domingo, janeiro 7

Controvérsia, prossegue em 2007


A entrevista de CC à TSF (palavra d´honra) link, reforçou a minha convicção que a Controvérsia de 2007 começou antes do previsto, despoletada pelo episódio inesperado das demissões dos DS do hospital Pedro Hispano a pretexto do controlo electrónico de assiduidade.

A Controvérsia que está na calha para este ano prende-se com a resolução do problema de excesso de concentração de médicos nas grandes cidades (fruto de mau planeamento e laxismo) através do lançamento das Unidades Orgânicas (mobilidade especial). A controvérsia vai ser grande mas CC conta com a colaboração dos médicos.

Os ganhos de 2006 registaram-se essencialmente em relação às USF (47 unidades) e cuidados continuados (mais de 1000 locais de atendimento convencionados).
CC fez questão de salientar que todo o sistema de funcionamento das USF (organização, sistemas de informação com mais de 100 indicadores, etc)foi montado exclusivamente por médicos de família (geração de oiro) .
Mas se os médicos de família têm dado provas de excelência na gestão dos CSP, nos hospitais as coisas estão bem mais difíceis (com algumas excepções, entre elas, o Adalberto). Condição essencial para se ser bom gestor hospitalar: ter treino. É por isso que a transferência directa de gestores do sector privado para os hospitais, geralmente, fracassa.

A recente concentração de maternidades traduziu-se na melhoria da prestação de cuidados: acesso generalizado a anestesia epidural, preparação psico-profiláctica, intervenções ginecológicas, redução do número de cesarianas .

Controlo da assiduidade é um dever cívico (acabar com os profissionais à boleia). O sistema actual só é possível porque há recursos a mais. Com o controlo electrónico de assiduidade haverá mais horas de trabalho disponíveis. O sistema é suficientemente flexível, pois permite a efectuação de compensações de horário semanais. Segundo CC, o compromisso com os contribuintes não lhe permite qualquer recuo nesta matéria.

Apontamentos da entrevista ouvida na TSF :
CSP – 27 milhões de consultas.
USF 2006
- 44 ou 47 ?
Utentes a necessitar de cuidados continuados – não há dados disponíveis.
Utentes s/ médicos de família - 600 a 700 mil.
Taxa de cesarianas – melhor hospital – HGO, tx. 18% (Elvas tx.46%).
Forma expedita de aumentar a receita- fazer mais cesarianas
Horas extraordinárias pagas anualmente pelo MS – 300 milhões de euros
Novas tecnologias – CS de São Brás de Alportel- determinação da velocidade de sedimentação (fotometria) “on line”.
Fundo pagamento às farmácias – 200 milhões de euros. Quem quer, quer. Quem não quiser, deixe. E pague 1,5% à ANF.
Gestão Hospitalar – Essencial ter experiência.
Gestores Médicos- Sim
O Maior - O Adalberto
Melhores alunos – Muitos médicos.
Reforma da Saúde- Controvérsia, legítima, racional, para servir.
Quotas – Teresa Sustelo, Centro Hospitalar de Lisboa – ZC.
Grande risco – apanhar o 29.º médico (num serviço de 30 camas, trinta médicos e uma casuística média mensal de 1 cirurgia)
Respostas inacreditáveis - DS demissionários do hospital Pedro Hispano.
IVG – A obrigatoriedade de identificação no atendimento do SNS vai drenar as utentes para o sector privado (o que sucedeu em Espanha) . Por isso, não se espera crescimento significativo de encargos. Não é nenhum método de planeamento familiar (não vai ter influência na taxa de natalidade, como aconteceu em França).
Deslocação inesperada a Matosinhos- “Fui lá perguntar …”
Esperança – “É com os médicos que fazemos as Reformas”.

8 Comments:

Blogger saudepe said...

Em relação ao comentário anterior do Such:
Mais um exemplo acabado da intenção deste Governo em privatizar o SNS.

