"Por CCA"
“Com os profissionais de Saúde”
Caro Xavier:
1. Ter provocado Posts com a qualidade do Por CCA, (de 30.01.2007, do Vivóporto) e do Com os profissionais de Saúde (de 01.02.2007), ambos bem reveladores da forte pedalada dos seus autores, é para mim muito gratificante. Por quê?
- Porque ambos debatem ideias que apresentam e fundamentam, afastando-se do estilo proselitista (seja de que sentido for) que, tantas vezes, marca as intervenções no Saudesa, e não só;
- Porque – perdoem-me a imodéstia – ambos são complementares e sintonizados com o que afirmei no Post Política de Saúde - do que não gosto( de 29.01.2007).
2. Do que não gosto, dito numa só frase, é do estilo errante e desgarrado (poupemos outros adjectivos) como são apresentadas e também como são comentadas as medidas – que todas têm custos, de aceitação, de rejeição ou de recursos – sem que se evidencie, se é que existe, a sua inserção na estratégia da saúde. É uma sensação algo semelhante à de quem paga impostos e não vê para quê. O primeiro impulso é dizer: ladrões do meu dinheiro!
3. O Vivóporto – a quem volto a tirar o meu chapéu – faz uma descrição magnífica das preocupações e do estilo dos «jeitosos da gestão» … “que pensam que administrar um hospital é apenas mostrar «obra», no sentido literal do termo, deitar paredes abaixo, levantar paredes, pintar, autorizar todos os pedidos, dar, dar, dar..., é fazer política com a gestão dos hospitais, enfim, é gastar. …alguns parecem mais preocupados em manter o lugar, agradando a todos, do que em gerir, desagradando a alguns”. Da minha lavra, só acrescentaria: os jeitosos são muitos e nem todos da mesma proveniência; alguns vieram da Av. Padre Cruz, em Lisboa. E pergunta com razão o Vivóporto: “o que está o Ministério da Saúde a fazer com o seu silêncio. Que informática da Saúde, pretende o Ministério?” A mesma pergunta que eu faço: qual a estratégia do M.S.? Porque não aparece tida nem achada nas medidas que vão sendo tomadas?
4. No Post “Com os profissionais de Saúde”, partindo do divórcio completo – que me limitara a afirmar – entre as carreiras do pessoal da saúde e respectivas remunerações, por um lado, e a produtividade do mesmo pessoal, pelo outro, é dissecado, com alguma minúcia, o processo que levou à situação actual (1.1 Enquadramento (AP) e estatuto (FP), 1.2 Centralização e reacção político-sindical e 1.3 Política de pessoal) e questiona-se seguidamente se não É tempo de mudança, estranhando que eu próprio não reconheço a urgência de ter incentivos. Aqui terá havido alguma confusão. Em lado nenhum afirmo que não é urgente ter incentivos. O que sustento é que LFP e CC andaram muito bem em não avançar com a fixação das chamadas remunerações variáveis (mais especificamente teria dito incentivos), que a lei já permite mas para cuja implementação, com sentido útil, não estão ainda criadas condições, porque seria esterilizar uma medida estratégica que poderá ter influência importante na mudança sentida como necessária no âmbito do SNS. De facto, não vejo como possa avançar-se sem, previamente ou pelo menos em simultâneo, se intervir sobre os temas que, no próprio Post “Com os profissionais de Saúde” são referidos como integrando esse avanço: “Urge agora concluir os trabalhos (CCT, incentivos em função de resultados) e viabilizar a referida “melhoria radical da performance”. Todas as peças do puzzle (carreiras, remuneração base, valor da hora extra, horário semanal, avaliação, incentivos) terão que se juntar de modo a que apareça a “figurinha” desejada: reforma da gestão hospitalar; profissionais satisfeitos; melhores resultados. A estas temáticas acrescentaria que será necessário também definir e acertar o peso a atribuir às unidades de medida da actividade (GDH médicos, GDH cirúrgicos, CE, CA, HD, SU, …) e a outras componentes do desempenho, e fazê-lo em termos de viabilidade da sua medição objectiva. Sem tudo isto, é que seria avançar sem mais e corresponderia a acrescentar desperdício ao já existente, ou seja, a manter o divórcio anteriormente denunciado. E aqui penso que estaremos totalmente de acordo: medidas são urgentes, mas não podem deixar de ser devidamente preparadas e acauteladas para que tenham aceitabilidade, não levem a novas distorções e não constituam oportunidades perdidas. Os incentivos são tão importantes que seria uma pena.
