Protocolo ALERT®-ER
O Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, representado pelo seu presidente, José António de Matos Taborda Farinha, e a MNI – Médicos na Internet, Saúde na Internet, SA, sociedade comercial com sede na Rua de António Bessa Leite, 1430, 2º Dto, Porto, com o capital social de 618.000,00 euros, celebraran um Protocolo (Agosto 2005) que pressupõe a formalização, por um número mínimo de 55 (cinquenta e cinco) Hospitais, até 31 de Dezembro de 2006, de contratos de fornecimento de suites de software ALERT®-ER
O referido Protocolo visa ainda estabelecer os termos em que aplicação ALERT® será disponibilizada ao nível das Administrações Regionais de Saúde (ARSs), do IGIF e do Ministério da Saúde sem custos adicionais.
O preço da suite de software ALERT®-ER por cada Hospital aderente é de € 206.000,00 (duzentos e seis mil euros) + IVA, montante que deve ser pago ao longo de 1 (um ano) após a data de assinatura do Contrato de Fornecimento, em mensalidades de € 17.166,67 (dezassete mil cento e sessenta e seis euros e sessenta e sete cêntimos) + IVA.
Trata-se de um negócio de milhões (11.330.000 euros só para aquisição de 55 suites de software ALERT®-ER).
Relativamente ao referido protocolo e à aquisição do sistema ALERT®-ERP para os HH do SNS, pergunta-se o seguinte:
a) - uma vez que este protocolo abrange as ARS's e outros serviços da Administração Central do Estado e HH SPA, sujeitas às leis sobre aprovisionamento, nacionais e comunitárias, será este procedimento legal ?
b) - A decisão de optar pelo software ALERT®-ER para equipar os HH do SNS foi devidamente avaliada face às alternativas existentes no mercado, quer no campo técnico quer em termos de comparação de custos ?
c)- a opção pelo alert teve em conta a futura substituição do SONHO e o objectivo de criação de um sistema de informação hospitalar transversal?
O referido Protocolo visa ainda estabelecer os termos em que aplicação ALERT® será disponibilizada ao nível das Administrações Regionais de Saúde (ARSs), do IGIF e do Ministério da Saúde sem custos adicionais.
O preço da suite de software ALERT®-ER por cada Hospital aderente é de € 206.000,00 (duzentos e seis mil euros) + IVA, montante que deve ser pago ao longo de 1 (um ano) após a data de assinatura do Contrato de Fornecimento, em mensalidades de € 17.166,67 (dezassete mil cento e sessenta e seis euros e sessenta e sete cêntimos) + IVA.
Trata-se de um negócio de milhões (11.330.000 euros só para aquisição de 55 suites de software ALERT®-ER).
Relativamente ao referido protocolo e à aquisição do sistema ALERT®-ERP para os HH do SNS, pergunta-se o seguinte:
a) - uma vez que este protocolo abrange as ARS's e outros serviços da Administração Central do Estado e HH SPA, sujeitas às leis sobre aprovisionamento, nacionais e comunitárias, será este procedimento legal ?
b) - A decisão de optar pelo software ALERT®-ER para equipar os HH do SNS foi devidamente avaliada face às alternativas existentes no mercado, quer no campo técnico quer em termos de comparação de custos ?
c)- a opção pelo alert teve em conta a futura substituição do SONHO e o objectivo de criação de um sistema de informação hospitalar transversal?
Se alguém souber responder, agradecemos.
13 Comments:
Como eu dizia no meu comentário sobre a matéria num outro post (creio que o primeiro sobre o assunto) o preço acordado pressupõe a adesão generalizada dos HH.
Como nos informa o Xavier, é um negócio superior a 11,3 milhões de euros. E aqui as economias de escala são o "grande negócio"!
São legítimas as dúvidas quanto aos procedimentos adoptados, quer sejam legais quer sejam de verdadeira defesa dos interesses do Estado, e até dos particulares, como sejam a transparência e a defesa da concorrência.
