Novos Leitores
Bom dia
Só agora tive conhecimento do v/ site.
Face ao continuado desenvolvimento dos meios de diagnóstico, à generalização das medicinas preventiva e defensiva e à expansão de "novas" e "velhas"doenças com a SIDA, o cancro e as "auto-imunes", parece-me inevitável o crescimento da despesa de saúde. Vejo, por isso, como cidadão (e economista), com muita preocupação as reformas tímidas de CC.
Tenho perguntado, por exemplo, a vários profissionais de saúde qual o obstáculo à imposição da prescrição electrónica e por unidose nos hospitais centrais e regionais, com venda dos mesmos medicamentos em farmácias hospitalares. Até hoje, não ouvi argumento desfavorável que me parecesse convincente.
Recentemente, remeti esta pergunta para o Gabinete do Ministro, não tendo obtido resposta directa à questão.
Sendo estimado que 50% dos medicamentos terminam no lixo - e falamos de muitíssimas centenas de milhões de contos/ano - esta medida não libertaria os recursos de que o Estado necessita para melhorar a rede de cuidados primários de saúde? Ou para dispensar os doentes sujeitos a radioterapia de se deslocar a 3 ou 4 pontos do país, o que é próprio do Terceiro Mundo?
É possível esclarecerem-me (através do site ou por e-mail) sobre as razões que impedem a tomada da medida acima referida, já que parece tão óbvia?
Isto para não falar noutras como a importação de genéricos (quando substanciamente mais baratos que os do nosso mercado), a limitação da comparticipação em exames de última linha (ressonâncias magnéticas, colonoscopias, etc) caso não requisitados no âmbito do SNS ou sujeitos à suatriagem, etc.
Outra medida seria a restrição da acumulação de coberturas para os beneficiários de sub-sistemas. No meu caso (e não deveria ser necessário dizê-lo), consigo adquirir medicamente gratuitamente, acumulando as comparticipações do SNS + Subsistema + Seg. Saúde Empresa + Protocolo entre Grupo Desportivo e Farmácia. Será que isto incentiva ao uso racional do medicamento?
E como se justifica e se aceita que 3 ou 4 hospitais (Setúbal, Minho, ...) representem mais de 50% do défice da rede dos Hospitais SA (EP)?
A generalidade dos cidadãos não tem a mínima noção do custo dum acto clínico. Não deveria tender-se para uma situação em que o utente pagasse, por exº, 1% da despesa incorrida (em vez das taxas moderadoras)? Desta forma, os cidadãos passariam a valorizar de outra forma o servico público de saúde, porque saberiam calcular o esforço do Estado?
Aguardo o v/ esclarecimento. Cumprimentos,
Eduardo Gravanita
Só agora tive conhecimento do v/ site.
Face ao continuado desenvolvimento dos meios de diagnóstico, à generalização das medicinas preventiva e defensiva e à expansão de "novas" e "velhas"doenças com a SIDA, o cancro e as "auto-imunes", parece-me inevitável o crescimento da despesa de saúde. Vejo, por isso, como cidadão (e economista), com muita preocupação as reformas tímidas de CC.
Tenho perguntado, por exemplo, a vários profissionais de saúde qual o obstáculo à imposição da prescrição electrónica e por unidose nos hospitais centrais e regionais, com venda dos mesmos medicamentos em farmácias hospitalares. Até hoje, não ouvi argumento desfavorável que me parecesse convincente.
Recentemente, remeti esta pergunta para o Gabinete do Ministro, não tendo obtido resposta directa à questão.
Sendo estimado que 50% dos medicamentos terminam no lixo - e falamos de muitíssimas centenas de milhões de contos/ano - esta medida não libertaria os recursos de que o Estado necessita para melhorar a rede de cuidados primários de saúde? Ou para dispensar os doentes sujeitos a radioterapia de se deslocar a 3 ou 4 pontos do país, o que é próprio do Terceiro Mundo?
É possível esclarecerem-me (através do site ou por e-mail) sobre as razões que impedem a tomada da medida acima referida, já que parece tão óbvia?
Isto para não falar noutras como a importação de genéricos (quando substanciamente mais baratos que os do nosso mercado), a limitação da comparticipação em exames de última linha (ressonâncias magnéticas, colonoscopias, etc) caso não requisitados no âmbito do SNS ou sujeitos à suatriagem, etc.
Outra medida seria a restrição da acumulação de coberturas para os beneficiários de sub-sistemas. No meu caso (e não deveria ser necessário dizê-lo), consigo adquirir medicamente gratuitamente, acumulando as comparticipações do SNS + Subsistema + Seg. Saúde Empresa + Protocolo entre Grupo Desportivo e Farmácia. Será que isto incentiva ao uso racional do medicamento?
