Vozes de Burro,
não chegam ao céu.
«O ministro Correia de Campos devia poder ir mais longe. Ou seja, sendo claro que a saúde é para todos, é bom que se possam discutir modelos mais agressivos de garantir essa universalidade. Há três fundamentais: o ‘opting out’ (porque mantém a universalidade mas dá liberdade), a construção por privados de hospitais para nichos (só de operações, por exemplo) e, finalmente, um (grande) aumento das taxas moderadoras (para libertar as urgências dos excessos). Tudo isto sem falar de esquerda ou direita - apenas de cuidados de saúde eficazes».(link)
Martim Avillez Figueiredo, DE 12.01.06MAF pertence ao grupo dos que desconhecem que a maioria dos HH dos EUA são instituições de carácter não lucrativo. Pelos vistos para se chegar a director do DE basta ter lata para atirar para o ar baboseiras destas. Dr. Mário Baptista explique lá ao MAF o que é que o 'opting out' faria ao nosso sistema de saúde se CC decidisse implementá-lo entre nós.
3 Comments:
MAF escreve as gracinhas que os senhores que lhe pagam querem que ele escreva.
A opção dos cidadão por um seguro privado levaria à implosão do nosso sistema de saúde construído com base no princípio da solidariedade.
Os cidadão com poder de compra saíriam naturalmente do sistema, deixando apenas os mais pobres e necesitados de cuidados a contribuir.
Foi o que aconteceu no Brasil com o Serviço Unitário de Saúde.
As classes média-alta e alta que são quem detém o poder de compra neste país saíram do sistema.
O cidadão que se dirige ao hospital público arrisca-se a não ter assistência por falta de recursos.
Dái a brilhante ideia da criação dos dos nichos que já existem em relação à terceira idade.
Enquanto os nossos velhos da generalidade da população se arrastam pelas soleiras das portas à mingua, os senhores cheios de guito pagam mensalmente 3.000 euros sem extras nos lares de luxo da Mello Saúde e ESS.
É esta a universalidade de acesso aos cuidados de saúde que o senhor Figueiredo defende.
MD (este MD a que me refiro não é o MD presidente da APAH, não é o MD, 2.º porta voz de CC, é o MD presidente da APAH que nós nesta altura precisávamos) defende como solução para o financiamento do SNS a criação de um seguro social, acabando com os impostos gerais como fonte de financiamento da Saúde.
Este seguro social funcionaria fora do Orçamento de Estado, através da criação de um Instituto Financeiro para a saúde para o qual todos os cidadãos descontariam, o qual funcionaria como segurador.
Quanto ao MAF não o devemos considerar como ignorante mas antes como profissional desonesto por se tratar de um jornalista que não fundamenta os seus pontos de vista limitando-se a debitar chavões para impressionar a corja ultraliberal.
Trata-se efectivamente de um ultra primário.
Na área da saúde não vejo como a "saída" do SNS da classe alta e média alta ponha em risco a universalidade do sistema. Na verdade, ao contrário do que acontece com a Segurança Social, a saúde não recebe contribuições directas dos utentes, sendo financiada por impostos. E na verdade já hoje as pessoas abastadas recorrem com frequência a HH privados e a consultórios e clínicas particulares. E ainda bem. Pena é que mais o não possam fazer libertando os recursos públicos para os que na verdade precisam.
A opção (voluntária) por seguro privado, no domínio da saúde, parece-me que não tem consequências directas no SNS, a não ser que o Governo resolva pura e simplesmente acabar com o SNS (o que não decorre dos seguros de saúde) remetendo-nos obrigatoriamente para uma protecção securista.
Diferente é na verdade a situação em que o acesso a determinados cuidados ou é suportado pelos particulares ou é "coberto por diferenciados níveis de seguro".
No texto de MAF o que me parece estar mais em dissonância com um SNS é a defesa de aumentos das taxas moderadoras que pode ter na verdade efeitos adversos na universalidade do sistema. Mas já aqui vi (li) textos em defesa de taxas moderadoras nos SU que impeçam as ditas falsas urgências. Pois bem, a não haver um verdadeiro sistema de assitência suportado em Cuidados de Saúde Primários podemos ter um sistema onde muitos cidadãos não possam aceder a um SU e se houver taxas moderadoras elevadas para os diversos actos médicos e cuidados clínicos o sistema levará defacto à exclusão dos mais pobres.
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