segunda-feira, julho 17

A Incineradora do Parque, outra vez


«A única incineradora de resíduos hospitalares perigosos de Portugal, localizada no Parque de Saúde de Lisboa, nos terrenos do Hospital Júlio de Matos, explodiu na quinta-feira passada, provocando o pânico nos trabalhadores. Desde então, o processo de tratamento de resíduos hospitalares está suspenso naquela unidade. link
O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), empresa responsável pela incineração, confirma o incidente e garante que já foi aberto um inquérito para apurar as causas.
Lurdes Hill, do conselho de administração do SUCH, instalado na Avenida do Brasil, em Lisboa, explica ao CM que "este tipo de situações por vezes acontecem quando algum material é colocado incorrectamente nos contentores depois recolhidos pela empresa". "Suspeitamos que tenha sido essa a causa deste problema. Ainda não sabemos se terá sido exactamente isso, mas já foi aberto um inquérito para apurar a origem", acrescentou, tranquilizando: "Não houve feridos. Foi mais o barulho do que os danos provocados."
A situação não deixou, porém, de preocupar os trabalhadores. Como é do conhecimento geral que a incineradora só trata os resíduos do 'Grupo Quatro', considerados os mais perigosos, o enorme estrondo provocou inquietação. No entanto, Isabel Santiago, do gabinete de comunicação do SUCH sossega, dizendo que não há qualquer risco para a saúde pública.
Neste momento, a incineradora do Parque de Saúde de Lisboa não está em funcionamento, uma situação que obriga à exportação dos resíduos para o estrangeiro - Bélgica e Espanha são, em regra, o destino. A responsabilidade do transporte dos resíduos hospitalares é do SUCH.»
correio da manhã, 29 junho 2006
Esta notícia do CM levanta um conjunto de questões:
a) Como é que a senhora Isabel Santiago pode garantir, após o rebentamento da incineradora, que não houve prejuízo para a Saúde Pública;
b) "Não houve feridos. Foi mais barulho..." . Talvez um barulhinho... Com explicações destas, pouco se adianta;
c) - Houve ou não houve uma explosão e danos graves na incineradora ? Houve ou não houve libertação de materiais perigosos? ;
d) Como é que os media (com excepção do CM) não passaram esta notícia do máximo interesse para o opinião pública?;
e) E a Quercus ? A que se deve o silêncio da Quercus ?;
f) O que leva o senhor ministro da saúde a teimar na manutenção deste equipamento em plena cidade de Lisboa, colado a bairros residenciais, com iminente perigo para a saúde da população ?

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5 Comments:

Blogger tambemquero said...

Uma questão que pouco importa para a análise deste caso:
O incinerador já se encontra licenciado ?

Por outro lado, há o bom senso.
Manter este tipo de equipamento no meio de uma zona residencial, por mais seguro que seja, e competente o SUCH, responsável pela sua exploração, não é de todo indicado.

Lurdes Hill, Luís Pedroso de Lima,
Paula Nanita, aequipa responsável pela gestão do SUCH.
Mais parece uma equipa de canasta.

Senhor ministro, tire-nos, por favor, eta bomba da soleira da porta.

12:42 da manhã  
Blogger ricardo said...

Senhor Ministro:
Ainda se vai descobrir, daqui a algum tempo, uma especial incidência do cancro do pulmão nos moradores desta zona, bem como nos trabalhadores do Parque da Saúde.

O que o Estado terá de pagar então no tratamento desses doentes dá para custear o investimento de um novo equipamento a instalar numa zona mais adequada.

Os nossos cuidados continuam a ser essencialmente curativos.
A prevenção é ainda fogo de vista.

1:49 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Maus Caros Colegas de Blog,
Se Isabel Santiago, ilustre jornalista da nossa praça (alguém já ouviu falar dela?!) disse...está dito. Ela sabe mais que todos nós destas coisas! Quem não se lembra dela na U.M. SA's?
Mas seria de esperar outra coisa da Comunicação Social? E da Quercus?
Uma boa "relação profissional" tudo resolve!

6:23 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Que tal a SaudeSA organizar m campeonato de Canasta este Verão ?

2:07 da manhã  
Blogger Xico do Canto said...

A incineração dos resíduos hospitalares de grupo 4 é uma situação mal resolvida em Portugal. A incineradora do Hospital de Julio de Matos, propriedade do SUCH, foi a única que restou do conjunto de inceneradoras/fornalhas que existiam em cada um dos nossos hospitais e onde eram queimados os resíduos sólidos, sem qualquer triagem.



Por força da legislação entretanto aprovada aquelas incineradoras, algumas eram autênticas fornalhas, não tendo sido requalificadas foram encerradas. A requalificação da incineradora do H. Júlio de Matos nunca mereceu, na opinião da Quercus, reconhecimento formal de conformidade com a lei. Mas é a única que nos vai safando.



Na maioria dos países comunitários os resíduos sólidos hospitalares são incinerados nos mesmos locais dos resíduos urbanos e, tanto quanto se sabe, sem qualquer problema acrescido.



A deslocalização da incineradora do H. Júlio de Matos seria um ganho ambiental para a cidade de Lisboa, mas não a quero perto de mim (pensamento de cada cidadão e, principalmente, de cada autarca a pensar nas próximas eleições).



Um dia terá de haver coragem política para resolver este problema através da incineração nas incineradoras de resíduos urbanos ou em incineradoras dedicadas em local que menos incómodo crie. Até lá quem tiver o lixo entre mãos que se desenrasque (pensamento dos nossos políticos).

2:46 da tarde  

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