas o que deu nesta gente ?
Já não bastava a qualidade alardeada.
Agora viratram todos artistas de grande gabarito.

11:45 da tarde  

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