terça-feira, agosto 7

HHs EPE, gestão de recursos humanos

Ainda em relação ás contas dos EPE’s, aqui vão alguns exemplos sobre a gestão de recursos humanos, que podem ajudar-nos a entender a justificação para a existência de boas e más contas na gestão dos HHs EPE:

- Num Hospital EPE, o serviço azul tem muita falta de pessoal, gastando muitos recursos em horas extraordinárias. Tem também muitos candidatos em início de carreira (preço hora, cerca de 17 euros) mas a direcção de serviço alega não poder contratar porque a administração não autoriza.
Entretanto, um elemento do serviço verde é transferido para o serviço azul fazendo aumentar os gastos daquele serviço em horas extraordinárias e inclusivé à contratação de recursos exteriores ao Hospital ao preço de 70 euros/hora.

Será que esta administração não sabe fazer contas e ver que ficava mais barato contratar pessoal para o serviço azul. Quando é que as direcções de serviço são responsabilizadas pela gestão que fazem?

- No mesmo Distrito, o Hospital X, EPE estabelece que todas as contratações têm de passar pelos recursos humanos com abertura de concurso não tendo o director de serviço capacidade de decisão sobre as contratações. No Hospital Y,EPE é prática a direcção de serviço aceitar o concorrente, sendo este depois contratado sem que os recursos humanos tenham qualquer intervenção em todo o processo. Por uma questão de clareza de critérios de contratação e igual oportunidade para todos os profissionais não devia ser os recursos humanos a tratar do processo de contratação? Se o governo está a criar uma base comum de dados para uma melhor e mais clara gestão dos recursos humanos, o processo de contratação dos HHs EPE não devia ser também mais transparente?

- Este exemplo acontece em vários hospitais EPE, A, considerado um exemplo de dedicação e competência está desde que se tornou especialista numa vaga carência que lhe foi atribuída de acordo com a sua nota (boa nota) mas cujo vencimento hora é 30% inferior ao preço hora dos contratos feitos pelos EPE’s. Entretanto o hospital inicia um processo de contratação de mais médicos e A candidata-se pois está com vencimento inferior aos colegas contratados e tem receio que, entretanto, as necessidades do hospital sejam colmatadas e quando acabar a sua vaga não haja lugar para si.
A Administração recusa a passagem de A para contrato individual de trabalho e continua a contratar profissionais com menos competências técnicas a um preço superior. Onde fica a valorização do desempenho e do conhecimento ?

Estes são alguns exemplos que ilustram as diferenças de gestão de recursos humanos dos HHs EPE, não só em relação aos custos que lhe estão associados, mas também da gestão do conhecimento de que tanto se fala. Apesar de ser uma das prioridades deste governo, na prática, é completamente ignorado caso implique o gasto de mais Euros.
Vivo.numa.epe

2 Comments:

Blogger cotovia said...

A recente publicação do Decreto de Lei nº 276-A/2007 de 31 de Julho vem agravar ainda mais as coisas.

Uma das obsessões deste governo é o emagrecimanto da Administração Pública. Para cumprir este objectivo vale tudo para pôr pessoal na rua. E, contratar novo pessoal fica cada vez mais caro.
Os riscos a curto prazo que se correm são enormes: aumento dos custos, redução das competências, descida da qualidade dos serviços prestados.

12:13 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Questionado em Viana do Castelo sobre a existência de quatro mil enfermeiros que temem não ver os seus contratos renovados pelo Sistema Nacional de Saúde, Correia de Campos disse que «tal não corresponde à verdade, já que ninguém verá o seu contrato anulado».

«O que alterámos foi o sistema de contratos renováveis de três em três meses, substituindo-os por um com renovações semestrais durante dois anos, ao mesmo tempo que fazemos o levantamento da malha necessária em cada unidade de saúde», afirmou.

O ministro disse que para pôr fim às dúvidas dos enfermeiros e de outros profissionais, saiu já um despacho sobre o assunto, devendo ser publicadas orientações reguladoras até ao final do mês, se tal se revelar necessário.

«O actual regime de transitoriedade de três meses é que não era bom nem para os profissionais nem para o Sistema», acentuou.

Em causa está o decreto-lei 276-A/2007, publicado a 31 de Julho, segundo o qual os contratos a termo certo de profissionais de saúde passam de três meses renováveis para um máximo de um ano.

Este regime, que vigorará por dois anos, visa ser uma solução transitória até que a reforma da administração pública crie mecanismos de contratação que permitam fazer face a situações de excepção sem cair em situações de precariedade, explicou à Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde.

DD 08.08.07

12:52 da manhã  

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