Há nisto tudo algo de mistério (ou talvez não?). Já o referi noutros comentários: no tempo de LFP qualquer iniciativa deste género (recordo por exemplo um contrato com uma empresa do Porto (também do Porto) que se dizia associada ao nome de um ex-dirigente do PSD e do contundente ataque que mereceu na comunicação social a decisão tomada. E houve mais casos.
Agora nem um comentário me recordo ter lido nessa mesma comunicação social!
Mas os negócios da Saúde são hoje fabulosos, seja na área informática seja noutras.
Fica-se com a ideia de que "todos comem" - ou seja há negócios para todos - uns vendem isto, outros vendem aquilo, e talvez por isso "todos" estejam contentes e o MS/IGIF a coberto de ataques.
E até a IGS e o TC, que tão preocupados andavam com as práticas seguidas pelos SA's à luz dos seus Pactos Sociais, parecem agora ignorar o que se passa com as mesmas entidades.
As perguntas do Xavier são totalmente pertinentes e pode ainda colocar-se a questão da "autonomia" das organizações. Terão delegado no IGIF? E isoladamente estarão as ARS's e outros serviços da Administração Central a coberto dos mesmos princípios legais na aquisição de bens e serviços?
E que dirá a UE sobre a utilização de fundos comunitários nestes processos? Ou serão os lobbies capazes de ultrapassar obstáculos desta ordem?
Extracto de esclarecimento ao Eduardo Faustino no post "medicamentos na net".
"Satisfazendo a sua curiosidade: sou um trabalhador por conta de outrém, e faço parte desse grupo de "miseráveis (?) funcionários públicos" a que o Governo (de agora e de sempre) decidiu ultrajar".
Um abraço
Voltei a uma leitura breve de Retrato Político da Saúde" da autoria de Jorge Simões.
Pela sua actualidade, e sabendo que a maioria dos colegas conhece esta excelente obra, peço ao Xavier autorização para em jeito de comentário a quase tudo o que até hoje aqui se disse, inserir parte da "Conclusão" do Capítulo 3 do livro.
...
Diz Jorge Simões:
"...O aspecto mais importante no modelo de estrutura hospitalar que se desenha a partir de 1968, e que atesta a sua modernidade, é a aproximação a uma matriz empresarial, princípio que não deixou de ser reafirmado em diplomas posteriores; porém este enunciado não teve continuidade em normas executivas, em aspectos nucleares como são a gestão financeira e a gestão dos recursos humanos.
A história do hospital público português, desde 1968, faz-se através de um diagnóstico, progressivamente aceite, que não esconde a insatisfação da opinião pública e o olhar severo de investigadores perante matérias significativas referentes à economia, eficácia, eficiência, equidade e qualidade do seu desempenho.
Palco de disputas de grupos profissionais, agravadas por conflitos de interesses, a liderança institucional nos hospitais foi-se libertando, com diversas oxilações, do poder médico, disputado progressivamente por enfermeiros e paramédicos e confrontado com o fortalecimento progressivo de uma cultura gestionária".
...
A esperança, como diz o Povo, é a última coisa a morrer! Não matemos a esperança.
Bolas,...! é muita massa... depois ainda dizem que a ANF, através da sua participada Consiste "Esfola" as farmácias suas associadas, com os preços de software, hardware e manutenção que cobra...!!!
De qualquer forma se no caderno de encargos desse dito software ... permite atingir objectivos de organização e poupança devidamente quantificáveis... que se não forem atingidos permitam accionar uma garantia bancaria da empresa fornecedora...
Pode ser um valor aceitável... como dizia um inglês: “who pays peanuts sometimes gets monkeys!!!”.
Veja-se o Director geral de impostos, a propósito da controvérsia sobre o seu salário... O homem vale aquilo que recebe... O combate à fraude evasão fiscal assim como o accionamento dos caloteiros ... valem cada centimo do seu salário em relação ao valor pago aos seus antecessores...!
