Hospital de Estarreja, SU
Conheço relativamente bem o Hospital de Estarreja, cujo SU (?) está na lista negra.
Em Estarreja não há, nem nunca houve, um verdadeiro SU. Os turnos de urgência são normalmente constituídos por um médico de clínica geral e uma enfermeira e a partir das 17 horas não há MCDTs disponíveis até ao dia seguinte. Ou seja, as verdadeiras urgências são quase todas reencaminhadas para Aveiro e os restantes doentes vão para casa com a receitinha tranquilizadora (que poderia perfeitamente ter sido passada só no dia seguinte). No entanto, mesmo a trabalhar nestas condições, o Hospital de Estarreja atende 40.000 episódios de urgência por ano e só "exporta" 6% dos doentes. Além disso, o Hospital foi construido e oferecido ao Estado por um cidadão benemérito e uma parte muito significativa do equipamento existente foi paga pela indústria química da região. Há um protocolo entre o Hospital e as empresas do Parque Industrial de Estarreja que faz com que estas patrocinem fortemente os serviços do Hospital (que porventura até nem estará a conseguir todos os financiamentos que eventualmente estariam ao seu alcance), responsabilizando-se este pela existência de serviços especializados para combate a acidentes químicos industriais.
Ou seja, no caso concreto deste hospital, parece-me que o encerramento do SU (ou do SAP disfarçado que actualmente lá existe) apenas vai originar maior despesa para o Estado (com uma parte significativa dos restantes 94% de utentes a repartirem-se pelos hospitais entre Aveiro e Porto), para além de provavelmente entupir ainda mais as já pouco saudáveis urgências do Hospital de Aveiro.
Além disso, com este encerramento o SNS perde um importante contributo financeiro anual da indústria química de Estarreja, que deixará de ter razões para financiar um serviço de urgência com capacidades diferenciadas para atender a acidentes químicos.
Ou seja, uma medida que à primeira vista pareceria lógica sob o ponto de vista económico, acabará muito provavelmente de originar um acréscimo de custos para o SNS...
Em Estarreja não há, nem nunca houve, um verdadeiro SU. Os turnos de urgência são normalmente constituídos por um médico de clínica geral e uma enfermeira e a partir das 17 horas não há MCDTs disponíveis até ao dia seguinte. Ou seja, as verdadeiras urgências são quase todas reencaminhadas para Aveiro e os restantes doentes vão para casa com a receitinha tranquilizadora (que poderia perfeitamente ter sido passada só no dia seguinte). No entanto, mesmo a trabalhar nestas condições, o Hospital de Estarreja atende 40.000 episódios de urgência por ano e só "exporta" 6% dos doentes. Além disso, o Hospital foi construido e oferecido ao Estado por um cidadão benemérito e uma parte muito significativa do equipamento existente foi paga pela indústria química da região. Há um protocolo entre o Hospital e as empresas do Parque Industrial de Estarreja que faz com que estas patrocinem fortemente os serviços do Hospital (que porventura até nem estará a conseguir todos os financiamentos que eventualmente estariam ao seu alcance), responsabilizando-se este pela existência de serviços especializados para combate a acidentes químicos industriais.
Ou seja, no caso concreto deste hospital, parece-me que o encerramento do SU (ou do SAP disfarçado que actualmente lá existe) apenas vai originar maior despesa para o Estado (com uma parte significativa dos restantes 94% de utentes a repartirem-se pelos hospitais entre Aveiro e Porto), para além de provavelmente entupir ainda mais as já pouco saudáveis urgências do Hospital de Aveiro.
Além disso, com este encerramento o SNS perde um importante contributo financeiro anual da indústria química de Estarreja, que deixará de ter razões para financiar um serviço de urgência com capacidades diferenciadas para atender a acidentes químicos.
Ou seja, uma medida que à primeira vista pareceria lógica sob o ponto de vista económico, acabará muito provavelmente de originar um acréscimo de custos para o SNS...
vladimiro jorge silva
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