E como se justifica e se aceita que 3 ou 4 hospitais (Setúbal, Minho, ...) representem mais de 50% do défice da rede dos Hospitais SA (EP)?
A generalidade dos cidadãos não tem a mínima noção do custo dum acto clínico. Não deveria tender-se para uma situação em que o utente pagasse, por exº, 1% da despesa incorrida (em vez das taxas moderadoras)? Desta forma, os cidadãos passariam a valorizar de outra forma o servico público de saúde, porque saberiam calcular o esforço do Estado?
Aguardo o v/ esclarecimento. Cumprimentos,
Eduardo Gravanita
Ponho a debate as questões lançadas pelo Eduardo Gravanita. Quem souber e estiver disposto a avançar respostas, agradeço.
13 Comments:
A generalidade dos Hospitais já tem distribuição unitária a funcionar.
Quanto à requisição "on line" tem avançado nos últimos anos.
Quando a aplicação era só do IGIF a coisa estava emperrada. Desde que o MS passou a pagar milhões de euros para as empresas privadas a coisa tem avançado embora lentamente.
Relatvamente a este problema, O caro amigo EG pôe a tónica nas ferramentas, quando o problema essencial está no prescritor.
Falta implementar disciplina na prescrição médica = a rigor terapêutico + eficiência económica = eficiência terapêutica.
Como se justifica e se aceita que 3 ou 4 hospitais (Setúbal, Minho, ...) representem mais de 50% do défice da rede dos Hospitais SA (EP)?
Eis uma boa questão para o Tonitosa responder.
«A generalidade dos cidadãos não tem a mínima noção do custo dum acto clínico»
Já agora mais uma pergunta, e o Estado tem? Existe algum sistema de contabilidade analítica nas instituições de saúde?
O Dr. Gravanita coloca algumas questões pertinentes. Mas as perguntas são sempre mais fáceis de fazer do que encontrar soluções para os problemas levantados.
Tem havido avanços (e às vezes recuos) nos sitemas de informação visando o controlo da prescrição (e não só) e há mesmo hospitais onde nos últimos anos foram dados passos significativos.
Quanto ao desperdício, totalmente de acordo. Mas...(e parece haver sempre um MAS) a prescrição por unidose (já adoptada nos hospitais como refere o Ricardo) é potenciadora de poupanças mas tem também algumas dificuldades. Desde logo em termos de custos de embalagem e manipulação, podendo encarecer o custo de produção. Depois (digo eu que sou apenas um utente) as doses e períodos terapêuticos são em muitos casos cientificamente testadas e estabelecidas e é com base nessas "recomendações" que o médico faz a prescrição por embalagem; o desperdício tem muito mais a ver com o comportamento do doente que, logo que se acha melhor, abandona o tratamento; nem sempre com bons resultados, como sabemos. Talvez um mais forte incentivo à entrega nas farmácias dos "excedentes" possa ter resultados positivos nesta matéria.
Quanto ao défice da "rede dos hospitais" SA(EP) não tenho dados que me confirmem que o mesmo seja representado em mais de 50% por 3 ou 4 hospitais. Se o Dr. Gravanita puder ser mais preciso, poderei voltar ao assunto.
Finalmente uma pergunta para o Dr. Gravanita: se os cidadãos não têm a mínima noção do custo de um acto clínico, se não há concorrência entre prestadores, como se pode considerar que 1% do custo é justo? 1% de que custo?
E já gora ainda outra pergunta: no seu caso esse 1% não seria suportado pelo seu subsistema+seguro+...qualquer outro apoio?
É que nem todos os utentes beneficiam de subsistemas e seguros e talvez esses não estejam de acordo consigo.
Não é verdade que os genéricos estrangeiros sejam mais baratos que os portugueses. Aliás, até há várias situações em que sucede precisamente o contrário.
O elevado preço dos genéricos que se vendem em Portugal (que faz com que estes contribuam mais para os custos totais com medicamentos que para o número de embalagens consumidas) deve-se essencialmente a três originalidades legislativas que existem entre nós:
- O facto da comparticipação destes medicamentos ser indexada ao genérico mais caro e não ao mais barato;
- À insólita existência de genéricos de marca;
- À possibilidade dos médicos proibirem que os doentes optem pelo medicamento bioequivalente mais barato.
O sistema de distibuição de medicamentos por dose unitária está generalizado na maioria dos HHs do SNS, como diz o Ricardo.
