terça-feira, outubro 17

A César ...

A notícia do dia é sem dúvida a recusa de Carlos César em aplicar aos hospitais públicos dos Açores a nova taxa de utilização para o internamento e cirurgia do ambulatório, prevista no OE/2007 (co-pagamento), fazendo engrossar a contestação socialista à actuação de CC. link
Segundo CC (Carlos César), as taxas moderadoras criadas por CC (Correia de Campos) "não têm qualquer critério de justiça social", nomeadamente por serem iguais para toda a gente, independentemente dos seus rendimentos.
Como se sabe, CC (Correia de Campos) defende a diferenciação das taxas moderadoras em função da gravidade do estado de saúde dos utentes, conhecida a dificuldade em proceder ao seu cálculo em função dos rendimentos dos utentes.
Mas esta discussão nada tem de relevante. O importante nesta matéria, como vimos, é termos chegado à conclusão que estas novas taxas constituem uma nova forma de financiamento do SNS, de co-pagamento, dando lugar à alteração da natureza do SNS.
Relativamente ao movimento de contestação socialista à política de CC será importante apurar se este não será pretexto para fazer a guerra tendo por pano de fundo outras motivações.

5 Comments:

Blogger tonitosa said...

Fantástico!
De acordo com O SOL-on line:

"O primeiro-ministro convocou por SMS uma conferência de imprensa improvisada, antes da reunião com o grupo parlamentar do PS. Ao longo de 15 minutos rebateu as críticas sobre o despesismo do Estado e disse que os professores têm de ser avaliados «a bem das crianças»

Eram 16h30, quando os jornalistas receberam um SMS a convocar para uma conferência de imprensa supresa: «O eng. José Sócrates fala aos senhores jornalistas às 17h, no átrio da portaria lateral do «edifício velho», seguindo para a reunião do GPPS»

A reunião do Grupo Parlamentar do PS era parte da agenda normal e a Comunicação Social tentaria normalmente recolher declarações do primeiro-ministro. O SMS pois a entender que Sócrates estava na disposição de falar, além de garantir que as televisões iram programar emissões em directo – como viria a acontecer.

«Nem todos os jornalistas chegam a editores»

Sobre a greve dos professores, Sócrates recusou comentar o nível de adesão que os sindicatos avaliam em 75 por cento. «É cedo para fazer a avaliação», disse o primeiro-ministro para logo sublinhar que o estatuto da carreira docente, contestado pelos sindicatos, tem como objectivo principal a avaliação dos professores. «É absolutamente necessário», disse «a bem das crianças».

Em resposta a uma pergunta da RTP, Sócrates o usou o exemplo dos jornalistas para defender o fim da progressão automática na carreira. «Nem todos os jornalistas chegam a editores, só os melhores», disse para concluir que nem todos os professores devem chegar ao topo na sua profissão.

No orçamento de Estado, Sócrates recusou as acusações de despesismo e defendeu que os impostos sobre os pensionistas eram justificados: «em nenhum país os pensionistas ficam a receber mais do que quando trabalhavam», disse em resposta aos jornais de hoje que destacavam o aumento da carga fiscal sobre os idosos."

O Governo começa a perder o norte. Uma coisa destas é bem demonstrativa de um Governo que começa a "ter dúvidas" e que "muitas vezes se engana"!

PS: Note-se a curiosidade: CC contra CC. Kramer contra Kramer?
E o debate de ontem nos Prós e Contras foi também pouco dignificante para o Minsitro António Costa e seu "bobi".

11:44 da tarde  
Blogger Minerva Daninha said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

8:53 da manhã  
Blogger Minerva Daninha said...

Os ratos estão a começar a abandonar o navio. Vai ser muito interessante acompanhar a promessa de desobediência civil de Carlos César (penso que nem o alberto João terá ido tão longe) e ver como é que CC vai conseguir conviver com estas orelhas de burro públicas.

8:54 da manhã  
Blogger Xico do Canto said...

Anadias
Cara colega bloguista

Fico-lhe muito grato por me considerar muito parecido com o Tonitosa. Confesso-lhe que não fazia a minima ideia disso, mas sinto-me lisonjeado. Se calhar o Tonitosa não vai gostar muito das comparações. Veja lá no que se anda a meter!

A sua apreciação, admitindo que não seja de elogio, faz-me lembrar um relato do encontro entre dois cavalheiro em que um relata ao outro o azar que teve com os seus colegas de equipa. É que todos eles, por um motivo ou por outro, eram umas autênticas bestas, do piorio. O cavalheiro ouvinte, conhecendo muito bem quem tinha pela frente, interrogou-o.
Mas será que entre tantos elementos da equipa só se aproveita um, que és tu?

12:16 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ai Anadias...Anadias...
Como lhe devem custar a engolir estes sapos!
Veja lá, comentadores que já tantas e tantas vezes elogiaram CC estão agora a ficar parecidos comigo. Parecidos em quê? Deduzo que se queira referir às críticas que tenho feito à política de CC. Se é isso, acho que você tem razões para estar preocupada. Na verdade as críticas são o resultado de uma política de saúde que prima mais pelos erros do que pelos acertos. Uma política que se tem limitado a criar dificuldades adicionais aos utentes: pelo encerramento de maternidades, de SU's, e de especialidades em hospitais e pela redução das comparticipações nos medicamentos, pelo aumento de taxas moderadoras e criação de taxas de punição. Tem sido esta a política de saúde e com ela só os privilegiados e protegidos de CC podem estar de acordo. Sobretudo porque melhorias (até agora) não houve nenhumas, dignas desse nome.
As listas de espera são o que se sabe, os Centros de Saúde continuam a funcionar nas condições que todos conhecemos (ainda ontem na TV se viu um exemplo...), inovação na Saúde é coisa que se não vê, PPP não atam nem desatam, HH EPE's são o desastre que se sabe. E muitas outras coisas se poderiam enumerar, nomeadamente o que se verifica com a contratação de médicos para SU's em resultado de má gestão de CC nesta matéria.
E repare, até a grande bandeira deste MS - as USF - parecem estar a ser já uma fonte de problemas!
É isto, cara Anadias, é isto que explica a predominância das críticas a CC. Não é o efeito-imitação (do tonitosa) que explica que colegas que durante muito tempo foram claramente apoiantes do senhor Ministro da Saúde sejam hoje críticos das suas políticas.
Os colegas pensam por si e pelo que "vejo", com grande liberdade. E repare, cara colega de blog, falo de críticas da política e do político e não do Homem. Porque, como já uma vez (pelo menos) escrevi o Homem merecerá sempre o meu maior respeito.
O político, cada vez mais me decepciona. Leia Anadias,...leia se ainda o não fez, o que CC disse sobre as taxas moderadoras. E se dessa leitura (ver textos chamados ao blog) chegar à conclusão de que CC está a ser coerente ao criar as taxas de internamento e de cirurgia, digano-lo. Para podermos dar-lhe razão!
O resto Anadias, para si tudo está bem, tudo é excelente...e sabe-se bem porquê!...
Um abraço para si e como disse o Papa: "não tenhais medo!"

9:19 da tarde  

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