Case study
Os Factos:
a) A notícia do JP dá-nos conta da reclamação de um grupo de clínicos do Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo sobre a falta de material clínico e equipamentos e da intenção da administração do Centro Hospitalar de Setúbal em interromper a utilização do bloco operatório para as equipas de ortopedia nos fins de semana. Segundo os reclamantes, um doente que entre na sexta-feira à noite com fractura do colo do fémur, por exemplo, que requer intervenção imediata, só será operado na semana seguinte. Tudo para evitar o pagamento de horas extraordinárias.
b) Por sua vez, o xerife refere que na urgência traumatológica, assegurada por ortopedistas do hospital do Outão, salvo os grandes traumatizados que necessitam de cirurgias emergentes, a prática corrente tem sido a urgência diferida. Ou seja, o que agora se reclama como tendo acabado com a criação do Centro Hospitalar, nunca se praticou.
«Durante todos estes anos, poderão contar-se pelos dedos de uma mão as vezes em que um idoso com fractura do colo do fémur foi imediatamente operado, como é preconizado como boa prática. O procedimento sempre foi transferir o doente para o Hospital do Outão onde é posteriormente operado de acordo com a disponibilidade do Bloco Operatório, com os prejuízos e morbilidade aumentada.»
c) Confirmámos junto de profissionais do Centro Hospitalar de Setúbal a veracidade dos procedimentos descritos pelo xerife.
d) O Centro Hospitalar de Setúbal tem vindo a desenvolver um processo de "reorganização" dos serviços com o objectivo de toda a cirurgia ortopédica urgente passar a ser feita no bloco operatório do Hospital de São Bernardo, no próprio dia, medida que parece ter o consenso da maioria do corpo clínico.
Entretanto, alguns médicos, ao mesmo tempo que reclamavam junto do CA do hospital a falta de meios, decidiram contar ao Jornal Público a história do velhinho com fractura do colo de fémur.
Conclusão:
a) Possivelmente o caso acima descrito é mais complexo. De qualquer forma os factos conhecidos são ilustrativos do processo de mudança em curso;
b) A condução de um processo de mudança constitui um jogo muito complexo, implicando a abordagem de inúmeras variáveis e a preparação para acontecimentos e comportamentos inesperados;
c) Essencial o desenvolvimento de acções de motivação, para o que é necessário efectuar um levantamento exaustivo das forças em presença e dos interesses e motivações de todos os intervenientes no processo.
d) Os meios de comunicação social são frequentemente utilizados pelos grupos intervenientes num esforço de fazer passar junto da opinião pública a sua versão interesseira dos factos;
e) Façamos um esforço a transpor este pequeno caso para o nosso Sistema Nacional de Saúde e imaginemos a enrascada em que se encontra o nosso ministro da saúde.
b) Por sua vez, o xerife refere que na urgência traumatológica, assegurada por ortopedistas do hospital do Outão, salvo os grandes traumatizados que necessitam de cirurgias emergentes, a prática corrente tem sido a urgência diferida. Ou seja, o que agora se reclama como tendo acabado com a criação do Centro Hospitalar, nunca se praticou.
«Durante todos estes anos, poderão contar-se pelos dedos de uma mão as vezes em que um idoso com fractura do colo do fémur foi imediatamente operado, como é preconizado como boa prática. O procedimento sempre foi transferir o doente para o Hospital do Outão onde é posteriormente operado de acordo com a disponibilidade do Bloco Operatório, com os prejuízos e morbilidade aumentada.»
c) Confirmámos junto de profissionais do Centro Hospitalar de Setúbal a veracidade dos procedimentos descritos pelo xerife.
d) O Centro Hospitalar de Setúbal tem vindo a desenvolver um processo de "reorganização" dos serviços com o objectivo de toda a cirurgia ortopédica urgente passar a ser feita no bloco operatório do Hospital de São Bernardo, no próprio dia, medida que parece ter o consenso da maioria do corpo clínico.
Entretanto, alguns médicos, ao mesmo tempo que reclamavam junto do CA do hospital a falta de meios, decidiram contar ao Jornal Público a história do velhinho com fractura do colo de fémur.
Conclusão:
a) Possivelmente o caso acima descrito é mais complexo. De qualquer forma os factos conhecidos são ilustrativos do processo de mudança em curso;
b) A condução de um processo de mudança constitui um jogo muito complexo, implicando a abordagem de inúmeras variáveis e a preparação para acontecimentos e comportamentos inesperados;
c) Essencial o desenvolvimento de acções de motivação, para o que é necessário efectuar um levantamento exaustivo das forças em presença e dos interesses e motivações de todos os intervenientes no processo.
d) Os meios de comunicação social são frequentemente utilizados pelos grupos intervenientes num esforço de fazer passar junto da opinião pública a sua versão interesseira dos factos;
e) Façamos um esforço a transpor este pequeno caso para o nosso Sistema Nacional de Saúde e imaginemos a enrascada em que se encontra o nosso ministro da saúde.
2 Comments:
Hoje o DN traz mais uma bombástica notícia sobre os HH. Ainda não li mas logo verei o que ali se diz. Como sabemos, nem sempe o título condiz com o texto da notícia.
Há alguns dias a Revista Sábado dedicou a sua capa ao que chamou Ranking exclusivo - Os melhores Hospitais. Dizendo que um estudo científico inédito analisa os 81 hospitais...
Certamente a divulgação do estudo vai trazer informação preciosa para melhor avaliarmos. Nós que também conhecemos um pouco da realidade.
Regista-se desde já o facto de aqueles que têm sido anunciados como exemplos não figurarem neste top five. Refiro-me à Unidade de Saúde Local de Matosinhos e ao Hospital de S. Sebastião. Em contrapartida o CHCB e o HEM que nos "tableu de bord" não ocuparam (nunca) posição de destaque surgem agora como estando entre os cinco melhores. O estudo deve ser restritivo, concerteza.
Mas quando se lê (pode ler pg 43 da Sábado) que nos HUC - estomatologia e cirurgia maxilofacial - os doentes esperam dois anos por uma primeira consulta gratuita, certamente que muitas mais coisas ficaram por dizer?!
A notícia do DN parece-me uma XAXADA.
Mas há que ler o relatório do TC.
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