Isto a propósito dos funcionários públicos...o problema deste país não é dos funcionários públicos, é de todos nós...é um problema de dia após dia consigamos ser mais produtivos e organizados, assumirmos o nosso Karma colectivo sem culpar ou diabolizar o vizinho do lado... Exijas-lhes um pouco mais ano após ano, ... O que se passa é que um ano somos bestiais e no outro somos bestas...
Infelizmente..., os nossos governantes vão tomando medidas que são sempre antagónicas com as dos seus antecessores, cada um tira os seus coelhos da cartola...como de fosse o salvador da pátria... O choque disto o plano daquilo etc... Os hospitais SA , os EP...Uns privatizam outros nacionalizam... Uns querem o modelo assim... outros querem o modelo assado... Sem fazer grandes juízos de valor... como as medidas são antagónicas pelo menos 50% estão erradas... então a malta não avança... e quem é que paga...!??? pagamos todos nós!!!
Caro amigo Tonitosa... aquele negócio da distribuição a 5€ só podia estar a gozar comigo não é verdade... ??? a propósito de bons negócios e rentabilidade vou-lhe dar alguns números...
Preço de matérias primas qualidade USP ou FE no mercado internacional:
Paracetamol 0,75 a 1,5€ o Kg
Aspirina 1 a 2 € o Kg
Ciprofloxacina 10 a 15€ o Kg
Ranitidina 10 a 12 € o Kg
Omeprazol 15 a 20 € o Kg;
Preço fabril de fabricar uma embalagem de 20 a 60 cps 0,75 a 1 €, ...
Isto a propósito de rentablidades “supra normais...” Estava agora a rever a lista das 1000 maiores empresas nacionais, as rentabilidades de cada, o nº de trabalhadores, os impostos pagos etc...e comparado os valores com o conjunto das 2700 Farmácias, e achei curioso que uma empresa tão políticamente correta como o Laboratório Bial, facturou em 2004 - 89, 482 milhões de € só tenha pago em IRC, menos que a média de uma farmácia portuguesa!!!???? Isto é, só teve de resultados líquidos 52 000 € !!!!???
Curioso não acham!!!???
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Com os restantes encargos (formação, suporte técnico, aquisição imediata de muito (muito mesmo) hardware, despesas com obras de instalação e infra-estruturas de rede, mais a implícita renovação do hardware NOVO, após 3 anos) a estimativa global aponta para cerca de 70 milhões de euros em 5 anos de TCO – Total Cost of Ownership.
Isto, para uma aplicação que, note-se, não vai substituir nenhuma das actualmente em uso. Esses 70 milhões de encargos serão para adicionar a todos os outros já existentes.
Qual será a comparticipação dos fundos da UE para este projecto.
À primeira vista parece-nos mais um projecto concebido para torrar milhões.
O que interessa realmente saber é se o produto é bom ou não !!!
Têm a palavra os técnicos.
Xavier,
Mais lenha para a fogueira? Força!Na verdade houve pelo menos um hospital SA que conseguiu durante muito tempo resistir ao "negócio" Alert ainda na fase do seu lançamento entre nós. Hoje, naturalmente (?) vai aderir!
Para além dos custos, que como diz vão muito (muito mesmo) para além da licença software, coloca-se ainda o problema da sua operacionalização. O Alert é na sua base um programa de "gestão de doentes" em SU Geral, e num hospital onde pode afluir, de forma mais ou menos recorrente, excessivo número de doentes, com macas espalhadas por todo o lado (o que ainda caracteriza os nossos hospitais) o sistema tornar-se-á inutilizável. O Alert à primeira vista, numa apresentação power-point, até se pode dizer que vende bem (enche o olho) mas depois surgem os tais aspectos colaterais: instalações, cadência de entrada de doentes, capacidade de reposta dos MCDT, capacidade de internamento para libertaçãodo SU, etc.. E são muito poucos os HH portugeses capazes de reunir as condições adequadas.
