O Controlo da Assiduidade
O ano de 2006 terminou com uma forte polémica sob o controlo da assiduidade dos médicos nos hospitais. E tudo a propósito da intenção de introduzir mecanismos automáticos de natureza biométrica em todos eles.
O sistema actualmente em vigor, manual e sem rigor, é propício a todo o tipo de expedientes e falsificações. E, reconhecendo que muitos médicos cumprem escrupulosamente e generosamente os seus horários, temos, por outro lado, que reconhecer também, a frequência com que deparamos com formas menos escrupulosas de observar o dever de assiduidade e de pontualidade.
Por isso mesmo, a moralização que se pretende introduzir com estes métodos, mais rigorosos e transparentes, deveria colher o aplauso de todos os protagonistas. Quem não deve não teme!
Importará, a propósito referir a importância do controlo dos horários de trabalho: verificação do cumprimento semanal da respectiva carga horária; justificação e abono do trabalho suplementar e do trabalho extraordinário; análise do cumprimento da actividade programada, dos cancelamentos, dos atrasos ou adiamentos; justificação do prolongamento do trabalho por razões emergentes e respectivo pagamento, etc.
Os horários de trabalho, desde que devidamente aferidos e controlados são, assim, um excelente instrumento de gestão dos Serviços clínicos, na medida em que permitem analisar a pertinência, a adequação e a produtividade das diferentes cargas horárias do trabalho médico, racionalizar os recursos humanos e evitar o desperdício de significativos
recursos financeiros. E, sobretudo introduzem no sistema, transparência, verdade e responsabilidade.
O controlo dos horários de trabalho deveria ser um facto natural e intrínseco ao próprio regime de trabalho: pago em função de uma determinada carga horária, exercido de forma subordinada e na maioria das vezes, em equipa multidisciplinar. E, não esquecer, com horas marcadas para um número significativo de procedimentos: consultas,
exames complementares, intervenções cirúrgicas, sessões de hospital de dia, etc. Esquecer estes compromissos e transformar a assiduidade e a pontualidade numa questão menor e não escrutinavel é uma irresponsabilidade, face às Administrações e, sobretudo, face aos doentes.
O sistema actualmente em vigor, manual e sem rigor, é propício a todo o tipo de expedientes e falsificações. E, reconhecendo que muitos médicos cumprem escrupulosamente e generosamente os seus horários, temos, por outro lado, que reconhecer também, a frequência com que deparamos com formas menos escrupulosas de observar o dever de assiduidade e de pontualidade.
Por isso mesmo, a moralização que se pretende introduzir com estes métodos, mais rigorosos e transparentes, deveria colher o aplauso de todos os protagonistas. Quem não deve não teme!
Importará, a propósito referir a importância do controlo dos horários de trabalho: verificação do cumprimento semanal da respectiva carga horária; justificação e abono do trabalho suplementar e do trabalho extraordinário; análise do cumprimento da actividade programada, dos cancelamentos, dos atrasos ou adiamentos; justificação do prolongamento do trabalho por razões emergentes e respectivo pagamento, etc.
Os horários de trabalho, desde que devidamente aferidos e controlados são, assim, um excelente instrumento de gestão dos Serviços clínicos, na medida em que permitem analisar a pertinência, a adequação e a produtividade das diferentes cargas horárias do trabalho médico, racionalizar os recursos humanos e evitar o desperdício de significativos
recursos financeiros. E, sobretudo introduzem no sistema, transparência, verdade e responsabilidade.
O controlo dos horários de trabalho deveria ser um facto natural e intrínseco ao próprio regime de trabalho: pago em função de uma determinada carga horária, exercido de forma subordinada e na maioria das vezes, em equipa multidisciplinar. E, não esquecer, com horas marcadas para um número significativo de procedimentos: consultas,
exames complementares, intervenções cirúrgicas, sessões de hospital de dia, etc. Esquecer estes compromissos e transformar a assiduidade e a pontualidade numa questão menor e não escrutinavel é uma irresponsabilidade, face às Administrações e, sobretudo, face aos doentes.
Manuel Delgado, GH n.º 24
3 Comments:
Isto já nem é comentável. Disse, noutro sítio, que o "ridículo mata". E mata mesmo. O desprestígio da classe por questiúnculas inquestionáveis como esta leva a um crescente desprestígio. Há benesses inconcebíveis que não podem durar sempre! (mesmo que no íntimo as medidas atinjam os cumpridores, no seu orgulho, o valor maior da necessidade face aos restantes, deve e tem de, prevalecer)
Durante anos as Adminsitrações dos Hospitais estiveram-se nas tintas para a assiduidade. Ao que sei, houve no tempo de um Administrador/Director do H. S. F. Xavier, de nome Carlos Santos, uma tentativa de implementação de "relógio de ponto" que foi pura e simplesmente rejeitada pelos médicos.
Só mais tarde, e gostava de ver esta informação confirmada, no mesmo Hospital, já como SA, surgiu uma iniciativa com as novas tecnologias da biometria e que se encontrava em fase final de recolha de críticas e sugestões para ser "implementada" no início de 2005. Esse sistema que seria defacto pioneiro na Saúde terá sido (parcialmente) adoptado pelo Prof. Jorge Branco na MAC (ele foi antes Director de Serviços no HSF Xavier).
A minha opinião mantém-se: relógio de ponto, NÃO. Registo e gestão de tempos de trabalho, SIM.
Aí temos mais um episódio da Guerra Suja. Já tinhamos o Nunes que já mandou encerrar para cima de 400 restaurantes.
Estas inspecções devem ser rotina num estado democrático.
Entre nós, fazem pico de audiências televisivas.
A notícia foi avançada ontem pela TVI e faz hoje manchete em vários jornais diários, entre os quais o “Público” e “Jornal de Notícias”. Segundo escreve o JN, entre os médicos investigados, está um clínico de um centro de saúde de Aveiro que rubricou em média 95 receitas diárias, por um valor total de 4500 euros diários. De acordo com a TVI, esse médico totalizou "quase um milhão de euros em farmácia" por ano, mas foi ultrapassado na quantidade de receitas diárias por colegas de Guimarães (em 2005) e de Santarém (em 2006), que ultrapassaram as cem prescrições diárias. Os clínicos identificados, noticia ainda o JN, vão ser alvo de "auditorias clínicas" que permitam verificar se as patologias dos seus doentes justificam esse volume de receituário.
O relatório da IGS, que o ministro da Saúde só tornará público depois de o dar a conhecer aos interessados, indica ainda, segundo a TVI, que os médicos em causa prescrevem essencialmente medicamentos de marca mais caros, e não genéricos.
Outro dado realçado pela IGS prende-se com os patrocínios da indústria farmacêutica. O JN adianta que um clínico do Hospital de Santo António, no Porto, foi o que ganhou mais - cerca de 17 500 euros.
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