domingo, dezembro 4

Administração Nacional de Saúde


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode igualmente poupar muitos dos recursos que malbarata actualmente, pois deverá ser gerido segundo os melhores padrões de eficiência, de contenção de custos, de responsabilidade, porque só assim assegurará a resposta universal que lhe é exigida.
Chamo a atenção para o sucesso de regras de gestão e de planeamento estratégico de outros serviços de saúde europeus, que criaram uma Administração Nacional do SNS para coordenar as suas unidades, que promoveram uma carreira de profissionais de saúde em exclusividade com especialidades que só o serviço público pode assegurar, que definiram orçamentos clínicos por serviço para combater a sobre-prescrição de medicamentos e a cultura consumista de fármacos, que melhoraram o acesso aos medicamentos criando farmácias públicas nos principais centros de saúde e fabricando genéricos brancos para determinar preços acessíveis. Actualmente, o nosso país mantém das mais baixas taxas de comparticipação pública nos gastos em saúde por habitante da União Europeia, situando-se no 105º lugar a nível mundial, muito abaixo da média da OCDE.
Neste contexto, transformar a saúde num mercado significa enveredar pela irracionalidade absoluta e vulnerabilizar os mais pobres. Pelo contrário, o investimento público com grande rigor financeiro deve ser a base de um serviço universal, cuja estratégia assenta no desenvolvimento de prioridades, em particular a educação para a saúde, o desenvolvimento das redes de cuidados primários e de cuidados continuados, nomeadamente em doenças crónicas, para proteger os doentes que constituem a maioria dos utentes do SNS.
Francisco Louçã

6 Comments:

Blogger xavier said...

Resistências:
A qualidade atingida nos hospitais e clínicas CUF, a estabilidade alcançada no Hospital Amadora Sintra e a eficiência procurada nas Parcerias Público-Privadas são, no fundo, novas realidades do nosso Sistema de Saúde.

Mesmo assim, com estas realidades, alguns teimam em não ver que só com a intervenção dos privados é que o Serviço Nacional de Saúde conseguirá adaptar-se às crescentes exigências dos cidadãos e à escassez de recursos do Estado.

Qualquer Governo, seja ele de que filosofia política for, não pode pretender manter imutável o Sistema de Saúde porque, com isso, apenas estará a condená-lo a médio prazo.
Salvador de Mello

11:04 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Eureka!
Afinal acab de ser descoberta a solução para os problemas da Saúde em Portugal!
Basta votarmos FL?!
CS, MS e MA que se cuidem.

11:35 da tarde  
Blogger tonitosa said...

A solução para os problemas do País...
Defacto vivemos momentos difíceis da vida nacional. E afinal não faltam soluções seja para a saúde, para a educação ou para a segurança social.
Francisco Louçã tem soluções para tudo, tal como muitos outros dos nossos teóricos e políticos.
Vejamos como será fácil resolver todos os nossos problemas.
A solução para a Administração Pública no dizer de Miguel Cadilhe, por exemplo, passa por reduzir o número de funcionários já que, diz, Portugal tem gente a mais na Adninistração Pública.
E no entanto, de acordo com Miguel Sousa Tavares (TVI), o Estado cresceu bastante quando ele foi Ministro das Finanças.
Mas Miguel Sousa Tavares considera também que não há dúvida de que temos um estado grande demais(?!).
Eu, que sou apenas um cidadão comum, tenho também soluções.
Na verdade, acho que o problema está em que Portugal tem gente a mais?!
Logo, se a solução para a Adminsitração Pública é a redução do número de funcionários, a solução para o País é reduzir a sua população.
Como?
A solução é fácil: fazemos emigrar os pobres, os doentes, os excluídos, os desempregados e os idosos. Ficarão então no país apenas os que trabalham e são ricos ou remdiados. Uns e outros pagam impostos e por isso os problemas do país serão resolvidos. Mais ainda, os que ficam, como são ricos (classe média e alta)passam a pagar os estudos dos filhos, a assistência médica e medicamentosa, deixam de ter direito a subsídio de doença, a sua segurança será feita por privados a quem pagam, podemos subir o IVA e o IRS, ISP e todos os outros impostos, deixamos de ter SCUTS, etc., etc..
Aos funcionáriso públicos deixam de ser pagas pensões de aposentação. Aliás as reformas (SS)e a aposentação (CGA) são mesmo extintas, porque são coisa do passado.
E se houver protestos, vamos consultar as contas bancárias dos contestatários para conhecer a origem dos seus rendimentos, o que os fará calar.
Passaremos assim a ter superavits em vez de déficits nas contas públicas e o PEC será amplamente cumprido.
Mas...há sempre um mas!
Temos que evitar que os políticos e as elites aumentem os seus privilégios e acabar com os subsídios vitalícios dos políticos, PR incluído. Porque se assim não for as contas públicas continuarão, mesmo assim, deficitárias. Temos que evitar que "eles comam tudo".
Mas para que os "novos emigrantes" tenham quem os defenda nos locais de destino, com eles viajarão, também, os iluminados que falam, falam, e que, parafraseando Miguel Sousa Tavares, são o Estado clientelar. Aqueles que há dias estiveram na apresentação do projecto da OTA e os que criticam o Estado e as suas funções mas que estão sempre na primeira linha dos beneficiários da intervenção do Estado, seja na captação de subsídios, seja em funções no Governo ou nas API's ou coisas semelhantes.
Que lhes parece, caros bloggers?
Acham que ainda me posso candidatar a PR?

