Encerramento das Maternidades
"Não é possível rever uma decisão que é um imperativo técnico. O que está em causa é a qualificação dos locais".(CC)
Oh cambada de analfabetos, ignorantes, estúpidos e outros adjectivos limitativos que não vos permitem perceber o quanto de bom é esta medida técnica, claro, que de política nada tem. CC é político?.
Qualificar uma decisão política que, obviamente, é suportada numa avaliação técnica cuja bondade ninguém de bom senso ainda questionou, como sendo meramente técnica e, como tal, irrevogável …. Alguém já a apelidou de cobardia política. E não deixa de ter razão para o fazer.
As declarações da Bastonária abordam TRÊS questões e omite UMA:
A SEGURANÇA dos blocos de partos poderá, face a uma diminuta casuística, ser questionada. Sobre esta matéria o respectivo colégio da especialidade parece não se ter pronunciado. A sua pronúncia tem assentado na dimensão mínima da equipa técnica capaz de garantir os cuidados médicos necessários às parturientes e recém nascidos. E sob esta óptica alguns blocos de partos poderão não reunir as condições de segurança mínimas por falta de meios humanos.
A dimensão mínima da equipa, a ser tida em conta na decisão de CC, arrasta-nos para a DUALIDADE de critérios do MS. Como muito bem refere a Bastonária “(…) espero que o Governo tenha o mesmo critério com os privados (clínicas) e faça um levantamento da situação, para não haver dois pesos e duas medidas.”
A falta de informação denunciada pela entrevistada poderá suportar algum descontentamento. Não especifica quem é abrangido por este sentimento. Não me repugna admitir que, para além da população, também os profissionais de saúde se sintam altamente prejudicados nos seus rendimentos e na segurança do local de trabalho. Mas, sem sombra de dúvida, o PROTESTO das populações não pode ser ignorado. CC sabe muito bem que a sua decisão é coxa. Mais uma vez tenta resolver um problema económico-financeiro atirando o custo da solução encontrada para cima da população. A esta não é dada melhor resposta que aquela que tinha. E não seria difícil nem muito oneroso fazê-lo.
Mas toda esta problemática é maioritariamente despoletada pela necessidade de travar a DESPESA hospitalar decorrente de irracionalidades há muito criadas e mantidas por muito responsável do MS. E há que assumi-lo. Para além da eventual não existência de segurança técnica estes blocos de partos são, financeiramente, um desastre pelo seu elevado grau de ineficiência. Com o seu encerramento é possível libertar meios capazes de propiciarem melhores cuidados de saúde às populações e, quem sabe, originar manifestações colectivas de apreço, e, ainda, gerar notórias poupanças.
Finalizo recordando a CC a irracionalidade de manter aberta duas urgências na cidade de Lisboa, localizadas a escassas centenas de metros de distância, uma com 16 partos dias e capacidade para muito mais (MAC) e outra com cerca de 5 (HD Estefânia). Haja coragem política para a sua fusão que os critérios técnicos abundam.
Oh cambada de analfabetos, ignorantes, estúpidos e outros adjectivos limitativos que não vos permitem perceber o quanto de bom é esta medida técnica, claro, que de política nada tem. CC é político?.
Qualificar uma decisão política que, obviamente, é suportada numa avaliação técnica cuja bondade ninguém de bom senso ainda questionou, como sendo meramente técnica e, como tal, irrevogável …. Alguém já a apelidou de cobardia política. E não deixa de ter razão para o fazer.
As declarações da Bastonária abordam TRÊS questões e omite UMA:
A SEGURANÇA dos blocos de partos poderá, face a uma diminuta casuística, ser questionada. Sobre esta matéria o respectivo colégio da especialidade parece não se ter pronunciado. A sua pronúncia tem assentado na dimensão mínima da equipa técnica capaz de garantir os cuidados médicos necessários às parturientes e recém nascidos. E sob esta óptica alguns blocos de partos poderão não reunir as condições de segurança mínimas por falta de meios humanos.