1:56 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Mais um excelente post do Xavier. Independentemente da concordância ou não com o que diz, temos uma excelente síntese de alguns dos aspectos que começaram por marcar o início de 2007.
Correia de Campos tem-se desdobrado, como fez no passado, em aparecer perante a comunicação social atirando sobre alvos bem definidos(um vez foi colocado num post caricaturado como cowboy, se bem me lembro).
E já teve as suas tiradas, em tudo semelhantes àquelas das ameaças sobre o Adalberto (de que não mais se falou).
Esta de haver um HH com 30 médicos para 30 camas e um cirurgia mensal, não lembraria ao diabo. Quem sabe dizer-nos qual é o hospital em causa?
Relógios de ponto, assiduidade. Faltou a CC explicar porque razão o seu delfim, J.M. Boquinhas, tendo tudo organizado no HSFX e equipamento comprado desde 2003 ainda não implementou o sistema. Será por ser médico e interessado nas candidaturas (passadas e futuras) à OM?
Provas de excelência dos médicos de família na gestão dos CSP?! Que provas? Qual a experiência que permite tirar essas conclusões?Afinal ficamos a saber que são bons porque foram alunos de CC ( pelos vistos bem melhores do que o professor - geração de chumbo?)
Quanto ao Adalberto, falta ao senhor Ministro explicar a contabilidade criativa que ali está em vigor. E praticada também noutros hospitais.
E aquela da fuga para o privado na IVG é uma tirada fantástica. Afinal, ficamos a saber que quem não vai ter problemas, são mais uma vez aqueles que podem pagar.
E a facilitação do acesso à IVG pelo governo é só a fingir?!

2:22 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Uma correcção que se impõe,
No comentário anterior não é "o que diz" o Xavier mas o que diz (disse) CC e que o Xavier suscintamente apresentou no que teve de essencial.

3:22 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

CC nesta entrevista, bem como no balanço e perspectivas que pode ser lido no portal da saúde, já pouco fala em Farmácias. Isso era no princípio. Desistiu. Em Março aprovará a iníqua e inócua liberalização da propriedade de Farmácia e provavelmente tão cedo nem quererá ouvir falar do tema. Ponto final.

Teremos assim a tão importante e desejada estabilidade do sector que nos permitirá trabalhar e investir? Julgo que sim.

4:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Correia Campos segue orientações idênticas às dos restantes membros do Governo e que são as definidas por José Sócrates.
Lança a medida que mais contestação prevê ir suscitar através dos seus acessores, a título individual ou institucional.
A coberto duma fundamentação de boa gestão dos dinheiros públicos, utiliza os regimes experimentais, as comissões técnicas e a discussão pública, demonstrando assim a sua actuação democrática.
Objectivos:
Pôr a descoberto as contradições corporativistas dos vários sectores da Saúde, colocando-os uns contra os outros e finalmente a população contra eles.
Embrenha-se CC então, atingido este ponto de açúcar, na defesa das suas medidas, utilizando os meios de informação de maior divulgação.
Depois cala-se, deixa arrefecer a calda de açúcar e algum tempo depois publica as medidas sem que antes se esqueça de as não regulamentar para que não produzam efeitos de imediato mas só algum tempo depois, esquecidas que já são as discussões e contestações havidas, cansados que já estão os guerreiros.
E outra medida controversa de imediato é lançada.
Assim se renova o ciclo.
Depois das Maternidades, dos SAPs e da Rede de Serviços de Urgência, dos HH SA, EPE e PPP, da IF e das Farmácias, dos preços dos Medicamentos e das taxas de punição, estamos na fase dos Médicos.
É nesta fase que nos encontramos. Mas há aqui uma coisa diferente:
“É com os médicos que fazemos as Reformas” diz CC
Que quererá isto dizer?

5:37 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O Adalberto alguma vez exerceu medicina ?

Ainda vamos ouvir CC elogiar o Canas Mendes.

12:19 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Volto a insistir,
Há contabilidade criativa no Santa Maria, ou melhor, para ser mais rigoroso: há mentira contabilística no Santa Maria.

1:04 da tarde  
Blogger coscuvilheiro said...

O show off leva CC a dizer coisas insensatas .

A máquina de debitar números e indicadores de cor de vez enquando avaria-se, como foi o caso dos descontos das farmácias e armazenistas dos doentes estimados de cuidados continuados.

Uma entrevista muito irregular com altos e baixos muito pronunciados.

Na TV é que é.
É onde CC se sente mais motivado.
Um talento nato desperdiçado.

1:16 da manhã  

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