Acontece que em muitos hospitais funciona mal e nalguns de forma negligente.
Os Serviços dos hospitais acumulam stocks de segurança que vão engordando, constituindo-se em verdadeiros depósitos de medicamentos que fazem concorrência ao armazém da Farmácia Hospitalar.
As caixas de distribuição com as tomas individuais quando chegam aos serviços são geralmente arrumadas numa sala de trabalho e, os medicamentos, a partir daqui, distribuídos aos doentes conforme dá jeito a cada equipa de enfermagem de serviço, quebrando-se as regras da distibuição unitária.
Não há reuniões periódicas para análise dos problemas e posterior introdução das correcções necessárias.
O número de falhas e erros é elevadíssimo.
Trata-se de uma boa matéria para desenvolvimento de um estudo sobre a qualidade dos nossos sistemas de distribuição unitária.
Como entre nós não há sistemas de informação capazes vivemos na santa ignorância dos danos causados pela negligência de funcionamento destes sistemas de distribuição.
A requisição "online" já está implementada numa vintena de HHs (penso que o site do Igif tem informação sobre este programa).
O HUC foi, penso eu, o primeiro a avançar e onde o processo de implementação está mais desenvolvido.Penso que não está ainda implementado em todos os serviços.
O IGIF desenvolveu uma excelente aplicação que foi preterida a favor de uma aplicação desenvolvida por uma empresa privada que passou a cobrar rios de dinheiro ao MS (o custo da assistência técnica é proibitivo).
As empresas privadas já facturam ao MS milhões de euros anualmente.
O certo é qe não há ainda um sistema de informação nacional que permita comparar os consumos e os custos relacionados com a actividade de prestação de cuidados entre hospitais do SNS.
Não conseguimos avaliar, por exemplo , o custo comparativo em medicamentos, por doente tratado da especialidade de oncologia, dos HHs de São João, Santa Maria, Joaquim Urbano, São Bernardo, IPOs.
Andamos ainda às apalpadelas.
E era com isto que o senhor miistro se devia preocupar prioritariamente.
Com os Sistemas de Informação que temos as Administrações dos HHs fazem milagres.
Meu caro Dr. Eduardo,
Começo por esclarecer o seguinte: efectivamente não li na comunicação social os números a que se refere; porque efectivamente nem todos os dias compro (todos) os jornais! Por isso lhe disse, com sinceridade, que não tinha dados.
Quanto à dose de cinismo do meu comentário, não se trata de boa dose de cinismo nem de má dose de cinismo. Trata-se de colocar as coisas tal como as avalio. E nisso, não recorro a sofismas.
Para seu esclarecimento, informo-o de que sou apenas funcionário público; consequentemente não tenho subsistema, não tenho seguro de empresa e não conheço qualquer acordo com as farmácias de grupos desportivos do meu serviço ou outros que me permitam ter as “suas” benesses.
Ou seja, quando compro medicamentos ou recebo assistência hospitalar pago os custos a cargo do utente e as correspondentes taxas moderadoras.
E não faço parte daqueles beneficiários de Subsistemas e Seguros que quando vão aos Hospitais Públicos se declaram apenas como beneficiários do SNS em conluio com os seus Subsistemas (não é certamente o seu caso…mas a situação é há muito conhecida).
Mas Dr. Eduardo, cinismo poderá ser apregoar a moral para os outros enquanto sabemos que continuamos a não ser atingidos pelas medidas que “pomposamente defendemos”. Cinismo será criticar as reformas dos funcionários públicos quando se beneficia nas (nossas) empresas de Fundos de Pensões que nos garantem a reforma a 100% do salário! Cinismo poderá ser propormos a comparticipação nos actos médicos (1%, 2%, 3%, etc.) sabendo que os seguros e subsistemas nos asseguram o pagamento ou reembolso dessa comparticipação! Cinismo será ainda sermos beneficiários de subsistemas e seguros com custos para as empresas, que por efeito de redução na matéria colectável, acabam por ser “pagos” por todos nós (por mim e por todos os que pagam impostos)! Cinismo poderá ser o benefício de que alguns usufruem (remunerações indirectas) mas que não são consideradas para tributação em IRS!
E tudo isso é na verdade cinismo se, como vemos frequentemente os titulares daqueles benefícios, vierem apregoar aos sete ventos que a Saúde está em crise, que a Segurança Social está em crise, que o País está em crise … e por isso há que exigir mais sacrifícios aos cidadãos (mas só aos outros …como sabemos).
Se o que escervi é cinismo,obrigado pelo seu elogio.