Perguntar-se-á: mas então nada se faz? Não é importante a gestão de doentes em SU com conhecimento do mais pequeno pormenor? É necessário mudar no SU hospitalar como noutros. Mas, digo eu, muita da informação que o Alert poderá permitir recolher será de utilidade duvidosa. Quando a informação é muita a tendência, como sabemos, é para o seu abandono. Ninguém tem pachorra para analisar os dados recolhidos.
Por isso uma visão mais realista das coisas talvez nos levasse a optar por programas menos ambiciosos mas nem por isso menos úteis.
Como é que a equipa de CC terá recebido este dossier !!!
Que andamento terá sido dado ao processo.
Eduardo Faustino,
Como deduz, a minha hipótese de negócio foi apenas uma forma de expressar as minhas dúvidas quanto ao "normal" desenvolvimento de um sistema de vendas de medicamentos com entrega ao domicílio.
Quanto ao milagre dos Impostos, não estou totalmente de acordo consigo. Esta faz-me lembrar aquela anedota da "azeitona cansada". Há sempre quem canse a dita, isto é, há sempre quem semeie os frutos para outros colherem. Há muito se iniciou o processo que havia (e há-de) conduzir ao combate à fraude fiscal. E esse processo estava em adiantada fase de instalação.
Que o trabalho do actual Director é meritório, estamos de acordo mas na verdade temos que perguntar: não havia ninguém da área (trabalhador dos Impostos) capaz de assumir o cargo? Porque razão, de um momento para outro, se passa de um reduzido ordenado de Director Geral para uma das mais altas remunerações no Estado (talvez a mais alta). E que condições foram criadas a outros dirigentes dos impostos?
O que seria de louvar, sobretudo, era se o nosso Director Geral dos Impostos já tivesse sido capaz de por a Banca e outras grandes empresas a pagar o que seria "normal". Na verdade por essa bandas tudo parece estar como dantes(?).
São sobretudo os médios e pequenos contribuintes quem está a ser alvo destas campanhas. Os tubarões, pelo menos por cá, continuam a nadar em águas profundas.
Penso que seria, mais vantajoso, para os hospitais e para o erário publico;
1º Definir qual os paramentos e informação que interessa processar...
2ºDefinir uma formatação para este tipo de ficheiros...
3ºDeixar as empresas desenvolver as aplicações para processar os inputs e outputs...
4º Deixar as empresas concorrer entre si nas soluções de processamento... Que seriam constantemente a ser avaliadas em termos de preço e de desempenho
No fundo criar uma intranet hospitalar e depois intranet entre os diferentes operadores do MS públicos e talvez privados, com níveis de acesso aos dados de acordo com o especificado...
Assim o que se passa. O MS agora vai pagar o desenvolvimento a aplicação de uma empresa... como já o fez internamente e para outras empresas... vai pagar a instalação e a manutenção... Não há garantias que a solução no futuro seja a melhor face aos desenvolvimentos tecnológicos empresariais e orçamentais...
Cumprimentos
Caro tonitosa,
Concordo inteiramente consigo...!!!;
Quando as pessoas discutem, refletem e estão de boa fé chegam necessáriamente a conclusões convergentes...; Infelizmente como eu disse ,neste país, muitas vezes as decisões são tomadas em função de esteriotipos políticos e outros... sem terem em conta a realidade dos factos...ou pelo menos parte importante dessa realidade...
Cumprimentos
Eduardo
Pois, estas contas já são assustadoras, e só estamos a falar ainda no Serviço de Urgência... É só imaginar quando estivermos a falar da Gestão de Doentes em geral (ou seja da substituição do Sonho), bem como do processo clínico electrónico (substituição do SAM e SAPE)... Eu confesso que não tenho imaginação suficiente para tais números... mas o problema é que vão sair do nosso bolso. Parabens tonitosa pelo seu comentário, que subscrevo integralmente.
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