A dimensão mínima da equipa, a ser tida em conta na decisão de CC, arrasta-nos para a DUALIDADE de critérios do MS. Como muito bem refere a Bastonária “(…) espero que o Governo tenha o mesmo critério com os privados (clínicas) e faça um levantamento da situação, para não haver dois pesos e duas medidas.”
A falta de informação denunciada pela entrevistada poderá suportar algum descontentamento. Não especifica quem é abrangido por este sentimento. Não me repugna admitir que, para além da população, também os profissionais de saúde se sintam altamente prejudicados nos seus rendimentos e na segurança do local de trabalho. Mas, sem sombra de dúvida, o PROTESTO das populações não pode ser ignorado. CC sabe muito bem que a sua decisão é coxa. Mais uma vez tenta resolver um problema económico-financeiro atirando o custo da solução encontrada para cima da população. A esta não é dada melhor resposta que aquela que tinha. E não seria difícil nem muito oneroso fazê-lo.
Mas toda esta problemática é maioritariamente despoletada pela necessidade de travar a DESPESA hospitalar decorrente de irracionalidades há muito criadas e mantidas por muito responsável do MS. E há que assumi-lo. Para além da eventual não existência de segurança técnica estes blocos de partos são, financeiramente, um desastre pelo seu elevado grau de ineficiência. Com o seu encerramento é possível libertar meios capazes de propiciarem melhores cuidados de saúde às populações e, quem sabe, originar manifestações colectivas de apreço, e, ainda, gerar notórias poupanças.
Finalizo recordando a CC a irracionalidade de manter aberta duas urgências na cidade de Lisboa, localizadas a escassas centenas de metros de distância, uma com 16 partos dias e capacidade para muito mais (MAC) e outra com cerca de 5 (HD Estefânia). Haja coragem política para a sua fusão que os critérios técnicos abundam.
Xico do Canto
5 Comments:
O problema crucial está em que estas reformas requerem investimento e, dinheiro é coisa que não abunda.
O que está a falhar essencialmente é a explicação às populações das alternativas:
HH de destino, transportes, acompanhamento médico e de enfermagem.
Este trabalho tem sido feito mas de forma pouco convincente e com escassez de meios.
Barcelos constitui, por outro lado, um caso especial. É um dos concelhos mais jovens de Portugal com um número elevado de partos.
A necessidade de concentrar recursos e efectuar poupanças significativas justifica a medida de encerramento da maternidade.
A determinação da autarquia e das populações vão ser uma verdadeira prova de fogo para CC.
Vamos ficar a saber, afinal, de que tempera é este ministro.
O resultado desta campanha influenciará certamente outras lutas a desenrolarem-se noutras frentes de batalha.
Pois bem, se o problema fica resolvido assegurando-se o transporte, por exemplo de Barcelos para Braga, (deduz-se que em ambulância devidamnete equipada) acompanhado por pessoal técnico habilitado a "realizar" o parto, porque não enveredar por uma solução porta-a-porta?
Chamava-se a ambulância devidamente equipada (tipo bloco de partos móvel) e ali mesmo, no largo nobre da Aldeia ou na mais linda praça da Vila, se desenvovia todo o processo, de preferência com toda a vizinhança a assitir e à espera de bater palmas ao recém-nascido e seus pais, tendo também já preparado o fogo de artifício para a comemoração do evento.
Não era lindo?!
No fundo, no fundo, estaríamos perante uma versão moderna do parto assistido pela parteira lá da terra de outro tempos.
E todos ficaríamos felizes!
E era mais um passo no "choque tecnológico".
PS - O signatário nasceu em casa (na sua aldeia) com o acompanhamento da parteira. Felizmente tudo terá corrido bem e estou vivo.
Alguém conhece dados sobre mortalidade perinatal nas Maternidades a encerrar?
Espero que com estes nossos comentários CC não considere que somos todos loucos!