Um abraço.
PS: renovo a afirmação de que no seu comentário colocou algumas questões pertinentes. E acrescento que até estou de acordo com a necessidade de se alterar o actual estado das coisas.
Tonitosa,
O Portal da Saúde tem os mapas de resultados dos HH EPE e SPA
http://www.portaldasaude.pt/portal/
conteudos/a+saude+em+portugal/
publicacoes/estudos/reshospitais.htm
Xavier, Caro Xavier (aceite a ênfase com estima) agradeço a sua informação. Hoje mesmo acedi ao Portal da Saúde e tenho já uma breve análise sobre o "resumo" da "comparação de resultados 2004/2005" que irei inserir.
Não sei se só hoje os dados foram inseridos (crio que sim) ou se o foram antes. Na verdade não os conheci antes (e ainda não passei da leitura do resumo no Portal).
Um abraço e obrigado.
O Portal da Saúde (Ministério da Saúde) publica hoje uma “Análise das diferenças entre os resultados de 2004/2005 nos Hospitais do SPA e nos Hospitais EPE.”
Começa por referir-se que os HEPE apresentam, de 2004 para 2005, um agravamento dos resultados negativos (91,1 M€ para 91,5 M€), e os HSPA uma redução dos resultados positivos (389 M€ para 280M€).
Refere-se depois que os custos totais cresceram mais nos HEPE (13,7 %) que nos HSPA (6 %).
O agravamento dos custos é atribuído a encargos com pessoal (7,2% nos HEPE e 5,2 % nos HSPA) e a despesas com medicamentos (12,7 % nos HEPE e 6 % nos HSPA).
Interessantes são as explicações para as diferenças. Na verdade, no texto, são apresentadas explicações que nos parecem pouco consistentes.
Como o título do texto sugere, trata-se de analisar as “diferenças entre os resultados de 2004/2005…” e não nos parece que as explicações para as diferenças se centrem nesse objectivo (2004 versus 2005). O Universo dos HEPE e HSPA não se alterou substancialmente de 2004 para 2005 e, por isso, não serão as patologias de tratamento mais caro a explicar o agravamento de custos. E o que desde logo se constata (sem prejuízo de uma apreciação mais profunda) é que em termos de resultados de exercício os HSPA apresentam uma acentuada quebra nos lucros (28 %) quando comparada com o ténue agravamento dos prejuízos dos HEPE (0,43 %). Ou seja foi pior a quebra de lucros dos HSPA do que o agravamento dos prejuízos dos HEPE.
O autor, não faz a coisa por menos e termina o “resumo” com a seguinte explicação:
A escassez de controlo dos HEPE com conselhos de administração escolhidos, no passado, por critérios políticos ou pessoais, levou a um enfraquecimento notório da tutela no primeiro semestre de 2005, coincidente com a transição governativa, período em que se observaram admissões descontroladas de técnicos e assessores.
Como diria um comentador mais atento “é aqui que a porca torce o rabo!...
Claro que os menos bons resultados dos HEPE em 2005 só podiam ser atribuídos aos malandros dos gestores dos SA’s, escolhidos por critérios políticos ou pessoais! Ou não fosse o Portal a página oficial do MS!
Enforque-se pois o Dr. LFP e os ex-gestores dos SA’s (alguns até continuaram nos HEPE, o que é curioso!).
?? Felizmente, digo eu, o novo Ministro da Saúde acabou com esse hediondo critério de escolhas por critérios políticos e pessoais. Hoje todos são competentes ???? Alguém é capaz de duvidar que assim aconteceu?!
Pois bem, provem lá, senhores do Portal da Saúde, que não houve aumento do número de colaboradores nos HEPE, nem aumento de custos com pessoal, desde a posse dos tais gestores escolhidos por critérios de competências(?).
Uma análise minimamente isenta levaria concerteza a destacar o diferencial verificado nos custos com medicamentos nos HEPE e HSPA; o que não mereceu relevo!
Termino com uma referência à constatação de que o ano de 2005, quando analisados os resultados líquidos, demonstra a inversão da tendência verificada em 2004 de melhoria dos resultados globais dos Hospitais do SNS (SA’s e SPA’s). E isso constitui, certamente, motivo de preocupação e carece de mais aprofundada análise em relação, nomeadamente, com a produção.
Acabo de percorrer (a correr) os resumos e as demonstrações de resultados dos Hospitais (EPE e SPA) divulgados no Portal da Saúde.
