sábado, janeiro 20

Mudanças, só para melhor!

Excelente esta reflexão do Aidenós. link Na verdade era merecedora de um comentário mais oportuno. Mas, esperando tolerância e compreensão do seu autor, vou "meter a minha colherada".
Qualquer Ministro da Saúde e CA dos HH, sabe que os médicos são elementos-chave na prestação de cuidados de saúde. Tal como os operários especializados o são nas empresas. E tantas vezes ouvimos dizer que as reformas na Saúde têm que ser feitas com os trabalhadores e não contra os trabalhadores.
Mas, como também se diz: bem prega Frei Tomás...
Parece-me que a estratégia de CC para com os médicos (como o fez outrora com outros profissionais) vem sendo a de criar através da Comunicação Social um ambiente favorável às medidas que pretende implementar e que podem mexer com interesses instalados. Mas, em meu entender, nem tudo deve valer. E não se podem meter todos os trabalhadores (nem todos os médicos) no mesmo saco.
Sendo certo que a ninguém de bom senso interessa que tudo continue como está.
Mas a todos apenas interessam mudanças para MELHOR!
Tonitosa

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

As medidas avulsas e, sejamos claros, absolutamente direccionadas, do Dr. Correia de Campos dão, da política de saúde, uma imagem indigente e pouco honesta como se lida com um grupo profissional (médicos,) e, em última análise com o interesse dos doentes.
O Dr. Correia de Campos é um economista da saúde – dificilmente lhe posso reconhecer qualidades políticas intrínsecas que valorizem a sua actividade – e através das propaladas medidas anunciadas (incompatibilidades técnico-directivas entre trabalho no SNS / actividade privada, controlo biométrico da assiduidade, a eventual mobilização de médicos) pretende, em minha opinião, pura e simplesmente “chafurdar”. Chafurdar um terreno minado. E, como imprevidente que é passeia-se desguarnecido pelo meio das minas. Existirão, não nos vamos armar em ingénuos, vários lobbys na área da Saúde: médicos, enfermeiros (não esquecer), farmácias, indústria farmacêutica, etc. Do que nunca se fala (será tabu?) é do lobby dos administradores hospitalares de que, indubitavelmente, o ministro faz parte e será, por ventura, um dos principais mentores na sua implantação e desenvolvimento no nosso País. É um “pai” deste lobby.
Quando classifico a actuação do ministro de “chafurdar” é porque, na realidade, não enfrenta (…não tem enfrentado) os problemas existentes na área da Saúde, com o mínimo de isenção estratégica, não possui uma visão integrada da saúde enquanto serviço público e pilar social do Estado e é falho e coxo na busca de perspectivas futuras. As dificuldades orçamentais com que está confrontado, desde que aceitou dirigir o ministério, determinadas pela política “oficial” de um obstinado combate ao deficit pedra de toque (escondida) governo de José Sócrates, empurram-no para medidas restritivas que, em primeira análise, têm (e vão continuar a …) degradado a qualidade dos cuidados prestados pelo SNS, “ganhar” a hostilidade dos prestadores de cuidados e por fim o repúdio popular. A médio prazo, estas políticas, provocarão um incontrolável descontentamento dos utentes. Este tipo de actuação tem incomensuráveis custos políticos e sociais que serão, como é obvio, em tempos próximos, directamente facturados ao PS. Torna-se, portanto, necessário arranjar um “bode expiatório”, um mau da fita. Desde muito cedo que foi (estava) “encontrado”: - são os médicos!
Na realidade, para além de correcções pontuais de dificiências e detectados abusos que haverá em todos os sítios, o que se vê é o seguinte:
1.) implementam-se medidas desagregadoras do trabalho em equipa na área hospitalar (caí por terra a coordenação dos serviços clínicos e laboratoriais operativos) e nos cuidados primários de saúde (as UFS não terão outros resultados…!);
2.) hostiliza-se os grupos profissionais que estão no terreno (quando há dúvidas ou problemas reúne-se com os presidentes dos CA dos hospitais…os sindicatos e as organizações profissionais são “para inglês ver”…);
3.) Altera-se o mapa assistencial do País encerrando-se serviços ou unidades clínicas e de urgências periféricas, mas não se guarnece a retaguarda. O que se passou no período de natal de 2006, nas urgências dos Hospitais Centrais, deveria originar uma rigorosa auditoria à política de saúde deste governo;
4.) centra-se o programa na sigla: “combate ao desperdício”. Passa-se a vida a negociar com a APIFARMA, ANF e a promover restrições no aprovisionamento e aquisição de materiais de consumo corrente. (se ouvisse os directores clínicos dos Hospitais saberia à beira do que estamos…);
5.) O “combate ao desperdício” tem outra face (perversa): o não investimento. Em novas tecnologias, na renovação, na formação. (… a qualidade dos cuidados de saúde não resiste a 4 anos – mandato do governo - de marasmo neste campo);
6.) Como o “combate ao desperdício” não pode ser uma política continuada sem ser considerada acessória ou ineficaz, criam-se “taxas de utilização” com justificações de moderação que, para quem anda na saúde, são simplesmente anedóticas. (…entretanto como isso não chega uma comissão dependente do seu Ministério sugere um novo “imposto para a Saúde”…);
…/…

A “diabolização” dos médicos para suportar as insuficiências políticas, programáticas e de investimento, na área da saúde não é uma estratégia nova, nem inovadora. a sua “maîtresse” foi Leonor Beleza. Saberemos lidar com isso!

11:27 da tarde  

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