Ter ou não ter, eis a questão
Pergunte-se Xavier, e utilizando uma expressão sua, porque é que o actual governo não tem os "tomates" para:
- prescrição por DCI no SNS;
- tectos e margens regressivas às farmácias;
- incentivos negativos aos farmacêuticos;
- individualização das unidades terapêuticas na cedências e
REVISÃO PERIÓDICA DAS LISTAS DE MEDICAMENTOS COMPARTICIPADOS, tal como a LEI MANDA !
Na política do medicamento o governo só se pode queixar de si próprio e os portugueses têm muito que se queixar do governo. As guerras de "alecrim e manjerona" de médicos versus farmacêuticos e farmacêuticos versus médicos, são sol na eira para quem governa a tentar resolver problemas que não existiam, mas que criou, desgoverna berrando que está prisioneiro de lóbis e nada faz atirando atenções para cima de terceiros.
As farmácias só são um problema para quem não sabe governar. Que conste, desde o fim da 2ª guerra mundial que as farmácias não constituem qualquer problema em qualquer país da europa, com excepção de Portugal. E colocá-las como prioridade dos problemas de sistema e de serviços, só cá !
Mas como parece saber bem e convir melhor continuar a alimentar e fazer crescer o monstro, então seja !
- prescrição por DCI no SNS;
- tectos e margens regressivas às farmácias;
- incentivos negativos aos farmacêuticos;
- individualização das unidades terapêuticas na cedências e
REVISÃO PERIÓDICA DAS LISTAS DE MEDICAMENTOS COMPARTICIPADOS, tal como a LEI MANDA !
Na política do medicamento o governo só se pode queixar de si próprio e os portugueses têm muito que se queixar do governo. As guerras de "alecrim e manjerona" de médicos versus farmacêuticos e farmacêuticos versus médicos, são sol na eira para quem governa a tentar resolver problemas que não existiam, mas que criou, desgoverna berrando que está prisioneiro de lóbis e nada faz atirando atenções para cima de terceiros.
As farmácias só são um problema para quem não sabe governar. Que conste, desde o fim da 2ª guerra mundial que as farmácias não constituem qualquer problema em qualquer país da europa, com excepção de Portugal. E colocá-las como prioridade dos problemas de sistema e de serviços, só cá !
Mas como parece saber bem e convir melhor continuar a alimentar e fazer crescer o monstro, então seja !
guidobaldo
14 Comments:
- tectos e margens regressivas às farmácias;
- incentivos negativos aos farmacêuticos ?
Ignorância minha ou humor negro do guidobaldo?
DESPERDÍCIO - MIL IDEIAS & MAIS ESTA:
Por cada embalagem comparticipada saída das farmácias, o desperdício médio é de 4 euros e 44 cêntimos, ou seja, é esse o valor das cápsulas, comprimidos e saquetas que vão ficar esquecidos numa gaveta lá de casa, até irem para o lixo ou serem devolvidos às farmácias para serem incinerados.
Em média, cada vez que um doente vai à farmácia aviar uma ou mais receitas, desperdiça 5 euros e 83 cêntimos em medicamentos que não vai utilizar.
Estas são as conclusões de um estudo científico realizado em parceria pelo Ministério da Saúde e a Associação Nacional das Farmácias, financiado por ambas as entidades.
Os investigadores do Instituto de Qualidade em Saúde e do Centro de Estudos da ANF demonstram que o desperdício resulta, em partes praticamente iguais, de dois problemas:
As embalagens dos medicamentos ultrapassam as necessidades dos doentes e os doentes não tomam até ao fim o que é receitado pelos médicos.
Os investigadores acompanharam por telefone o destino das receitas aviadas por mais de 1600 doentes. Este grupo de doentes é verdadeiramente representativo do universo nacional. Foram incluídas farmácias de todos os distritos do país, não tendo sido seguidos mais de 6 doentes por farmácia. Os investigadores invocam modelos estatísticos validados pela comunidade científica para demonstrarem que os resultados obtidos têm uma margem de confiança de 95 por cento. É impossível fazer um estudo desta natureza com resultados mais seguros.
