terça-feira, dezembro 6

Gestão dos Pópós

foto JN

Caro Xavier,
Em tempos, tive oportunidade de suscitar as maiores dúvidas relativamente às nomeações para o Hospital de Aveiro.
Entretanto, no V/ blog logo foram surgindo individuos a elogiar a capacidade técnica da equipa.
Fiquei calado... mas atento aos desenvolvimentos.
Agora, parece que a comunicação social começou a publicar artigos que talvez ajudem a avaliar a qualidade dessa gestão.
http://www.oln.pt/noticias.asp?id=7896&secc=1
Em resumo e contrariando as directrizes do governo, o novo CA tratou de adquirir novas viaturas para si próprio.
É preciso dizer mais!?
leitor SaudeSA

9 Comments:

Blogger saudepe said...

Podiam ser ambulâncias desde que houvesse cabimento no orçamento.
Porque não utilizar as viaturas próprias até que viessem melhores dias.

Sob o ponto de vista da motivação do pessoal e como cartão de visita é uma má decisão.

6:15 da tarde  
Blogger helena said...

hospital Novos administradores gastaram 72 mil euros em três viaturas Administração Regional e Unidade de Missão dos Hospitais SA dizem que, apesar de legal, é vergonhoso e imoral nuno alegria

Os Honda de cor cinzenta estacionados à entrada do Hospital de Aveiro


João Paulo Costa

Contrariando as indicações do Governo para a contenção de despesas na Função Pública, o novo conselho de administração do Hospital Infante D. Pedro SA, em Aveiro, acaba de comprar três carros novos para os administradores que entraram em funções há pouco mais de um mês. As viaturas, marca Honda (dois deles Sport), custaram 72 mil euros (cerca de 14500 contos em moeda antiga). A decisão dos gestores, apesar de legal, é considerada "imoral" e "vergonhosa" por altos responsáveis do Ministério da Saúde, da Unidade de Missão dos Hospitais SA e da Administração Regional de Saúde do Centro, que oficialmente não se querem pronunciar.

Luís Delgado, administrador do Hospital de Aveiro, disse ontem, ao JN, que o contrato dos gestores prevê a compra de um carro até ao montante de 35 mil euros por administrador. "Gastamos 72 mil, poupando 33 mil euros". Luís Delgado afirma que o Hospital não tinha carros, "apenas dois com mais de 20 anos", considerando-os um instrumento de trabalho.

"Eu e os restantes administradores (nr Luís Matos e Pedro Almeida) moramos no Porto e como o Hospital legalmente não pode pagar os quilómetros da deslocação, compramos as viaturas. São carros de serviço". Questionado se não poderiam ter comprado carros mais baratos para o "serviço", Delgado respondeu que isso é "subjectivo".

Confrontado com o facto dos anteriores administradores não terem comprado carros novos, usando os dos próprios, apesar de também não morarem em Aveiro, Luís Delgado afirmou "Se calhar tiveram medo de ser questionados pelos jornalistas. Mas como eu não tenho e porque é uma situação legal, comum aos outros administradores, compramos as viaturas".

O facto do Ministério ter dado indicações para a contenção de despesas, nomeadamente na aquisição de viaturas novas, não quer dizer nada para os administradores do Infante D. Pedro. "Enquanto titulares da administração temos direito a uma viatura, foi o que fizemos".

O estacionamentos dos três "Honda" nos lugares da Administração causou igualmente indignação no interior do Hospital de Aveiro, especialmente porque a unidade tem uma série de carência em termos de meios, nomeadamente aparelhos obsoletos. "Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A compra dos carros não impede o investimento no Hospital", assegurou Luís Delgado.
JN 06.12.05

7:07 da tarde  
Blogger ricardo said...

Isto é saber gerir.
Compraram os carrinhos novos para poderem poupar 33 mil euros.
Até o Peter Drucker deu uma volta na tumba.

