terça-feira, janeiro 3

Revolução das Urgências


A secretária de estado adjunta e da saúde, Carmen Pignatelli, vai promover ainda este mês uma sessão pública para apresentação do projecto de reorganização da rede nacional de urgências.
Este projecto tem por base os seguintes vectores:
1.º- concentração: redução em cerca de 50% do número de urgências hospitalares actualmente em funcionamento (73);
2.º- requalificação: criação de urgências polivalentes para os casos mais graves, intermédias e serviços de urgência básica (centros de saúde);
3.º - A alteração do regime de remuneração dos médicos das urgências hospitalares, através da criação de um sistema de pagamento base e um pagamento flexível baseado em vários critérios ( número de doentes atendidos e critérios de qualidade).
Esta profunda reestruturação da rede de urgências, parece, à primeira vista, ter o apoio dos sindicatos e da ordem dos médicos, com quem, aliás, CP tem negociado incansavelmente o conjunto de medidas a implementar.

8 Comments:

Blogger xavier said...

O problema que poderá surgir em relação a este projecto é a necessidade de reduzir o número de horas extraordinárias dos médicos das urgências levar tudo a perder.

A requalificação das urgências é uma necessidade sentida por todos os dirigentes médicos
Carlos Santos (SIM), por exemplo, considera que "há urgências que só atrasam a transferência do doente. Era preferível que as ambulâncias não parassem."

O problema contra é essencialmente a redução do rendimento do pessoal médico que a alteração do sistema de remuneração poderá implicar.

É evidente que há que contar com a reacção das populações sentindo-se lesadas no acesso a este tipo de cuidados.

11:40 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ao Dezcartes,
Nos liceus, tanto quanto me recordo, não havia Ciclo Preparatório.
Aí a designação creio que era Primeiro Ciclo Liceal.
Mas de Luanda guardo muitas e boas recordações.

12:36 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Ao Raven,
Mantenha a vontade de rir, dizem que faz bem à saúde. Volte ao post do S. Basílio...
Um abraço

12:38 da manhã  
Blogger tonitosa said...

A reorganização das urgências não deixa de ser importante, mesmo muito importante, na reforma dos serviços de Saúde.
As populações não deixarão de contestar o encerramento mas, como carneiros (com o devido respeito) acabarão por integrar o "pacífico rebanho".
Ao Governo cabe assegurar o acesso a cuidados de saúde de todos os cidadãos e garantir que os mesmos sejam prestados com humanização e qualidade.
O encerramento de urgências só não terá muito graves consequências para as populações se for assegurado um verdadeiro serviço de "emergência médica" que permita a prestação de primeiros socorros com qualidade e competência. Para tal terá que ser criada uma eficaz rede de "comunicações e transporte" de doentes para os SU a que devam ser destinados. E isso não deixará de ter custos, económicos e sociais. E exigirá mais e melhor formação de paramédicos.
O "afastamento" dos SU's será um factor dissuasor para as "falsas urgências" e nisso parece estar apostado o Ministério da Saúde. Mas, mais uma vez as vítimas vão ser as pessoas residentes no interior profundo do país. Nos grande aglomerados urbanos o recurso às Urgências continuará a verificar-se, mesmo em situações de "falsa urgência". E é nos grandes centros que as coisas estão mais complicadas.
O MS parece querer resolver os problemas nas Urgências dos HH Centrais à custa do maior sacrifício das populações rurais.
E isso não é justiça social e igualdade. O Estado Social ficará mais pobre e mais descaracterizado.
Ficará o País mais rico?
Se a OM está de acordo, então é porque conseguiu já dar a volta ao MS e ver na mudança anunciada uma forma de melhorar as remunerações dos médicos. E dentro de pouco tempo estaremos a gastar mais com salários médicos para os mesmos serviços.
Teremos algo semelhante ao que aconteceu com o regime de exclusividade.
A OM já demonstrou, mais do que uma vez, que "não dá ponto sem nó" quando se trata de defesa dos interesses da classe.
Quanto ao SIM a sua concordância nem deve ser surpresa.

1:05 da manhã  
Blogger ricardo said...

A nossa análise sobre esta matéria parte de um pressuposto errado: que a Saúde em Portugal em termos de acessibilidade é das melhores do mundo.

E não é verdade.

Basta ler o excelente tranalho,
"Geografias da Saúde e do Desenvolvimento, Evolução e Tendências em Portugal" de
Paula Santana, para chegarmos à triste conclusão que as assimetrias são enormes e que o acesso faz facilmente para quem tem cunhas, vive nas cidades e padece de casos menos graves.

Concordo que estas medidas irão porventura piorar ainda mais o acesso das populações do interior no acesso aos cuidados de saúde.
É mais uma achega para a desertificação do interior.

1:26 da manhã  
Blogger saudepe said...

Alguém sabe quem foi nomeado para o IPO PORTO para substuir a equipa do Artur Osório ?

1:38 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Hoje a comunicação social dá a conhecer mais uma medida do MS: o financiamento dos HH e C'sS com base no número de utentes da respectiva zona e não nos cuidados prestados. Certamente o Xavier não deixará de postar o tema.
O sistema anunciado vai colocar em causa desde logo a liberdade de escolha consagrada na lei.
Depois terá que perguntar-se: como são financiados os HH onde haja uma forte presença de população envelhecida que recorre aos seus serviços com maior frequência? E como serão financiados os hospitais especializados? Se os hospitais deixam de "ter interesse na produção" como base principal de financiamento, não se corre o risco de degradação da qualidade?
Para já fica apenas uma breve reflexão, sendo, como parece, uma alteração de evidente complexidade e que certamente há-de passar por adequada avaliação do MS. Provavelmente, como acontece com as trasnferências para outros organismos como as autarquias locais, o critério tenderá a ser misto: englobanmdo uma parcela fixa e outra variável. Aguardemos.

11:14 da manhã  
Blogger saudepe said...

agradeço ao hospitaisemsaude2006 a informação.

1:48 da tarde  

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