1:03 da manhã  
Blogger ricardo said...

Sousa Tavares sobre a tese do Cadilhe de redução de um terço dos funcionários públicos de uma assentada defendeu que se deveria começar por reduzir os empresários parasitas que passam a vida a mendigar subsídios do Estado.

A maioria das empresas privadas portuguesas ao contrário do que acontece noutros países europeus não vãi "pescar" às Universidades elementos para os seus quadros mas sim às famílias da nossa aristrocracia parola (recrutamento entre os cunhados).
É esta mediocridade e outras mediocridades que fazem do nosso país um atraso.

Resta aos pais do monstro e aos empresários medíocres fazerem dos funcionários públicos o bode espiatório de todos os males nacionais.
É o desespero da mediocridade.

9:25 da manhã  
Blogger tonitosa said...

As questões que o Vivóporto gostaria de formular aos candidatos a PR parecem-me boas para qualquer candidato que não aspire a ser eleito!
Qualqeur candidato que tenha aspirações a ser PR não pode responder a questões daquela natureza. Seria assumir-se como Governo e não é essa a sua função.
Imaginemos que expressava deternminada opinião e que o Governo vinha a propor algo diferente. Para ser coerente não poderia promulgar uma lei contrária ao seu próprio pensamento mas esse não é o seu papel. Seria assumir-se como "oposição".

8:12 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Vivóporto
Como diz, e bem, as questões da Saúde interessam ao PR. Nem podia deixar de assim ser. O que me parece, e foi o que disse, é que o candidato a PR, com aspirações a ser eleito, não pode (ou não deve) expôr o que pensa sobre matérias que são da responsabilidade do governo. Se o fizer pode criar situações em que, para ser coerente, teria que "fazer o papel de oposição" à política do governo, uma vez eleito. Ora o PR não tem essa função. Se o Governo, democraticamente eleito, faz opções políticas na condução do país (na economia, na saúde, na educação, na defesa, etc.) o PR se discordar dessas opções só tem que não promulgar a legislação (e o processo segue os seus trâmites constitucionais) mas não com base no facto de ele PR ser contra as medidas tomadas. Se assim não fosse, estaríamos perante um regime presidencialista. E não é isso que vigora entre nós.
Julgo não estar a laborar em erro.
Ora isso não significa que todas as matérias não devam interessar ao PR e, obviamente aos candidatos.
Mas façamos um simples exercício: o PR tem um assessor para a Saúde. Certamente pessoa altamente competente. Mas será que as "opiniões/pareceres" do Prof. Doutor Jorge Simões valem mais do que as do Governo/Ministro da Saúde elas também, certamente, apoiadas em pareceres de peritos?!
E podemos estar sempre perante opções políticas cuja legitimidade do governo não pode pôr-se em causa a não ser em sede de AR. É no fundo a ideia do regular funcionamento das instituições que cabe ao PR assegurar. Se o Governo com as suas opções puser em cuasa, por exemplo, os direitos fundamentais, então o PR o que tem a fazer é demitir o Governo dando lugar a novas eleições.

11:20 da manhã  

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