quarta-feira, fevereiro 7

Da Saúde


Começo pelas boas:
Noite de bola com Portugal a derrotar o Brasil por 2-0 . Excelente resultado mesmo tratando-se de um jogo a feijões. Cristiano Ronaldo foi considerado a estrela da partida antes do jogo (falta-lhe ainda muita coisa para ser comparável a um Figo, por exemplo). Os golos da partida foram do Simão e Ricardo Carvalho.


As inevitáveis:
O movimento de desgaste dos responsáveis do MS continua, movido, essencialmente, pela classe médica.
O conselho regional do Norte da Ordem dos Médicos vai recorrer ao procurador-geral da República e ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa para que seja declarada a ilegalidade do despacho do Governo sobre "escalas tipo dos serviços de urgência"link.

O director e oito chefes de equipa do Serviço de Urgência do Hospital Senhora da Oliveira de Guimarães demitiram-se, alegando falta de condições de trabalho. Sobre esta matéria ver o excelente "post" do nosso colega da Frente
link


Para ver se fica tudo na mesma:
«PKM como grande conhecedor do assunto faz uma análise que considero correcta, embora não seja inovadora.
link Porém, todas as movimentações que se têm visto quer da parte do MS, quer da parte dos "interesses instalados", são naturais e programadas.
Sabemos que o MS tem pouco tempo para mostrar que ainda consegue administrar a saúde em Portugal e, por outro lado, os "interesses instalados" estão a tentar empurrar CC porta fora para ver se fica tudo na mesma...
Vamos ver quem é mais forte ou mais esperto.
Nós, entretanto, vamos assistindo e comentando...
coiso

3 Comments:

Blogger e-pá! said...

O artigo de PKM, é um pouco chover no molhado e, em lugar de uma análise sobre factos concretos, mais parece um spot de publicitário.

Vejamos:

"Serão os interesses instalados em acções de guerrilha no sentido de “adiar” a mudança? Ou será genético? O SNS é imutável? "

Quando se fala em "interesses instalados" convinha não esquecer os "interesses em instalação" ou em "expansão".
Por outro lado, a mutabilidade do SNS será um assunto político demasiado sério, para ser "tratado" por uma equipa ministerial (qualquer que seja).
Os custos ou os ganhos políticos de uma eventual mudança (trata-se de um pilar do dito Estado Social), são tão elevados que os "catapultam" para outras sedes de poder e de decisão (constitucionais).
De qualquer maneira ficamos a saber que há pretensões a mutações e não só reformas.

E, a conclusão do artigo é, como dizem os brasileiros, "demais":
"As funções de responsabilidade nas organizações do ministério da Saúde são verdadeiros sacrifícios em prol do serviço público."
E eu acrescentaria: e criação de espaço de manobra para a criação de empresas de consultoria, na área da saúde. Ah! pois é...
Diria que são "brigadas de missão" ou missionárias...(cuidado com a posição).

9:49 da manhã  
Blogger Beveridge said...

Xavier, disse:
"O movimento de desgaste dos responsáveis do MS continua, movido, essencialmente, pela classe médica".
Esta é uma forma curiosa de colocar a questão!
Mas haverá, porventura, outras leituras possíveis... Nomeadamente, a que identifica a própria equipa ministerial como a fonte maior do seu próprio desgaste:
- Orçamento "de verdade" mas, prestação de contas e transparência, zero;
- Sinais repetidos de uma dívida que teima em manter-se descontrolada;
- Diminuição de comparticipação de medicamentos a eito, sem que se divise uma política de comparticipações credível;
- Genéricos em queda;
- Tranferência de custos dos medicamentos e das actividades assistenciais para os cidadãos;
- Assembleia da República a aprovar por unaninidade recomendações ao MS sobre política do medicamento;
- Encerramento de serviços (nalguns casos até justificado), mas sem a criação das alternativas necessárias;
- A obscuridade persistentemente mantida acerca dos hospitais PPP;
- O PRACE vs. adiamento da extinção das Sub-Regiões de Saúde e o atraso na reconfigiração dos serviços centrais do MS;
- Governar-se para os media, ditando a agenda política, mas mal disfarçando a "hidden agenda";
- A conflitualidade, como tique dominante de intervenção;
- A confrontação dos agentes do sector, ao invés da sua inclusão como partes da solução;
- A argumentação permanente dos lobbies, como se eles não fossem uma realidade prévia à decisão de governar, e a decorrente vitimização pela sua existência (lobbies esses, aliás,apresentados como um "inconveniente" e não como uma realidade incontornável nas sociedades democráticas);
- Os lobbies denunciados e os lobbies sabiamente poupados;
Bom! Para minha estreia no SAUDESA, vou parar por aqui, porque a "coisa" já vai longa.
Não sem que antes expresse saudações ao Xavier por manter este espaço ímpar de debate (quase) sempre construtivo,que há já longo tempo me habituei a aceder, diariamente.

1:11 da tarde  
Blogger ORTOPÉDICO said...

Interesses instalados ou grandes interesses a instalarem-se?
Será que se estão a instalar os grandes interesses do capital e se estão a correr com os interesses de classe?
Assiste-se a uma grande discussão de assuntos económicos, e quem discute os assuntos científicos? E quem defende os interesses dos doentes? Mas estes existem ou são puros gastadores desenfreados de euros a quem ninguém consegue controlar?
Viva o Serviço Nacional de SAÚDE

11:59 da tarde  

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