7:16 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Tanto quanto julgo saber o Presidente e Vogais Executivos dos CA dos HH SA's tem direito a viatura de serviçlo de uso pessoal. A sua aquisição está limitada apenas pelo custo que não é uniforme. Aquele valor varia em função do nível atribuído ao hospital (A1, A2, B1, B2, C1, C2) sendo ainda diferentes os limites para as viaturas dos Presidentes e dos Vogais.
Ou seja, é um direito, de que aliás o jornal Expresso e outros órgãos de comunicação social fizeram notícia prejorativa (e seria interessante saber se os directores e outros responsáveis desses órgãos de CS têm viaturas das respectivas empresas)logo à data da criação dos SA's. Logo não é novidade! O que sabemos é que só mais de um ano depois das nomeações dos CA's, as Comissão de Vencimentos definiram o tipo (preço) das viatura a adquirir. Essa lacuna deu lugar a que se criassem inclusivamente situações discricionárias (e discriminatórias) em função de gostos pessoais e decisões dos CA, desde aluguer até aquisição de viaturas em leasing de diferentes modelos, marca e cilindradas passando pelo reembolso do pagamento de viaturas trazidas pelos gestores vindos de outras empresas para os HH SA's.. A par de CA's que se faziam transportar em viaturas novas, existiam outros que usavem viaturas em situação de risco elevado e outros ainda que tinham como solução deslocarem-se nos seus próprios carros. Esse foi de resto um dos problemas levantado pela IGS e nele foram tratados casos como o do mercedes CLK referido por dezcartes. Portanto não é ilegal e eu diria não é imoral a aquisição de viaturas onde elas não existam. O que é imoral e ilegal e mesmo "fraudulento" por parte de empresa (HH SA) é que não sejam pagos os quilómetros (normais e razoáveis) percorridos nas viaturas dos próprios se e enquanto a empresa não coloca essas viaturas ao seu dispôr, como é direito dos gestores.
Segundo a notícia do JN, Luís Delgado diz que o hospital não pode legalmente pagar os quilómetros de deslocação. Se tendo carro do hospital o dirigente pode fazer dele uso pessoal em serviço (e neste caso de e para o Porto), porque há-de ser ilegal o pagamento de quilómetros percorridos em viaturas próprias.
Mas tendo viaturas do hospital, no passado como no presente, até podem ir para férias nessa mesmas viaturas. E neste caso o Hospital não só fornece a viatura como paga o combustível e demais despesas de manutenção, o que deve ficar bem mais caro.
Há porém uma questão que merece ser esclarecida: os anteriores gestores do HDP andavam a pé? Andavam em carros com mais de 20 anos? Ou recebiam os qilómetros percorridos nas próprias viaturas? Como se deslocavam de e para o hospital?
Embora possa ser repetitivo, insisto no que anteriormente escrevi: não me parece razoável como medida de boa gestão a compra de carros sport (que com sabemos são sempre mais caros que as outras versões) e não são propriamente viaturas de serviço. Por outro lado, quem no passado criticou as "mordomias" dos gestores SA's, não devia agora calar-se.
A terminar digo ainda que é eticamente reprovável que quem quer que seja do MS, da U.Missão e da ARS do Centro venha criticar e sobretudo publicamente (conforme o JN), as decisões dos CA's dos HH SA's.. É que, não lhes devem faltar telhados de vidro e desde logo no uso e abuso de viaturas do Estado sem que a tal tenham legalmente direito.

11:01 da tarde  
Blogger RAF said...

Que tema tão miserável. Cada carro não chega a 25 mil euros. Muito abaixo do plafond das viaturas de qualquer gestor público. Eles próprios compraram viaturas abaixo do seu próprio plafond.

Qualquer cargo directivo de uma empresa da dimensão do hosptal de Aveiro atrbui aos seus colaboradores viaturas de valores mais elevados. Quanto mais da administração.Queriam o quê, que as pessoas prescindissem daquilo a que têm direito?

Queria ver se algum dos senhores estivesse na situação de administrador, o que faria.

De facto, Portugal é o país da inveja. Tenham vergonha na cara e vão mas é trabalhar. Este blogue é um portal de ressabiados por falta de tacho.

11:20 da tarde  
Blogger xavier said...

Um grande abraço para o meu colega José Marques Serralheiro que eu já não vejo há longos anos.

12:46 da manhã  
Blogger tonitosa said...

RAF,
Julgo ser a primeira vez que leio um seu comentário. Se vem por bem, seja bem vindo.
Mas o Saúde SA não merece a sua desconsideração.
Acho que de um modo geral se têm abordado problemas da Saúde com seriedade. Mas, obviamente, não pode deixar de criticar-se o que cada um acha mal, tal como se deve expressar apoio ao que julgamos estar bem. E temos naturalmente ideias muitas vezes divergentes.
Como se pode constatar eu até concordo com a sua opinião.
Os senhores da comunicação social, que são directores ou gestores têm concerteza viaturas das empresas e outra mordomias. Não lhes reconheço por isso moral para notícias como esta do JN.

12:50 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Um Honda Sport !

11:11 da manhã  
Blogger RAF said...

Admito, caro joaopedro, que preferisse ficara falar e a concordar com os habitueés deste blogue.

Agora, nem sei porque me chama «ressabiado». Essa palavra é mais adequada para classificar quem faz um chinfrim por causa de três «popós» de valor inferior a 25 mil euros.

Se a substituição é polémica, discutam a substituição; se o trabalho estava a ser bom, argumentem com os resultados atingidos pela anterior administração; se os actuais nomeados não têm perfil, apontem as lacunas dos seus CV's para o exercício do cargo; agora, discutir com os «popós» não é, desculpem, um argumento válido.

E já agora, o facto da comunicação social pegar neste assunto apenas prova que qualquer lixo serve para vender jornais.

Caro(a) SantaMaria,
Engana-se; venho, e voltarei mais vezes. E a crítica que faço é dirigida a quem se sente incomodado com uns carritos.

Caro(a) tonitosa,
Não é de facto a primeira vez que venho a este blogue, e inclusive em tempos escrevi sobre ele no Blasfémias (blogue onde já não colaboro).

Cumprimentos a todos; aos mais nervosos, recomendo que tomem um calmante (genérico, de preferência).

2:02 da tarde  

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