Resultados EPE
Os resultados dos HH EPE, referentes ao primeiro trimestre do corrente ano, não são famosos: subida dos consumos, custos com pessoal e fornecimentos de serviços externos (FSE) face ao período homólogo do ano anterior.
Para Francisco Ramos, é necessário «aprofundar o acompanhamento» da gestão dos hospitais e dizer às administrações que são necessárias medidas para cumprir as metas»link
Para Francisco Ramos, é necessário «aprofundar o acompanhamento» da gestão dos hospitais e dizer às administrações que são necessárias medidas para cumprir as metas»link
E fazer-lhes lembrar a promessa do ministro: se as coisas continuarem assim, no fim do ano, out !
3 Comments:
Aqui está uma notícia que poderia merecer um "bom" ou "mau" comentário.
Mas não. Como noutras circunstâncias afirmei, acho que a análise carece de mais e melhores dados. Há que avaliar as causas que podem justificar estes aumentos. Até porque, diz a notícia, a taxa de crescimento dos custos totais caíu.
Maiores custos poderão estar associados a maior produção.
E houve aumentos dos salários que em 2005 não tiveram lugar.
Será assim?
A verdade é que FR parece reconhecer a necessidade de conter o ritmo de aumento dos custos!
Aguardemos com serenidade ainda que, ao que conhecemos, as coisas não estejam a correr de feição.
Para Francisco Ramos, é necessário «aprofundar o acompanhamento» da gestão dos hospitais e dizer às administrações que são necessárias medidas para cumprir as metas»link
Se não estivéssemos perante um assunto extremamente sério e importante, daria uma sonora gargalhada.
Mas é necessário dizer às administrações o que é necessário fazer? Que são necessárias medidas para cumprir as metas?.
Recentemente, neste blog, alguém afirmava que era preciso mais e melhor gestão. O LEITOR DA SAUDESA afirma que … É na prática clínica hospitalar que se situa o epicentro do desperdício...
Estas duas afirmações são, na minha opinião, incontestáveis e apesar de aparentemente parecer nada terem a ver uma com a outra julgo que encerram o cerne de muitos dos problemas do SNS. É, contudo, uma apreciação redutora do problema atirar culpas para os gestores, os de ontem e os de hoje, ou para os clínicos e outros profissionais de saúde. Não quero com isto dizer que não tenham a sua quota-parte.
Os gestores e os profissionais de saúde comportam-se muito em função das motivações a que são sujeitos, tal como qualquer outro profissional de uma qualquer empresa. E o sucesso de qualquer organização passa, também, pela forma como é capaz de mobilizar os seus colaboradores através da dupla vertente motivacional do bónus/malus ou, do pau e da cenoura.
Uma gestão de sucesso passa, necessariamente, pelo permanente envolvimento dos seus colaboradores de todos os níveis. Que se passa nos serviços de saúde? As denúncias das práticas de ausência de políticas de gestão da motivação, postadas neste blog, são bem esclarecedoras da nossa realidade.
Quando se fala na necessidade de racionalizar o consumo de medicamentos, reduzir a sua despesa e a tendência galopante do seu crescimento que iniciativas motivacionais, bem organizadas, encontramos no terreno? As da industria farmacêutica que promovem o oposto dos desejos do MS. E mais não digo.
Quando FR faz as afirmações sobre a necessidade do cumprimento de metas do que é que está à espera? Que motivações têm os gestores, seus amigos e escolhidos, para se preocupar com isso? FR e CC, tal como outros titulares do MS, não podem fazer gestão à distância e através de medidas administrativas, tão queridas da nossa administração pública. Do que é que está à espera quando decreta as metas que os outros têm de cumprir e que, para a sua definição, não foram vistos nem achados? Quando obriga as administrações a assinar um documento a que chama de contrato programa quando se trata de uma imposição, de uma vontade unilateral, e não dum acordo entre duas partes? Já alguém foi penalizado pelo seu incumprimento? Qual é o prémio para os bons desempenhos?
Que se analisem as MOTIVAÇÕES e enquanto forem as que são não se espere por melhores resultados.
Que se permitam as boas práticas de gestão, com gestores qualificados, sem as habituais interferências dos políticos, com responsabilização e recompensa em função dos resultados ACORDADOS e as coisas alterar-se-ão no sentido da boa utilização dos nossos impostos e da boa prestação dos cuidados de saúde de que a população carece.
Concordo com o Xico do Canto, quase em tudo o que diz.
Apenas uma pequena discordância ou talvez mesmo apenas um dúvida. Tem a ver com motivação. Nunca entendi muito esta ideia de motivação, motivada (passe o termo) pelo dinheiro. E talvez seja mesmo outra a motivação que o Xico do Canto pretende destacar.
E não me parece que os "gestores" de confiança do MS tenham razão para não estarem motivados. A não ser que eles próprios não acreditem no seu Ministro e Secretários de Estado; ou que estejam em desacordo e a "boicotar" a política do Governo (o que será pouco provável).
Eu entendo (e sei lá se é defeito meu?) que quem aceita determinadas funções ou cargos, livremente; quem aceita trabalhar mediante uma certa remuneração, não tem motivos para não ter motivação. A não ser que seja "mercenário".
Sempre me senti bem no desempenho de funções públicas e sempre entendi, e entendo, que nós, trabalhadores da função pública, temos o dever de missão ao serviço dos cidadãos (da coisa pública) e por isso, em lugares de Gestão, Direcção e Chefia, não tem cabimento invocar-se a falta de motivação.
Quem o faz, quem entende que lhe falta motivação para o bom desempenho do cargo, deve pura e simplesmente por o lugar à disposição do MS.
Compreendo a falta de motivação mas não no desempenho de cargos dirigentes; compreendo a falta de motivação da generalidade dos trabalhaores do Estado que tão mal tratados têm sido desde há muitos anos.
Aí, sim, a falta de motivação pode explicar o desinteresse, o pouco empenho e até mesmo a inércia.
Em cargos como os de Gestor EPE ou SPA não aceito argumentos como a falta de motivação. Serão, isso sim, a falta de competência e a atitude eventualmente cobarde (de não bater com a porta) que poderão explicar a má gestão.
Um abraço ao Xico do Canto
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