quinta-feira, janeiro 18

Se escolher ir por aí, não vai longe...


Curta reflexão, onde não entra Aníbal Cavaco Silva
1. - A luta com a classe médica agravou-se mais do que o desejável
As recentes medidas: Despacho de proibição da acumulação de cargos de direcção no público com o trabalho no privado; controlo de assiduidade através de meios electrónicos; concentração dos médicos nos grandes centros, levaram o bastonário da OM, Pedro Nunes, a declarar guerra a CC: Face à estratégia de responsabilizar os médicos pelos erros das medidas políticas que têm vindo a ser tomadas", fica o aviso: "Não o vamos tolerar. Se escolher ir por aí, não vai longe." link

2. - O problema das "santas alianças"
Tanto as pessoas (população e seus representantes) como os profissionais, o que mais querem ouvir (música para os seus ouvidos) é: mais e melhor, sobretudo se nada pagarem (os impostos não dão para tudo).
Só que manter a despesa pública ao nível actual é incomportável (provoca empobrecimento futuro) e temos uma despesa global em saúde mais elevada do que devia ser (face à riqueza produzida pelo país, face à qualidade dos actos). É então necessário reduzir o desperdício em toda a despesa pública, idem na saúde. E se houver redução do desperdício no SNS e melhor gestão (mais racionalidade e controlo) também na saúde privada haverá vantagens (ex. se a produção do SNS aumentar, então os preços da privada terão que baixar - redução dos sobrelucros de médicos e clínicas).
Face às transformações/medidas/reduções/cortes que é indispensável fazer, não são de admirar «santas alianças» (médicos/autarcas/politiqueiros) em defesa dos seus privilégios, invocando sempre os direitos dos doentes.

3. - Tudo o que vier depois de CC, será certamente pior
Se em 2008 já há eleições e se no 2º semestre de 2007 somos a presidência da CE, resta este 1º semestre (2007) para mexer... O risco é Sócrates dar indicações para avançar com as reformas mas no 2º semestre, se CC estiver muito mal (médicos, opinião pública, dentro PS..), "ser forçado" a remodelá-lo... O problema em minha opinião (por isso chamei-lhe risco) é que depois de reformas e contestação, arriscamo-nos a ter médico (para calar a classe) e "bonzinho" (para dar mais coisas, tipo Maria de Belém) que mais tarde iremos pagar pesadamente...
Faço votos para que as coisas não se passem assim.

4 Comments:

Blogger naoseiquenome usar said...

Amén, Xavier.
Esta política não é de CC. Esta política, como estratégia de governo foi lançada por LFP e é irreverssível. Quem assim não pensar, como não pensou ACS ao esbanjar todo os dinheiro da UE, dando-nos a ilusão de crescer, está muito enganado e vai... pagar muito caro, caso contribua para o impasse actual.

(Chamem-me lá nomes,vá! :)) )

1:41 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Já andam em preparativosdo funeral ?

11:35 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Pois é, ao mesmo tempo que os médicos são apontados como os esbanjadores dos dinheiros do SNS uma outra classe de profissionais tem enchido os hospitais. E pior que isso, muitos deles nada fazem e são incompetentes.
Mas como alguém um dia disse "CC tem aqui a sua gente" a situação está explicada!
Acho que há excelentes profissionais desse grupo com formação e experiência que têm dado provas do que são capazes. Mas há claro exagero nomeadamente em casos de requisção a outros serviços de técnicos sem perfil para o desempenho de funções superiores.

6:11 da tarde  
Blogger saudepe said...

Caro Tonitosa,
Entendi, mas não entendi.
As acusações quando se fazem são para valer.
Agradecia que concretizasse melhor para não ficarmos pelas atoardas.

Não nos vai dizer que estão a ser cometidos os mesmos erros do Luís Filipe Pereira ?

E já não é a primeira vez que o Tonitosa refere contendas ferozes entre administradores e médicos. E que não se gostam reciprocamente.
Como deve saber a gestão não pode depender de estados de espírito. Por isso, era bom aclararmos esta matéria.

11:36 da manhã  

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