quarta-feira, janeiro 17

O Preço dos Medicamentos

Antes de ler este artigo do António Vaz Carneiro (AVC) link pensava eu, na minha santa ignorância, que a determinação do VTA ("maior eficácia, segurança ou conveniência relativamente a medicamentos comparadores clinicamente relevantes"), constituía o processo mais difícil da longa cadeia de procedimentos, antes de tornar disponível o medicamento aos utentes.
AVC é de opinião que este processo funciona muito bem (Infarmed), “o que nos permite afirmar que os medicamentos modernos possuem qualidade indiscutível e segurança suficiente para poderem ser tomados com confiança pelos doentes.”
Para AVC a maior dificuldade, a mais complexa, está na determinação do preço (justo), porque, para "além dos custos da investigação e desenvolvimento, deve ter-se em conta todos os benefícios que a utilização racional do medicamento induz ."
Daqui resulta a importância da farmacoeconomia, ou seja, a ciência que estuda o impacto do custo dos medicamentos para o tratamento de doenças, num determinado serviço nacional de saúde. Donde podermos dizer, com toda a propriedade, que cabe à farmacoeconomia atribuir um preço a uma eficácia.

8 Comments:

Blogger naoseiquenome usar said...

Donde se pode concluir :) que desde há muito a equação custo-benefício, o uso racional e a avaliação económica da melhor opção terapêutica, a eficácia * efectividade (também)no medicamento, tem sido levada em conta e o deve ser e indispensável. Uma excelente razão, como solução de continuidade, que não faz esquecer que, por vezes, para determinada patologia, o medicamento "de ponta" é o absolutamente necessário.

Não extrapolemos.

1:37 da manhã  
Blogger Clara said...

Caro naoseiquenome usar
Entendi o seu recado final.

Quanto ao artigo de AVC penso que constitui uma preciosa ajuda para recolocarmos correctamente o problema do acesso à nova tecnologia do medicamento.

A conjugação falta de recursos e crescimento incontrolado dos gastos com medicamentos, faz com que seja necessária uma avaliação cada vez mais criteriosa e eficaz da nova tecnologia.

Segundo AVC a avaliação tem sido bem feita, pois as novas substâncias disponíveis no mercado têm valor terapêutico (confirmado) e são seguras.

Para calcular o preço (justo) das novas moléculas há a farmacoeconomia.

Temos ainda o problema da prescrição que deve ser efectuada de forma racional para o que é necessário os prescritores terem acesso à máxima informação disponível.

Mas afinal onde está o problema fundamental do acesso aos novos medicamentos ?
Recursos limitados e custo elevado (e justo) dos novos medicamentos, compromete a capacidade do Estado em garantir a comparticipação (total/parcial) de todos os novos produtos.
O problema das novas tecnologias está na necessidade de racionar o seu acesso, determinado pelas limitações já referidas.

If Patricia Hewitt is serious about giving people more control over their health care, then she needs to explain that there are limits to what a publicly funded health service can deliver. If David Cameron is serious about his commitment to the NHS, then he needs to engage in a debate about how care should be rationed. The public needs to understand that value for money means doesn’t just mean efficiency – it means hard decisions over drugs and treatments too."

Temos pois medicamentos bons e seguros mas muito caros (preços justos) o que determina a incapacidade do Estado em assegurar o seu pagamento. Não havendo novas soluções a solução imediata parece ser a de racionar o acesso. Esta decisão significa um grande prejuízo para os utentes de qualquer sistema de saúde.
Há necessidade de reinventar a nossa política, encontrar novas soluções, para continuarmos a assegurar os ganhos de saúde necessários.

11:29 da manhã  
Blogger Peliteiro said...

Xavier, eu não lhe disse "olhe que não, olhe que não"? Ainda bem que não apostou o jantar:

O ministro da Saúde tentou, mas não conseguiu acabar com a intermediação financeira da ANF no pagamento das comparticipações dos medicamentos.
Ao que a Renascença apurou, a esmagadora maioria das farmácias do Continente cedeu os seus créditos à sociedade financeira criada pela ANF (a Finanfarma).
... Das farmácias do Continente, 95% responderam de forma positiva ao repto que foi lançado pela ANF... 2460 farmácias aderiram à instituição financeira criada por João Cordeiro, enquanto 130 (5% das farmácias do Continente) não aderiram.

A esmagadora maioria parece ter acreditado mais na Associação do que no Estado, apesar da garantia do Governo de que já este mês iria pagar a 30 dias, tendo sido até criado um fundo para assegurar o pagamento a tempo e horas.

2:11 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Acreditar no Estado?!
Então não foi verdade aquela história de "O Menino e o Lobo" que muitos de nós lemos na Instrução Primária.
É a vida!...

6:20 da tarde  
Blogger JFP said...

Eles vão e vêm....e nós continuamos cá!!!

7:10 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro MSP

Continuo a pensar que CC procedeu bem aocriaro fundo.
O argumento para a existência da intermediação financeira é o atraso de pagamento às farmácias por parte do Estado.
A criação do Fundo (caso funcione e cumpra o prazo de pagamento prometido) vem deitar por terra este argumento política.

A médio prazo, um número significativo de farmácias transfere-se para o fundo do estado.

A "guerra" à ANF tem os dias contados. Há um acordo. A ANF vai continuar a prosperar. Os ventos de guerra deslocaram-se para outras paragens.

Os farmacêuticos ainda vão ter saudades dos tempos gloriosos de confrontação com o ministro da saúde que privatizou o SNS.

2:11 da manhã  
Blogger JFP said...

Caro joaopedro e restantes "bloggers" creio que vos induzi em erro. Deveria dizer que estava a tentar citar algum Velho do Restelo.

Do tipo... "os ministros passam, mas as instituições permanecem..."

Quanto à solução por si alforada... não estará muito longe do futuro da ANF. Aliás é isso que tem feito CC vacilar. Mas todos estaremos cá para ver... CC como MS é que não.

Cumprimentos.

9:58 da tarde  
Blogger JFP said...

aflorada

10:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home