domingo, agosto 6

A Anos Luz


I - O estabelecimento de objectivos e de um quadro de indicadores que permita a avaliação dos resultados, faz parte de uma estratégia de desenvolvimento da competividade e melhoria da qualidade entre os hospitais do SNS de molde a poder servir, atingido um grau de sofisticação razoável, de fonte de informação para os utentes decidirem as escolhas relativamente aos tratamentos mais adequados .

A Unidade de Missão dos HHs SA construiu um Indicador global de eficiência calculado, essencialmente, com base em vários indicadores de produção. O "ranking" dos HHs SA morreu de morte natural. É necessário construir, tentando evitar os erros do passado, um novo conjunto de indicadores que permita a comparação de "performance" entre hospitais do mesmo nível do SNS.

II -Os Hospitais do NHS são periodicamente avaliados de acordo com dois grupos de Indicadores:
Core - têm por objectivo avaliar o nível de qualidade dos cuidados expectável pelos utentes do NHS. link
Developmental – têm por objectivo motivar os Conselhos de Administração a promover o desenvolvimento contínuo da qualidade entre os hospitais do NHS. Baseia-se numa auto avaliação efectuada pelos CAs relativamente aos 36 indicadores do "core business", através de uma declaração anual de conformidade/não cumprimento/garantia insuficiente.
The Healthcare Commission é a entidade independente responsável pela recolha, tratamento de informação e publicação de um relatório anual com a classificação dos HHs do NHS. link
Mediante os resultados obtidos os HHs são classificados de acordo com uma grelha pré-definida:
Três estrelas – Classificação de Máximo desempenho, face aos resultados anuais obtidos.
Duas estrelas – Classificação de Bom desempenho, não susceptível, no entanto, de atingir com consistência os mais altos níveis.
Uma estrela – Hospitais que demonstram evidentes dificuldades no cumprimento dos principais indicadores.
Zero estrelas – Hospitais que atingem os resultados mais pobres relativamente aos principais indicadores.

A auto avaliação dos 36 indicadores de “core business”, através de declaração de conformidade/não cumprimento/garantia insuficiente, representa a implementação de um nível mais elevado de sofisticação de avaliação dos hospitais do NHS.

Sobre esta matéria é digno de nota a auto avaliação efectuada pelo Conselho de Administração do “North Devon Trust”, um hospital classificado com três estrelas, que declarou em 2005 não ter atingido os objectivos em relação a 20 indicadores (dum total de 66)
link link
Estão a imaginar esta situação entre nós.

2 Comments:

Blogger ricardo said...

À Xavier !

Quanto a sistemas de informação, ainda estamos na idade da pedra, sabendo que a sua existência é essencial para uma boa governação.

Quanto a mim, o ranking dos SAs foi muito bem eliminado.
CC prometeu promover a construção de um novo conjunto de indicadores de forma a permitir a comparação de resultados entre hospitais do SNS.
Até hoje, nickeles

8:32 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Quem ainda hoje olha para o "Tableau de Bord" (assim era chamado o ranking dos HH SA's) fazendo de forma isenta e meramente técnica, não pode deixar de considerar que a sua instituição foi, ao tempo, uma pedra no charco da informação dos hospitais.
Não era um modelo perfeito? Concerteza! Tinha limitações? Concerteza. Por vezes parecia ser passível de manipulação? Concerteza também. Um modelo mais fiável exige que os sistemas de informação que o alimentam sejam eles próprio seguros e objecto de avaliação peródica, testando o rigor da informação produzida.
O Tabeleau de Bord não tinha esse rigor, é certo, mas era um bom instrumento de análise e de avaliação inter e entre os HH SA's. No meu Hospital (todos, dirigentes, cordenadores e chefias) reuníamos para debater os dados apresentados. E sentia-se como nos motivávamos (pelo menos muitos dos participantes) para procurarmos melhorar a posição no peíodo seguinte. E não raras vezes havia quem achasse estranho este ou aquele indicador, mais directamente asociado ao seu serviço, nomeadamente face a indicadores correspondentes de outros hospitais. Ficava pois a preocupação de obter justificação e esclarecimento.
O CA fazia chegar a todos a informação assim tratada.
O hospital mexia!...E um dos seus instrumentos de gestão era, sem dúvida, o Tableau de Bord.
Hoje, na verdade, nada sabemos. CC prometeu um novo...não sei sequer o que prometeu. Sei que hoje a informação não circula. Não há indicadores que não sejam aqueles que o CA decide divulgar...de resto tardiamente.
E nem a informação que há muito devia ter sido divulgada o foi.
Refiro-me aos Relatórios de Actividade, de que até há bem pouco tempo apenas se conheciam 13 (e que hoje são creio, 19). E mesmo esses foram revelados com imenso atraso face ao que deveria ser norma em empresas públicas!
Chego a admitir que talvez haja interesse na não divulgação de informação, tão maus são os resultados até agora divulgados.
Uma consulta aos sítios dos HH EPE é de resto bem ilucidativa do DESERTO INFORMATIVO em que vive a SAÚDE.
E tudo isto num país em que o Governo elegeu como principal instrumento de mudança um CHOQUE TECNOLÓGICO!

11:23 da tarde  

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