O universo estudado é o e dos medicamentos comparticipados. Ou seja, dos fármacos cujo custo é suportado integralmente pelo Estado, no escalão máximo de comparticipação, ou dividido entre o Estado e os doentes, nos outros escalões. Feitas as contas os investigadores concluem que o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, suporta 60 por cento do desperdício com medicamentos. Os outros 40 por cento são pagos pelos doentes, directamente na farmácia.
A conta que vamos fazer agora é da nossa responsabilidade e não tem o rigor científico do estudo, mas do ponto de vista jornalístico impõe-se, para todos podermos ter a noção da ordem de grandeza deste problema. Considerando o desperdício médico apurado de 4, 4 euros por embalagem, e que os números oficiais dão conta da dispensa de 125 milhões de embalagens por ano de medicamentos comparticipados, o desperdício global anda perto dos 550 milhões de euros.
Esta simples multiplicação revela-nos um valor indicativo de desperdício de 547 milhões de euros. Destes, 328 milhões, ou seja, 60 por cento, são suportados pelos contribuintes, através das comparticipações, os restantes 219 são gastos pelos utentes no acto de compra.
Porque é que CC não quer que se divulgue este estudo?
NÃO HAVIA NECESSIDADEsss...
Olhem, no meu tempo era coisa que não faltava.
Também não havia tanto medicamento. Tanta trapalhada. Umas mezinhas e xaropes caseiros...
A minha Maria era mestra. Fazia um de cenoura que era uma delícia de aguardente velha. Às escondidas do Cerejeira.
Também não havia a Apifarma e a ANF.Nem hospitais SA, EPE e SPA.USF, SPA, VMER, INFARMED, ERS, etc, etc. Nem AH, CC, FR,MD, CP,F. George, Pisco, Graça Freitas, CC,outra vez...
Um Céu autêntico.
Vamos lá ver se ao menos ganho o concursito da RTP.
DESPERDÍCIO - MIL IDEIAS & MAIS ESTA
Pode ser visto neste link: LINK
"As guerras de "alecrim e manjerona" de médicos versus farmacêuticos e farmacêuticos versus médicos,..."
Claro! A prescrição deve ser uma medida meramente administrativa, sob a orientação dos gestores e dos farmacêuticos...
Ah! quer os médicos, quer os doentes, ficam de fora...
Este comentário foi removido pelo autor.
Não me cabendo a mim a defesa do texto do post, deixo no entanto algumas notas:
À Anadias: não é legítimo criticar o Guidobaldo como se ele estivesse a dizer o contrário do que é realmente defendido no seu texto... o Guidobaldo critica CC pela incapacidade do MS actuar no sector do medicamento, para além das folclóricas e irrelevantes medidas de pormenor tomadas nos últimos tempos.
Ao Tambémquero: margens regressivas são as que diminuem a partir de um determinado valor de facturação. Sobre os incentivos negativos: actualmente as farmácias vivem das margens de lucro e, portanto, quanto mais e mais caros forem os medicamentos, maior será o lucro das farmácias. Um incentivo negativo inverteria esta situação, pois promoveria a diminuição de custos para o Estado - as farmácias teriam um motivo financeiro para ceder medicamentos mais baratos (isto caso fosse legalmente possível a intervenção a este nível).
Estas ideias do Guidobaldo não são originalidades absolutas: estão demonstradas e postas em práticas em sistemas de saúde bastante mais bem geridos que o nosso.
A guerra não é contra as farmácias mas contra a ANF. E embora JC seja o seu rosto, o alvo que gostariam de abater é a massa cinzenta que está a apoiar JC e, em particular, um ex-Secretário de Estado que não é facil de dobrar, como CC e o PS gostariam de fazer. Mas por mais guerrilha que façam não irão ter grandes sucessos. è caso para se dizer que " os cães ladram e a caravana passa".
saudepe:
Ainda sobre o estudo realizado pelo MS e ANF sobre o "desperdício de medicamentos".