A reter naturalmente o comentário do Xico do Canto particularmente quando se refere às urgências na MAC e no D.Estefânia.
Depois, foi sem surpresa que li o comentário do Raven, mas ainda assim com muito "gozo". Sim, com muito "gozo" ainda que saiba que esta minha afirmação não deixará de motivar (o contrário será surpresa!) ataques dos defensores da actual política de gestão dos Hospitais.
Na verdade, já aqui me referi à falta de informação sobre a actividade de 2005 dos HH SA's (ainda eram SA's). O Raven confirma aquilo que todos nós já sabíamos, citando o que se passa no "seu" hospital. Não há informação, não se conhecem os objectivos, não se conhece o Contrato Programa para 2006 e o Relatório do primeiro trimestre.
Enfim não foi dado a conhecer internamente o Relatório de Actividades de 2005.
Como diz o Raven,
... "antes sempre havia o Tableau de Bord da UMHSA. A partir de Junho/2005, népias!
Informação de gestão do site Hospitais EPE: népias a partir de 2004!!! Site do IGIF, à parte os contratos programa: népias!"
Há cerca de um ano (ou mais concretamente 14 meses) já se conheciam a maioria das contas dos HH SA's relativas a 2004. Foram apelidadas pelos seus detractores, capitaneados por CC, como sendo "marteladas" e "fruto de contabilidadee criativa".
Na verdade, não conheço até ao momento nenhuma análise que tenha demonstrado a irregularidade e/ou falsidade das contas de 2004 dos SA's. E bem sabemos a vontade com que o teriam feito os "novos gestores" nomeados.
Conheço casos concretos, isso sim, em que CC utilizou informação distorcida para denegrir a gestão hospitalar (HH SA's), nomeadamente em intervenção na Assembleia da República.
No meu hospital, sempre houve acesso (talvez até com algum exagero) aos Contratos Programa, aos Relatórios, etc. etc. por parte de todos os Dirigentes, Chefes e Coordenadores de Serviços. Na verdade hoje nada disso se passa. Tudo está no segredo dos "deuses" (sim, com d minúculo e entre aspas). Porquê? Não sabemos e por isso somos levados a pensar que ... como quem não deve não teme ... haverá razões para que a informação seja ocultada.
Eles lá sabem porquê! Mudam-se os tempos mudam-se as vontades.
Na verdade, como dizia o AV...temos é que mudar de vida...
Por isso não podemos deixar de apelar aos colegas comentadores deste blog que aqui tragam, se a conhecerem, a informação de que disponham sobre a actividade dos seus hospitais.
Caro Xavier,
Eu sei que este blog trata de Temas de Saúde. Pelo menos assim foi apresentado. Mas como de vez em quando surge um ou outro desvio, permita-me, com a compreensão dos colegas (espero) que aqui deixe um desabafo.
E só posso começas por um valente
PORRA!...
Na verdade depois de se ter visto o Ministro Manuel Pinho na apresentação, com pompa e circunstância, do projecto da nova Refinaria de Sines, ouvir hoje esse mesmo Senhor Ministro admitir que afinal tal não passava de um projecto e que, como tal, pode não se concretizar não estando o Governo em condições de o apoiar, só me apetece dizer: PORRA! É DEMAIS!
Sabemos como foi "fértil" esse período do Governo no anúncio, quase diário, de grandes projectos de investimento. Comentamos aqui no Saúde SA esses "anúncios" e afirmamos que, tais projectos nem sequer eram exequíveis em termos de execução física, nos prazos anunciados.
Pois bem, o meu desabafo aqui fica. Confesso que é um grito de revolta contra esta forma de fazer política. Contra esta forma de (des)governar E sobretudo é a minha manifestação de descontentamento e tristeza por, em minha modesta opinião, Portugal, mais uma vez, não ter governantes capazes de colocar o País no caminho do progresso. Apesar dos sacrifícios que diariamente nos são impostos!
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