Novas taxas: co-pagamentos
DN: Concorda com as taxas de internamento?
Constantino Sakellarides (CS): A questão tem de ser enquadrada. Todos os sistemas, não apenas o português, de financiamento de base colectiva têm uma grande pressão em relação à sua sustentabilidade. Actualmente temos uma filosofia plasmada na Constituição de contratualismo individual e no mundo político não se coloca a questão de o alterar para o co-pagamento, porque isso teria custos políticos. Mas depois os Governos vêem que precisam de recorrer a outras formas de financiamento. Não critico os ministros, até percebo... mas pagar à boca do cofre, ou seja, quando se está doente, não parece a melhor forma.
DN: Qual é então a melhor forma?
CS: Eu prefiro o sistema em que se paga mais mas em que se tem garantias de melhor serviço e essas garantias têm de ser cumpridas. A saída para a ambiguidade do actual sistema, em que os Governos corroem o que está plasmado na Constituição, que traz tensão social, será a de procurar constituir um novo contrato social, em que se paga mais ao longo da vida e não quando se está doente.
JN: Na sua opinião, então, não se pode chamar taxa moderadora a esta nova taxa de internamento e de cirurgia de ambulatório?
CS: De maneira nenhuma. Não se trata de uma taxa moderadora, mas de um co-pagamento.
Constantino Sakellarides (CS): A questão tem de ser enquadrada. Todos os sistemas, não apenas o português, de financiamento de base colectiva têm uma grande pressão em relação à sua sustentabilidade. Actualmente temos uma filosofia plasmada na Constituição de contratualismo individual e no mundo político não se coloca a questão de o alterar para o co-pagamento, porque isso teria custos políticos. Mas depois os Governos vêem que precisam de recorrer a outras formas de financiamento. Não critico os ministros, até percebo... mas pagar à boca do cofre, ou seja, quando se está doente, não parece a melhor forma.
DN: Qual é então a melhor forma?
CS: Eu prefiro o sistema em que se paga mais mas em que se tem garantias de melhor serviço e essas garantias têm de ser cumpridas. A saída para a ambiguidade do actual sistema, em que os Governos corroem o que está plasmado na Constituição, que traz tensão social, será a de procurar constituir um novo contrato social, em que se paga mais ao longo da vida e não quando se está doente.
JN: Na sua opinião, então, não se pode chamar taxa moderadora a esta nova taxa de internamento e de cirurgia de ambulatório?
CS: De maneira nenhuma. Não se trata de uma taxa moderadora, mas de um co-pagamento.
DN 02.04.07
2 Comments:
A única boa nova foi um problema informático ter atrasado a entrada em vigor da nova tabela das taxas moderadoras e vários hospitais ainda estarem a cobrar os valores antigos. Pelo menos por um dia (ver texto ao lado).
Apesar de o aumento das taxas moderadoras estar previsto no Orçamento do Estado, a portaria do Ministério da Saúde que permite a sua aplicação só foi publicada na sexta- -feira. Três dias depois, o Instituto de Gestão e Informação Financeira da Saúde (IGIF) não tinha ainda actualizados os computadores dos hospitais com os novos valores. Contactado pelo DN, o ministério remeteu os esclarecimentos para hoje.
DN 02.04.07
O IGIF dá mais uma vez razão às críticas que se fizeram aqui no Saúde SA.
Que dirá a Carta de Missão do IGIF? Estará a ser cumprida a Missão?
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