As coisas poderão não ser assim tão simples. Quando se diz:
"Os investigadores do Instituto de Qualidade em Saúde e do Centro de Estudos da ANF demonstram que o desperdício resulta, em partes praticamente iguais, de dois problemas:
As embalagens dos medicamentos ultrapassam as necessidades dos doentes e os doentes não tomam até ao fim o que é receitado pelos médicos", estaremos a mensoprezar outras razões. A saber:
- "compliance" para com determinados fármacos;
- iatrogenias relacionadas determinados medicamentos ;
- ritmos de aparecimento de novas moléculas para velhos (e crónicos)problemas de saúde
- a prática de "stockagem familiar" de fármacos para questões mais comezinhas
e,
associando as quatro adendas "re-nasce" a velha questão do nível de educação sanitária da população (o perfil do consumidor)
Finalmente, a asserção de que "As embalagens dos medicamentos ultrapassam as necessidades dos doentes " no contexto de um inquérito telefónico é, em termos médico-terapêuticos, pelo menos, temerária.
Diria antes, em resultado da prática clínica diária, que as embalagens poderão estar mal dimensionadas para os fins terapêuticos em causa. O que é outra coisa.
Mais, há AIM's para Portugal, com apresentações quantitativas (e até dosagens)que nunca aparecem no mercado. Sabe-se lá porquê!
Aliás...o INFARMED é quem deve saber.
Este comentário foi removido pelo autor.
Este comentário foi removido pelo autor.
A questão da disponibilidade das embalagens é bem vista, eh-pá.
Aliás, recomendo a todos também a leitura deste excelente texto do Peliteiro .
A culpa do desperdício é obviamente da Indústria Farmacêutica e de quem não a fiscaliza. Duvido que qualquer um dos outros factores tenha um efeito com o mesmo grau de importância.
As recentes alterações aos preços e margens dos medicamentos foram antecedidas em cerca de dois meses por um mega movimento de redimensionamento das embalagens disponíveis no mercado, com algumas das apresentações a ficarem esgotadas ao fim de poucos dias... será do guaraná?
PS - não conheço o estudo em causa, embora as suas conclusões não sejam surpreendentes. No entanto, penso que seria muito importante a sua divulgação, para que a discussão possa ser mais interessante.
O Guidobaldo que me desminta, mas relativamente a este tipo de desperdício há a considerar fundamentalmente dois factores importantes:
a) - O ajustamento da embalagem aos programas terapêuticos (por ex: tomas de doze em doze horas durante sete dias de determinado antibiótico)
b) - a adesão dos doentes à terapêutica prescrita.
Dois problemas distintos.
O primeiro combate-se com a dispensa unitária ou embalagens com quantidades ajustadas à terapêutica prescrita.
O segundo problema, com sérias implicações na recuperação dos doentes, depende da sensibilização e acompanhamento médico e dos serviços de saúde do doente durante o programa terapêutico delineado.
Seria necessário determinar qual destes dois problemas tem mais peso no aumento do desperdício.
Penso que o Infarmed estabelece regras sobre a dimensão das embalagens, tendo em atenção os diversos planos terapêuticos para cada substância.
Guidobaldo:
Onde está escrito que "As embalagens dos medicamentos ultrapassam as necessidades dos doentes" é no 1º. comentário de "saudepe".
Para afirmar isso é necessário conhecer as características nosológicas destes doentes. E, a partir daí, a evolução e o prognóstico. Sem isso não é possível qualquer quantificação e/ou qualificação das ditas "necessidades".
Só depois desta caracterização é que se pode saber do que se está a falar.
No estudo, diz-se, p. exº., que:
"as classes de medicamentos onde se verificou uma maior prevalência de desperdício foram: anti-inflamatórios não esteróides (100,0%), analgésicos (83,3%), anti-histamínicos (80,0%), vasoprotectores (68,8%) e psicoanalépticos (68,4%)"...
Estas quantificações não permitem tirar qualquer conclusão sólida. Falta, mais uma vez, a prévia caracterização nosológica, a verificação da sua adequação terapêutica e, ainda o grau de adesão (compliance).
Aliás, pergunto se uma prevalência da ordem dos 100% (como a que se verificou nos AINE's) é desperdício ou será mera "stockagem"?
Este valor não o intriga?
De facto, os números podem não revelar tudo. Estamos, também, perante comportamentos (humanos, suponho).
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