AIDENOS
Caro Xavier:
1. Ter provocado Posts com a qualidade do Por CCA, (de 30.01.2007, do Vivóporto) e do Com os profissionais de Saúde (de 01.02.2007), ambos bem reveladores da forte pedalada dos seus autores, é para mim muito gratificante. Por quê?
- Porque ambos debatem ideias que apresentam e fundamentam, afastando-se do estilo proselitista (seja de que sentido for) que, tantas vezes, marca as intervenções no Saudesa, e não só;
- Porque – perdoem-me a imodéstia – ambos são complementares e sintonizados com o que afirmei no Post Política de Saúde - do que não gosto( de 29.01.2007).
2. Do que não gosto, dito numa só frase, é do estilo errante e desgarrado (poupemos outros adjectivos) como são apresentadas e também como são comentadas as medidas – que todas têm custos, de aceitação, de rejeição ou de recursos – sem que se evidencie, se é que existe, a sua inserção na estratégia da saúde. É uma sensação algo semelhante à de quem paga impostos e não vê para quê. O primeiro impulso é dizer: ladrões do meu dinheiro!
3. O Vivóporto – a quem volto a tirar o meu chapéu – faz uma descrição magnífica das preocupações e do estilo dos «jeitosos da gestão» … “que pensam que administrar um hospital é apenas mostrar «obra», no sentido literal do termo, deitar paredes abaixo, levantar paredes, pintar, autorizar todos os pedidos, dar, dar, dar..., é fazer política com a gestão dos hospitais, enfim, é gastar. …alguns parecem mais preocupados em manter o lugar, agradando a todos, do que em gerir, desagradando a alguns”. Da minha lavra, só acrescentaria: os jeitosos são muitos e nem todos da mesma proveniência; alguns vieram da Av. Padre Cruz, em Lisboa. E pergunta com razão o Vivóporto: “o que está o Ministério da Saúde a fazer com o seu silêncio. Que informática da Saúde, pretende o Ministério?” A mesma pergunta que eu faço: qual a estratégia do M.S.? Porque não aparece tida nem achada nas medidas que vão sendo tomadas?
4. No Post “Com os profissionais de Saúde”, partindo do divórcio completo – que me limitara a afirmar – entre as carreiras do pessoal da saúde e respectivas remunerações, por um lado, e a produtividade do mesmo pessoal, pelo outro, é dissecado, com alguma minúcia, o processo que levou à situação actual (1.1 Enquadramento (AP) e estatuto (FP), 1.2 Centralização e reacção político-sindical e 1.3 Política de pessoal) e questiona-se seguidamente se não É tempo de mudança, estranhando que eu próprio não reconheço a urgência de ter incentivos. Aqui terá havido alguma confusão. Em lado nenhum afirmo que não é urgente ter incentivos. O que sustento é que LFP e CC andaram muito bem em não avançar com a fixação das chamadas remunerações variáveis (mais especificamente teria dito incentivos), que a lei já permite mas para cuja implementação, com sentido útil, não estão ainda criadas condições, porque seria esterilizar uma medida estratégica que poderá ter influência importante na mudança sentida como necessária no âmbito do SNS. De facto, não vejo como possa avançar-se sem, previamente ou pelo menos em simultâneo, se intervir sobre os temas que, no próprio Post “Com os profissionais de Saúde” são referidos como integrando esse avanço: “Urge agora concluir os trabalhos (CCT, incentivos em função de resultados) e viabilizar a referida “melhoria radical da performance”. Todas as peças do puzzle (carreiras, remuneração base, valor da hora extra, horário semanal, avaliação, incentivos) terão que se juntar de modo a que apareça a “figurinha” desejada: reforma da gestão hospitalar; profissionais satisfeitos; melhores resultados. A estas temáticas acrescentaria que será necessário também definir e acertar o peso a atribuir às unidades de medida da actividade (GDH médicos, GDH cirúrgicos, CE, CA, HD, SU, …) e a outras componentes do desempenho, e fazê-lo em termos de viabilidade da sua medição objectiva. Sem tudo isto, é que seria avançar sem mais e corresponderia a acrescentar desperdício ao já existente, ou seja, a manter o divórcio anteriormente denunciado. E aqui penso que estaremos totalmente de acordo: medidas são urgentes, mas não podem deixar de ser devidamente preparadas e acauteladas para que tenham aceitabilidade, não levem a novas distorções e não constituam oportunidades perdidas. Os incentivos são tão importantes que seria uma pena.
AIDENOS
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