quarta-feira, novembro 15

Avaliar

Os conselhos de administração (CA) dos hospitais.

Porquê - (justifica-se por 2 motivos): i) Essencial – contribuir para melhor funcionamento dos CA (especial) e da gestão dos hospitais (em geral, incluindo o desenvolvimento dos próprios gestores), com vista a melhorar a performance dos hospitais; ii) De oportunidade – espera-se a publicação de código do gestor público, advinham-se “mexidas” na classificação de empresas públicas e na fixação de contratos de gestão incluindo remuneração com parte fixa e variável.

O quê: avaliar os CA dos hospitais, após identificar os objectivos e critérios a utilizar.

Para quê: (2 finalidades)
a) Essencial: i) Base para atribuir remuneração variável e para continuidade do CA (também renovar, ou não, o mandato); ii) Preparar formação e informação específica para membros do CA; iii) Reforçar a importância do contrato externo (sua tradução interna) e da avaliação de todos (profissionais e gestores).
(Nota: CA avalia periodicamente o contrato interno e a performance de CRIs e DD, estes replicam nos serviços/unidades - detalhe daquele, performance dos responsáveis e dos profissionais).

b) Secundária: melhorar sistemas de gestão, detectar e difundir “boas práticas” de gestão.

Quem:
a) ARS, com a colaboração de entidades externas, e com informação: i) De avaliação da performance do hospital, de auditorias (de diferente tipo e natureza) e de inspecções; ii) Sobre capacidades e qualidades dos gestores (na contratação, na avaliação);
b) Hospital: i) CA (considerando instrumentos de auto-avaliação, diálogo com avaliadores); ii) Gestores e profissionais (informação específica proveniente da satisfação dos profissionais e da avaliação 360º de gestores).

Como: (avaliação com base em informação relativa aos resultados e ao processo)
a) Grau de cumprimento de objectivos (resultados) – relativos à missão e à visão (mudanças acordadas, aspectos culturais e de ambiente, efectividade da liderança);
b) Funcionamento global do CA e seus membros (inclui também o respeito pela política de saúde e pelo código de ética – sua promoção interna).

Quando, onde e quanto:
a) Quando e onde: i) Na data de contratação estão definidos e são conhecidos: o método; os objectivos e critérios; as consequências; ii) Avaliação anual excepto no primeiro ano, que será semestral; iii) Na sede da ARS.
(Nota: Análise semestral da performance de todos os CA, diálogo com CA se menor que esperada).

b) Quanto: i) Ponderar adequadamente os aspectos identificados em “como”; ii) Haverá benefícios significativos (directos, indirectos) na performance dos hospitais e do SNS.

Grau de dificuldade - reduzido, quer na definição da metodologia quer na implementação.

Sempre se questionará porque o CA não funciona “bem”…
As qualidades, competências e capacidades de cada um não são as adequadas? “Right people on the bus” (the wrong out the bus) and “The right people in the right seats”;
Não ser grupo compatível (diverso, complementar) e coeso (ter estratégia comum)?
Dificuldades derivadas do ambiente (poder corporativo, por ex.), do enquadramento e financiamento?
A ambição política, o poder e a influência no hospital são colocadas acima de tudo?
Etc.
a despolitização, escolha criteriosa, acompanhamento e apoio, avaliação… Se não resolvem, ajudam.

Aproveite para identificar (reconhecer) o seu CA - link
Semmisericórdia

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4 Comments:

Blogger Clara said...

Mais um excelente post do semmisericórdia numa tentativa permanente de elevar o nível das nossas intervenções aqui na saudesa.

Um dos grandes problemas dos CA é a sua forma de escolha e constituição.

Geralmente são nomeados os conhecidos do costume, com boas e más provas prestadas, níveis de formação muito diversa, não havendo o cuidado, assim parece, de ver se s seus elementos funcionam, articulam entre si.

O que eu constato é que a maioria dos elementos dos CA dos HHs do SNS não está preparada, não tem jeito nem perspectiva, limitando-se a fazer mera gestão administrativa entrincheirados no bunker da administração.

9:19 da manhã  
Blogger ricardo said...

Caro semmisericórdia

Sobre as entidades competentes para fazer a avaliação dos Conselhos de Administração dos Hospitais refere as ARS com auxilio de entidades externas.

Refere-se à contratação de empresas externas para efectuação da avaliação ?

1:17 da tarde  
Blogger Xico do Canto said...

Mais claro que as claras palavras da Clara.....

O Semmisericordia utiliza um tom sério nos seus trabalhos. Mas se quizesse fazer humor este post tabém atingia o objectivo. Esta iniciativa não se destina, com toda a certeza, aos HH do país em que vivo, mas é pena!

Só se pode avaliar, em matéria de gestão, o que antes se planeou. E o planeamento resulta dum processo de negociação só possível onde haja espaço de franco diálogo. No país em que vivo não existe espaço para diálogo entre o dono dos HH, o MS, e as suas administrações hospitalares. Em consequência não há planeamento, não há estabelecimento de objectivos de gestão e, como é óbvio, não pode haver avaliação, independentemente de quem a faça (não serão certamente as ARS).
Mas se fosse possível a avaliação ela seria mitigada pela afirmação clara da Clara "Um dos grandes problemas dos CA é a sua forma de escolha e constituição(...)são nomeados os conhecidos do costume, com boas e más provas prestadas(...).
Mas desde quando é que se avaliam os amigos do partido, os compadres, os Yesmen e quejandos?
Como bem diz o JoãoPedro "Tudo a vermelho.
Do piorio.

2:37 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Acho pertinente a questão colocada pelo xico do canto.

Como se avaliam os conhecidos, os amigos, os camaradas do partido,os camaradas maçãos?

Para não falar nessa grande vedeta contratada por CC à Médis para gerir o maior hospital universitário do país.

Entendo que a avaliação dos Conselhos de Administração dos nossos hospitais deverá ser feita através dos resultados obtidos em relação aos objectivos contratualizados.

Tudo o mais não passará de brincar às avaliações.

4:21 da tarde  

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