Da leitura rápida que fiz, veio-me de imediato à memória o que um saudoso professor de matemática, há algumas dezenas de anos nos ensinava. Dizia ele: antes de resolverem um problema, procurem determinar mais ou menos o resultado esperado. E se no fim o resultado encontrado for muito diferente, desconfiem da solução.
Tranpondo este ensinamento para os resultados dos hospitais, digo que os resultados apresentados são tão divergentes e tão diferentes dos de 2004 (socorro-me neste momento apenas da memória) que "atrevo-me a duvidar "da solução" (dos mesmos resultados).
Já comentei no Saude SA os resultados de alguns hospitais com base nos seus relatórios e contas (nomeadamente Amarante, CHAM e HPA Vale do Sousa). Outras análises merecem naturalmente ser feitas mas é no mínimo surpreendente a total e enorme inversão de resultados de alguns hospitais de 2004 para 2005. É no mínimo qustionável que todos (menos um) os HSPA apresentem lucros (resultados positivos em 2005) enquanto 20 dos 31 EPE's apresentam resultados negativos.
Isto não é coerente! Isto carece de apreciação e análise.
E desde logo podemos afirmar que não se podem comparar realidades tão diferentes como são os EPE's e os SPA; submetidos a critérios contabilísticos diferentes, com obrigações estatutárias diferentes (descontos para a SS num lado e para a CGA no outro, seguros obrigatórios num lado e não obrigatórios no outro, amortizações e reintegrações, especialização de exercícios, etc., etc.).
Depois de tanto se terem acusado os SA's de contabilidade criativa é chegado o momento de clarificarmos as situações. A avaliar pela evolução dos resultados de 2004 para 2005, tem que haver explicações que estão muito para além do normal desenvolvimento da actividade dos Hospitais em causa. E não custa admitir que os resultados de 2004, como os de 2005, tenham sido em alguns casos manipulados.
Como cidadãos, acho que temos direito a ser esclarecidos.
E talvez os proveitos e custos extraordinários, proveitos suplementares, e outros proveitos operacionais e extraordinários devam merecer uma atenção especial.
PS: espero que esta breve apreciação possa interessar de forma particular ao colega Eduardo Gravanita. E na verdade, os prejuízos de quatro HEPE somam 73% do total da mesma forma como seis dos HSPA contribuiram em 56% para o resultado global do grupo (49 hospitais).
O aumentodos custos dos hospitais-empresa é explicado pelo Ministério da Saúde com o aumento da produção, do endividamento bancário e a anulação das dívidas intra-hospitalares no Serviço Nacional de Saúde. O Ministério rejeita também a possibilidade de comparação directa entre os resultados dos EPE e os do SPA devido ao“maior nível de especialização dos custos em termos de provisões, reavaliação das amortizações dos imóveis e subsídios de férias” dos hospitais com gestão empresarial.
De acordo com os dados a que o DE teve acesso, o resultado negativo provém essencialmente do agravamento de custos relativamente a 2004, que subiram13,7%. Encarado como um todo, este grupo de hospitais, com uma gestão que vai alargar-se a todas as unidades de saúde portuguesas até ao final da legislatura, teve um total de custos na ordem dos 2,4 mil milhões de euros, quando no ano anterior o total de custos tinha-se ficado pelos 2,1 mil milhões. Há, portanto, uma subida nos custos de 291,4 milhões de euros, explicados essencialmente pelo aumento dos custos com pessoal (8,7%), os gastos com medicamentos (12,7%) e os custos e perdas extraordinárias (211%).
DE, 31.07.06
Dr Eduardo,
Você acaba por baralhar tudo. Não citei o exemplo da Banca mas pelo que vejo é o caso que lhe interessa.
Obviamnete que no activo os bancários com funções de direcção/coordenação têm um conjunto de remunerações comlementares e indirectas sobre as quais não incidem descontos e por isso não podem contar para a sua reforma. Só que tal Assessor de topo da função pública a que se refere não tem remunerações complementares, nem complemento de isenção de horário, nem carro da empresa, nem seguro de saúde para si e família, etc., etc.. E tem, se não estou errado, o salário de 2897,26 €. Mas não tem mais que isso, repito. Não tem benesses ao contrário dos trabalhadores de muitas das empresas (públicas e privadas). E não tem prémio anual a título de participalção nos lucros.
E também não é promovido automaticamente; um técnico (licenciado) para chegar a Assessor Principal tem que se submeter a uma série de concursos ao longo da carreira e candidatar-se ainda muitas vezes a um reduzido número de vagas onde não consegue entrar.
Portanto, Dr. Eduardo Gravanita, não fale do que não sabe.
E permita-me lhe diga: deixe-se de falsas morais!
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