Cuidados de proximidade
Continuando com a linha de raciocínio, em que felizmente surgiram muitos interlocutores, julgo prioritário desfazer uma confusão que existe (se de modo espontâneo ou construída, não sei) àcerca dos cuidados de saúde de proximidade. O conceito vigente de cuidados pertinho de casa é completamente desadequado. Os cuidados de saúde devem estar acessíveis, em tempo útil, a qualquer cidadão que deles careça. Se nos basearmos exclusivamente na distância geográfica cometer-se-ão graves distorsões, pois certamente se chega mais rapidamente de Mangualde a Viseu que da Póvoa de Sta Iria ao Hospital de Sta Maria, em hora de ponta. Claro que os autarcas quererão, sobretudo na proximidade dos períodos eleitorais, dotar as suas terras de tudo o que "encha o olho". É o papel deles. Mas se lhes for demonstrada a racionalidade das decisões e disponibilizadas contrapartidas, certamente a posição será outra, e, em vez de opositores, poderão ser aliados.
Quanto aos automóveis novos dos gestores, devo confessar que não me impressionam. Diria mesmo que no contexto de desperdício geral, as verbas não têem qualquer significado. Impressiona-me sim a celeridade com que essas aquisições são decididas e concretizadas, em claro contraste com os atrasos enormes na aquisição de bens de consumo diário hospitalar; explicitando, é lamentável que os processos de aquisição de seringas, ligaduras, fármacos, etc não tenha o mesmo ritmo.
Quanto à observação da Clara sobre o excesso de criticidade, acrescentaria que somos muito limitados quando não percebemos que os principais actores daquilo que criticamos somos nós próprios. Os ministros vão passando; os profissionais do SNS, embora girando pelos cargos, são sempre os mesmos.
Quanto aos automóveis novos dos gestores, devo confessar que não me impressionam. Diria mesmo que no contexto de desperdício geral, as verbas não têem qualquer significado. Impressiona-me sim a celeridade com que essas aquisições são decididas e concretizadas, em claro contraste com os atrasos enormes na aquisição de bens de consumo diário hospitalar; explicitando, é lamentável que os processos de aquisição de seringas, ligaduras, fármacos, etc não tenha o mesmo ritmo.
Quanto à observação da Clara sobre o excesso de criticidade, acrescentaria que somos muito limitados quando não percebemos que os principais actores daquilo que criticamos somos nós próprios. Os ministros vão passando; os profissionais do SNS, embora girando pelos cargos, são sempre os mesmos.
maria
1 Comments:
Nós os profissionais do SNS sabemos que Portugal tem a capacidade de dar saúde tendencialmente grátis a todos como o vem fazendo há 30 anos.
Esta uma das ideias chaves que tem motivado a nossa intervenção desde início aqui na SaudeSA.
Um grande abraço para o alerta.
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