sábado, fevereiro 3

Diagnóstico dos STI













No Portal da Saúde está disponível o Memorando de Análise e Diagnóstico dos Sistemas de Informação da Saúde link . Das conclusões do estudo efectuado pela pricewaterhousecoopers (25 pontos), ressalvei o seguinte:
1) – Não existe uma definição clara da missão do IGIF.
2) – No IGIF não existe uma estratégia ou plano de sistemas de informação estruturado, formalizado e partilhado com os demais serviços e organismos do sector. O instituto actua de forma reactiva às solicitações ad-hoc. Os planos que existem cobrem apenas pequenas fracções da organização.
3) – No IGIF não está implementado nenhum processo de planeamento a longo prazo.
4) – Os projectos não são geridos de forma estratégica como uma carteira de projectos, privilegiando-se uma gestão individualizada dos mesmos.
5) – Não existe uma formalização da arquitectura de dados e de informação. Os dados geralmente não estão disponíveis ou, quando o estão, não se encontram no formato e local adequado. Existem grandes problemas de inter operacionalidade dentro do IGIF e no sector.
6) Não existe uma arquitectura tecnológica definida de forma estratégica. Aquela que existe resulta da arquitectura que está implícita nos sistemas dos fornecedores.
7) – Não existe uma abordagem formal para avaliar e seleccionar soluções tecnológicas.
8) – As emergentes ou novas tecnologias não são monitorizadas para avaliar os impactos da sua eventual adopção.
9) A abordagem de gestão de pedidos de projectos ou serviços dos serviços ou organismos da Saúde é bastante incipiente e não formalizada. Existem algumas redes de contactos que actuam numa base reactiva.
10) – o processo de gestão do relacionamento com os serviços e organismos da saúde é bastante fraco.
11) – o IGIF está estruturado e organizado para disponibilizar tecnologia e não para deter a prestação de serviços.
12) – O orçamento financeiro dos STI é tendencialmente efectuado tomando por base a execução do ano anterior, ajustando-a à inflação anual. Não é efectuado de forma a assegurar uma prestação de serviços adequada.
13) - Não são definidos objectivos para as diversas unidades orgânicas nem para cada colaborador do IGIF.
14) – A estrutura organizacional é fortemente direccionada para o produto e tecnologia.
15) – Não existem mecanismos ou procedimentos formais para capturar a procura dos utilizadores em serviços de STI. A avaliação das necessidades da procura é informal e ad-hoc. As entidades do sector não são envolvidas na definição das prioridades do IGIF para os STI.

De acordo com o resumo a que tivemos acesso, o diagnóstico pareceu-nos correcto. Os diagnósticos são a nossa especialidade. Vamos ver agora dos objectivos programados o que conseguimos relizar, nomeadamente em relação à definição do modelo integrado de sistemas e tecnologias de informação da Saúde, o seu modelo de governação e gestão, e o programa de transformação dos sistemas e tecnologias da Saúde.

3 Comments:

Blogger tonitosa said...

DEMASIADO MAU PARA SER VERDADE?!
Assim começa este meu comentário. Há uns bons meses (cerca de um ano?), no Saúde SA, debatemos parte desta matéria com particular enfoque no SONHO. E houve quem criticasse o IGIF (como eu) e quem saísse em sua defesa.
Vemos agora, por um entidade externa (e credível, em princípio, mesmo sem os bonecos no relatório) ser traçada a actual situação da mais importante entidade da Saúde no domínio dos STI. E uma conclusão geral é óbvia: SANTA IGNORÂNCIA!
Aos pontos (importantes) destacados pelo Xavier, acrescento e enfatizo mais alguns que “respiguei” de uma leitura breve do relatório da “Price”.
1. Começo por destacar o facto, a meu ver inaceitável, de ao inquérito promovido para base deste estudo apenas terem sido obtidas 66,9% de respostas. E se o número de repostas pode significar o desinteresse com que os Organismos avaliam estas matérias, não deixa de ser ainda mais condenável que das ARS’s e SRS’s, que deviam dar o exemplo, tenho respondido, apenas, 60,8%.
2. E como explicar que a DGS, o Alto-comissário para a Saúde e a DIGIES nem sequer tenham respondido?

Da avaliação feita destacam-se afirmações como as seguintes:
1. Baixíssimo no domínio das competências técnicas;
2. 95% dos técnicos têm conhecimento nulo ou mínimo das soluções tecnológicas do mercado para o sector
3. 99% dos técnicos e a TOTALIDADE DOS DIRIGENTES não conhece ou não tem conhecimento mínimo das normas e padrões internacionais ligados aos STI e à Saúde;
4. Quanto a qualificações e formação técnica, predomina a qualificação básica e apenas 5% dos RH têm formação especializada;
5. O conhecimento das tecnologias mais modernas é praticamente inexistente. Mesmo sobres as tecnologias mais desactualizadas o conhecimento é superficial;
6. 66% dos dirigentes não tem competências no domínio dos fundamentos tecnológicos, tendo os dirigentes de Lisboa competência mínima. E 60% dos técnicos COMPETÊNCIA NULA.

Digamos pois que, a situação não é má. É péssima. E acompanhando o Vivóporto, “que assim era já todos o tínhamos percebido”.

Mais alguns destaques:
1. A avaliação das necessidades é informal e ad-hoc;
O IGIF não avalia formal ou informalmente os benefícios efectivos de um projecto. O Objectivo dos projectos é percebido como entrega de produtos e serviços tecnológicos;
2. Na prática o IGIF não conhece quanto custa cada uma das suas actividades, produtos ou serviços. Não consegue comparar custos de componentes tecnológicas similares nem avaliar a viabilidade de substituição de um sistema ou equipamento.

NOTA: recordando o que em tempos escrevi sobre o ALERT, eu pergunto: NÃO CONSEGUE OU NÃO CONVÉM?

E não nos deve passar despercebida a seguinte conclusão do relatório:
1. A EVOLUÇÃO DAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS E DE GESTÃO NÃO É PLANEADA. QUANDO OCORRE É TIPICAMENTE FOCADA NA GESTÃO DE TOPO E NO AUMENTO DO NÚMERO DE CARGOS DE GESTÃO;
2. Existe sobreposição de uma estrutura formal e outra informal e a NOMEAÇÂO DE GESTORES DE TOPO PARA CARGOS INEXISTENTES.

Vale ainda a pena focar atenção nas “conclusões” sobre a Carteira de Aplicações e a Carteira de Projectos.
É de “bradar aos céus!
E a terminar, não deixa de ser surpreendente a seguinte afirmação:
O NÚMERO DE EFECTIVOS ESTÁ SUBDIMENSIONADO.

E tem andado o senhor Ministro da Saúde a convencer-nos (e aos portugueses em geral) que há trabalhadores a mais na Saúde!...

Este relatório é na verdade um atestado de incompetência (violento) para os trabalhadores do IGIF que, eventualmente, são os que menos responsabilidades têm no que se verifica no Organismo a que pertencem!

12:42 da tarde  
Blogger tonitosa said...

A propósito do meu comentário anterior, deixo aqui um abraço ao Cotovia.
Venham de lá mais "mocadas"!

1:09 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Só tenho um comentário a fazer...

É o CHOQUE TECNOLÒGICO do nosso governo em acção no MS! ;-)

11:36 da tarde  

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