segunda-feira, maio 8

Dia da Mãe

Dez mil pessoas deslocaram-se a Lisboa em 115 autocarros que custaram à autarquia cerca de 50 mil euros para se manifestarem contra o encerramento da maternidade de Barcelos.
CC, minimizou os protestos e garante que a decisão é para manter pois "não é possível rever uma decisão que é um imperativo técnico. O que está em causa é a qualificação dos locais".
Para a bastonária da Ordem dos Enfermeiros não tem havido Informação suficiente.
CM – Concorda ou não com o fecho dos blocos?
AS – Há duas coisas muito importantes nesta matéria: uma é a necessária explicação às pessoas de que tem de ser garantida a segurança e é preciso perceber porque as populações reagem.
CM – Há razão nos protestos?
AS – Há eventuais razões para reagir. Porque é preciso saber se está garantido pessoal qualificado para acompanhar as pessoas em ambulâncias devidamente apetrechadas, para que, se acontecer o parto durante o percurso, a intervenção seja feita com segurança.
CM– A segurança não estava garantida?
AS – Dou um exemplo: neurocirurgiões de um serviço só operam uma vez por ano. Ninguém havia de querer ser operado à cabeça por um especialista sem experiência.
CM – É um mal necessário?
AS – Sim, e espero que o Governo tenha o mesmo critério com os privados (clínicas) e faça um levantamento da situação, para não haver dois pesos e duas medidas.
CM, 07.05.06
A bastonária toca num ponto importante. Não basta ao Governo ter razão, será determinante para o êxito desta campanha a competência do Governo na gestão deste processo (interpretação dos protestos das populações, transmissão da informação necessária).

5 Comments:

Blogger tonitosa said...

Muitos foram os protestos e muitos milhares os participantes.
Na verdade apetece dizer: os Deuses devem estar loucos!
Mas não têm os portugueses neste caso direito à indignação?
Será que um aumento de portagens numa Ponte, fortemente contestado e em que participaram figuras proeminentes que vieram a integrar os governos PS (incuindo o actual) representa algo mais gravoso para as populações do que o encerramento de serviços de Saúde e em concreto de maternidades?
Se as razões são de melhoria dos serviços prestados, então seria de esperar que em vez de protestos assitíssemos a aplausos. Mas na verdade o POVO desconfia!
E há casos em que claramente nos parece que não é a falta de "segurança" que está em causa.
É importante o ponto em que a Bastonária toca e a que o Xavier faz referência.
Mas permitam-me que acrescente outro ponto importante, também abordado pela Bastonária: ...espero que o Governo tenha o mesmo critério para os privados.
E nós bem sabemos que nos privados, muitas vezes, não está presente o médico e o enfermeiro. As utentes podem esperar?!

1:41 da manhã  
Blogger Xico do Canto said...

"não é possível rever uma decisão que é um imperativo técnico. O que está em causa é a qualificação dos locais".(CC)

Oh cambada de analfabetos, ignorantes, estúpidos e outros adjectivos limitativos que não vos permitem perceber o quanto de bom é esta medida técnica, claro, que de política nada tem. CC é político?.

Qualificar uma decisão política que, obviamente, é suportada numa avaliação técnica cuja bondade ninguém de bom senso ainda questionou, como sendo meramente técnica e, como tal, irrevogável …. Alguém já a apelidou de cobardia política. E não deixa de ter razão para o fazer.

As declarações da Bastonária abordam TRÊS questões e omite UMA:

A SEGURANÇA dos blocos de partos poderá, face a uma diminuta casuística, ser questionada. Sobre esta matéria o respectivo colégio da especialidade parece não se ter pronunciado. A sua pronúncia tem assentado na dimensão mínima da equipa técnica capaz de garantir os cuidados médicos necessários às parturientes e recém nascidos. E sob esta óptica alguns blocos de partos poderão não reunir as condições de segurança mínimas por falta de meios humanos.

A dimensão mínima da equipa, a ser tida em conta na decisão de CC, arrasta-nos para a DUALIDADE de critérios do MS. Como muito bem refere a Bastonária “(…) espero que o Governo tenha o mesmo critério com os privados (clínicas) e faça um levantamento da situação, para não haver dois pesos e duas medidas.”

A falta de informação denunciada pela entrevistada poderá suportar algum descontentamento. Não especifica quem é abrangido por este sentimento. Não me repugna admitir que, para além da população, também os profissionais de saúde se sintam altamente prejudicados nos seus rendimentos e na segurança do local de trabalho. Mas, sem sombra de dúvida, o PROTESTO das populações não pode ser ignorado. CC sabe muito bem que a sua decisão é coxa. Mais uma vez tenta resolver um problema económico-financeiro atirando o custo da solução encontrada para cima da população. A esta não é dada melhor resposta que aquela que tinha. E não seria difícil nem muito oneroso fazê-lo.

Mas toda esta problemática é maioritariamente despoletada pela necessidade de travar a DESPESA hospitalar decorrente de irracionalidades há muito criadas e mantidas por muito responsável do MS. E há que assumi-lo. Para além da eventual não existência de segurança técnica estes blocos de partos são, financeiramente, um desastre pelo seu elevado grau de ineficiência. Com o seu encerramento é possível libertar meios capazes de propiciarem melhores cuidados de saúde às populações e, quem sabe, originar manifestações colectivas de apreço, e, ainda, gerar notórias poupanças.

Finalizo recordando a CC a irracionalidade de manter aberta duas urgências na cidade de Lisboa, localizadas a escassas centenas de metros de distância, uma com 16 partos dias e capacidade para muito mais (MAC) e outra com cerca de 5 (HD Estefânia). Haja coragem política para a sua fusão que os critérios técnicos abundam.

1:23 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Guidobaldo,
A medida de venda fora das farmácias de MNSRM sempre me pareceu mais um acto de propaganda política do que uma medida capaz de propocionar ao consumidor maior acessibilidade e economia.
Não sei se os preços são ou não mais baixos e limito-me a aceitar esta informação do Expreso e do MSP.
Agora há um facto que me parece de salientar e que ainda ontem constatei em Loures. A loja da Saúde, ou Espaço Saúde, ou lá como se chama, é mais uma espécie de Drogaria: cremes protectores do sol, shampôs e escovas de cabelo e umas quantas "tisanas", aspirinas e coisas que "não fazem bem nem mal".
Foi esta a primeira e grande medida do Governo? Se foi...vou ali e já venho!

4:22 da tarde  
Blogger Francisca said...

Acho que Tonitosa tem razão.
O Estado cada vez "cobra" mais e presta menos e pior.

10:22 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Para completar o comentário de Guidobaldo (na mouche) permito-me acrescentar a célebre frase de Lincoln:

“Pode-se enganar a alguns durante muito tempo; pode-se enganar a muitos durante algum tempo; mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo”.

Infelizmente, estamos num tempo em que qualquer tempo perdido é uma eternidade.

10:50 da tarde  

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