domingo, fevereiro 11

PS, Jornadas Parlamentares



“Existem franjas da sociedade e do território em clara desvantagem no acesso aos cuidados básicos de saúde. Deve ser feito tudo para que não haja exclusões no acesso aos cuidados básicos de saúde. As políticas com impacto na saúde, devem ser bem fundamentadas, perceptíveis para os cidadãos nas suas razões, nos propósitos e nas consequências. Só assim será possível conseguir a participação de todos os interessados, dos decisores, aos utentes dos serviços, passando pelos profissionais de saúde, a quem cabe naturalmente uma intervenção fulcral neste processo".

Estas palavras do PR, proferidas na abertura do ano académico da Academia Portuguesa de Medicina da Faculdade de Medicina de Lisboa, terão sido entendidas por muitos como um duro ataque à política de Saúde do ministro, António Correia de Campos.
Talvez por isso, contra o que estava inicialmente previsto, a Saúde vai ser uma das estrelas das jornadas parlamentares do PS que terão lugar em Óbidos dias 13 e 14 Fevereiro,link , o que constituirá uma forma do primeiro ministro e do grupo parlamentar manifestarem o seu apoio ao ministro da saúde, numa altura, especialmente difícil, em que CC sofre ataques de meio mundo.
Fazemos votos, que este apoio não seja como o dos presidentes dos clubes aos treinadores de futebol, quando começam a aparecer os maus resultados.

4 Comments:

Blogger Clara said...

Jogos palacianos, interpretações jornalísticas criadoras de factos políticos. Não devemos ir nestas jogadas.

Uma certeza: CS lançou uma séria critica à política de saúde de CC, com a agravante de fazer coincidir essa crítica com o início da ofensiva do PSD contra a política de saúde do VII governo constitucional.

Há que seguir com a máxima atenção as próximas intervenções do PR relativamente à Saúde.

O PR quer reformas, mas não quer ser associado com os custos sociais das mesmas. O ministro da saúde que se aguente à bronca.
Isto não é honesto.

9:36 da manhã  
Blogger saudepe said...

O puxão de orelhas a CC, constituirá a primeira grande intervenção (interferência) directa em relação ao executivo de José Sócrates.

Durante o consulado de LFP, Jorge Sampaio também tentou moderar os ânimos por diversas vezes desenvolvendo, inclusivé, uma jornada da Saúde. Por sinal, se não estou em erro, a campanha começou no Algarve com o Patinha Antão como acompanhante (vigilante).
Só que JS era um moderador nato, o mesmo não se poderá dizer de ACS.

Duas curiosidades a seguir com atenção: A reacção de José Sócrates às incursões do PR na sua área de governação. O apoio futuro de JS e do grupo parlamentar (autor da recente recomendação sobre a política de saúde) ao ministro da saúde.

11:28 da manhã  
Blogger e-pá! said...

O Governo entrou na 2º. fase do seu mandato. Acabou-se o tempo para as veleidades, os deslizes e os improvisos.
O PS não pode ignorar que, por alguma razão, o PSD elegeu a Saúde, como alvo predilecto e imediato da batalha da oposição.
Ao PS interessa discutir não só as razões do PSD, mas também avaliar os resultados políticos da acção do MS. Não os dados estatísticos, as projecções, contabilidades "para inglês ver", etc.

O PCP já tinha "mordido a isca" (jornadas da Guarda), O PR lançou o alerta, o PSD pegou na "deixa", o BE não tardará em o fazer e o PS tem, obrigatoriamente, de em Óbidos, gizar uma estratégia.

Uma estratégia eminentemente política.
O pilar social do Estado é uma área muito sensível. Não se compadece com o "mensagem de ano novo" de CC que anunciou prosseguir com "medidas anti-populares" ou que na maior parte dessas medidas "tem razão antes do tempo". Uma clamorosa ausência de "timming".

Em Óbidos vão ser discutidas previsíveis inflexões no rumo da Saúde em Portugal e avaliar as suas consequências.
Há um documento prévio para discussão (resolução da AR nº. 4/2007) proposto pelo PS e aprovado por unanimidade na AR.
CC tem de o levar bem estudado.
A discussão vai girar à volta do que aí está estampado e, naturalmente, no que está nas entrelinhas. E, também, com o impacto e consequências das "antecipadas" recomendações da Comissão para a Sustentabilidade do Financiamento do SNS.

Uma coisa é certa. O PS está intranquilo e a ANMP está à espreita. Ninguém, no espectro político nacional, está, nesta área, sereno. Por diferentes razões.

Em Óbidos, o PS vai ser confrontado com o "estado da Saúde" em Portugal. Com a sustentabilidade, operacionalidade, possibilidades e dimensão do SNS. Com os "apetites" do sector privado. Etc.
E se, possível, encontrar-se com a realidade.

Porque:
"A política é a doutrina do possível" disse Otto Bismarck
(um político que teve o ensejo de "inaugurar" o welfare state... com os seguros sociais obrigatórios, cobrindo a doença...)

11:33 da manhã  
Blogger Maria said...

Mas a questão da semana, vai continuar a ser a demissão do Prof. Paulo Moreira da CSFSNS. Pode parecer uma excesso de solidariedade, mas a verdade é que a Comissão beneficiava, aos olhos de muita gente séria e isenta, com o prestigio e isenção do Paulo Moreira. O convite de CC a este pensador, ideologicamente próximo de um PSD com consciência social (mas pouco influente no partido), foi uma boa ideia de CC. Parece é que o Presidente da CSFSNS não soube gerir esse capital. A Conferência de Novembro, pasmou toda a gente com a presença, no painel, de uma adjunta de CC pondo em causa a imagem de isenção da suposta comissão independente que era, verdade seja dita, reforçada com o Paulo Moreira. Esse sim, foi o maior erro do Presidente da CSFSNS. As jornadas vão ser, necessariamente, marcadas por este tema da sustentabilidade do SnS. Temos que exigir a publicação imediata das propostas da CSF para as discutirmos.

11:54 da manhã  

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