quarta-feira, setembro 20

O Plano


l - A estratégia
Com o objectivo de combater o poder da ANF (“uma associação com poder a mais”), CC gizou um plano com o objectivo de “secar” a principal fonte de rendimento desta associação através do seu afastamento da intermediação financeira (garantia do pagamento atempado das dívidas do Serviço Nacional de Saúde às farmácias) que lhe permitia receber dos associados 1,5% da sua facturação mensal, correspondente a um rendimento de 20 milhões de euros anuais.

II - Execução
A proibição de intermediação financeira à ANF veio a resultar do artigo 8.º da Lei do OE/06. O segundo passo foi a criação de um Fundo do Estado para garantir o pagamento atempado às farmácias ( Decreto-Lei n.º 185/2006, publicado no DR de 12.09.06) link.

III - Reacção da ANF
Primeiro obtém das associadas procuração com a cedência de créditos do SNS, cedendo-os, por sua vez, a um consórcio constituído pela Caixa Geral de Depósitos, Banco Espírito Santo, Santander e Millennium BCP.

IV – Resultados
A ANF conseguiu manter o seu rendimento de 20 milhões de euros anuais. E está em condições de cumprir rigorosamente a proibição prevista no artigo 8º do OE/2006
link

V – Moral da história
Este desfecho leva-me a questionar se o recente acordo CC/ANF não foi de rendição !

11 Comments:

Blogger ricardo said...

A ANF é uma associação com poder a mais.

Infelizmente, a luta com a ANF foi mal conduzida.

Parece, pese embora o grande esforço de CC, que a ANF vai sair desta luta reforçada.

10:58 da tarde  
Blogger JFP said...

O que salta à vista é que CC quer, por um lado, dar à iniciativa privada a iniciativa para problemas que o SNS não consegue resolver, mas por outro quer subjugar alguns privados à sua vontade por achar que são "monstros" que se alimentam do SNS. Receio é que a estratégia crie outros "monstros" ainda maiores. E esta ingerência na iniciativa privada tem como fundamento apenas uma premissa: o Estado é um óptimo cobrador, mas é um péssimo pagador.

11:28 da tarde  
Blogger xavier said...

Apesar das acções de manutenção da Blogger tenho tido dificuldade em postar fotos e alguns textos tem saído com gralhas e alterações inusitadas.
Resta-me apresentar as minhas desculpas.

11:41 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

... é verdade, convinha lembrar posts passados, do tempo em que CC era uma promessa... A verdade vem sempre ao de cima, agora já todos sabem que CC é um falhadito, um fogo-fátuo.

;-) Isto faz-me lembrar o anúncio bancário do "Rei dos Matrecos", dá sempre 10 a 0. :-)

2:09 da tarde  
Blogger Xico do Canto said...

A ANF tem poder a mais?

Tem o poder e o protagonismo que conseguiu criar com a sua capacidade organizativa e de trabalho, quer se goste, ou não.

Se alguém andou distraído e não acautelou os seus interesses não foi certamente a ANF. Nada mais fez que um bom trabalho de casa.



Não se pense, contudo, que o sucesso da ANF se deve somente a JC. Tal como a guerra que lhe é movida pelo MS não é da exclusiva autoria de CC. Ambos são testas de ferro de forças com uma amplitude de forte conotação política PS/PSD, em confronto.



A guerra que o MS está a mover à ANF é uma guerra perdida à nascença. O material bélico da ANF é muito mais potente e de maior resistência no médio/longo prazo. O instrumental do MS pode fazer mais fogacho no momento do disparo mas esgota os seus efeitos rapidamente. (É fácil dar a volta à legislação).



O poder da ANF nasceu com a oportunidade, criada pelo MS, desta associação colmatar os problemas das farmácias decorrentes da caloteirice do MS. Mas isso já foi. Hoje o seu poder económico afirma-se noutros pilares de actividade de difícil combate, senão impossível, pelo poder político e, em particular, o MS.

Com JC, ou outro eleito, à frente da ANF esta veio para ficar!



De tudo isto vai resultar uma clara derrota política para o PS e CC. O PS já percebeu tudo isto e já está a emendar a mão. Talvez não vá a tempo. A seu tempo a oposição fará a adequada exploração eleitoral duma atitude que parece configurar uma autêntica guerrilha de inveja estúpida.

6:50 da tarde  
Blogger saudepe said...

Estamos em casa do JP.
Estamos fartos de falar em ti e na saudesa.
Grande post.
Um abraço destes teus amigos.

10:02 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

;-)Isto faz-me lembrar, também, aquela dos gato fedorento, quinze a zero, quinze a zero, quinze a zero... :-)

10:42 da tarde  
Blogger Qtolomeu said...

Siracusa diz bem. Se...

Já vi que o homem é só fumaça!

2:38 da manhã  
Blogger JFP said...

"Se em lugar da livre propriedade de farmácia ele permitir que os licenciados em farmácia, no ramo de farmácia de oficina, possam abrir a sua farmácia - se são licenciados devem ter licença para alguma coisa - vamos ver qual a reacção."

Parece-me que o caro Siracusa está a baralhar situações distintas e que devem ser separadas na discussão, que são:

1. Livre abertura de farmácias.

2. livre propriedade de farmácias.

A primeira é desajustada e iria em última análise pressionar ainda mais o SNS pela abertura de mais pontos de venda.

A segunda, mais defensável, consegue manter o modelo que funciona bem e poderá até trazer mais iniciativa ao sector.

Por último... sabem que se eu tivesse o capital e vontade para abrir um centro comercial com grande superfície anexa não poderia??? É que não são concedidas licenças/alvarás??? A bertura não é livre!!! E esta hein?!?!?

1:21 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Nem um cartório notarial (a AdC fez a gora uma proposta mas esqueceu-se disso), nem uma sociedade de advogados, nem sequer um táxi!

De qualquer dos modos, quinze a zero, quinze a zero...

:-)

2:43 da tarde  
Blogger xavier said...

O siracusa teve o mérito de incendiar o diálogo.

A merecer postagem na página principal.

11:31 da tarde  

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