ASAE e a Inquisição
A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu ontem 4000 bolas de Berlim, numa operação contra a venda ambulante ilegal que decorreu nas praias de Rocha Baixinha e Galé, ambas no concelho de Albufeira.
Depois de inspeccionadas, as Bolas de Berlim, num total de 300 quilos, foram enviados para destruição pelo fogo, tendo sido levantados 40 processos de contra-ordenação.
Depois de inspeccionadas, as Bolas de Berlim, num total de 300 quilos, foram enviados para destruição pelo fogo, tendo sido levantados 40 processos de contra-ordenação.
JP 04.08.07
Assim não há bolas que resistam. Consumidores de Portugal, uni-vos !
2 Comments:
A ASAE é uma caricatura do que deve ser uma entidade fiscalizadora.
DN 06.08.07Depois da apreensão de 300 quilos de bolos no Algarve, os vendedores ambulantes das praias da Costa de Caparica temem ser os próximos. "Nos próximos dias não venho vender para a praia de certeza, porque um dia destes a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) deve aparecer por aí", assegura Maria, vendedora ambulante de bolos nos areais da Caparica, em Almada. No Sul do País há quem aponte a falta de asseio: "Nota-se a falta de higiene e as ilegalidades na venda de bolas de Berlim nas praias", diz Celestina Alexandra, de 52 anos, há 30 vendedora ambulante na Praia da Rocha (Portimão).
A repentina preocupação destas vendedoras deve-se à apreensão de quatro mil bolas-de-berlim impróprias para consumo realizada a semana passada no Algarve, operação da qual resultou ainda o levantamento de 40 processos de contra-ordenação. "Isto já quase não dá para comer quanto mais para pagar multas", garante Maria, imigrante africana, que não dispõe nem de licença nem de uma mala térmica, como é exigido para o transporte dos bolos.
Preocupada estava também uma outra vendedora que preferiu não se identificar. "Ando com o coração nas mãos, sempre alerta, a ver se a ASAE aparece", contou ao DN. "Não é pelas condições, que essas tenho-as de sobra, mas ando aqui ilegal, porque não me passam licença", desabafa. De facto esta comerciante, que garante palmilhar apenas a praia em frente ao Clube de Campismo do Concelho de Almada - onde até já tem clientes fixos, fruto dos 22 anos de venda ambulante na zona -, parece cumprir as regras de higiene exigidas. Toda vestida de branco, assemelhando-se a uma padeira, transporta os seus bolos, comprados numa pastelaria, numa mala térmica e usa uma pinça para os manusear.
No entanto nem ela nem nenhum outro vendedor da zona têm licença, porque a Polícia Marítima não as dá sem a apresentação do cartão de vendedor ambulante emitido pela autarquia, que se recusa a passá-los por a venda ambulante ser proibida no concelho de Almada.
O transporte dos bolos é outro problema. "Há quem, por uma questão económica, use cestos de verga, latas, sacos, caixas de plástico transparentes ou em esferovite sem quaisquer condições sanitárias. E até sei que existem casas velhas a serem utilizadas como armazéns, onde são fabricados bolos para vender na praia", denuncia Celestina Alexandra.
Nas voltas pelo areal e zonas envolventes - onde apregoa o produto que vende por um euro - além de pinças e guardanapos, utiliza uma mala térmica transparente em fibra e uma carrinha frigorífica, como estipula a legislação. Contudo, está impedida pelas autoridades marítimas de vender bolas de Berlim com creme por lhe faltar um certificado da mala térmica a emitir pelo delegado de Saúde. "A mala térmica e a carrinha frigorífica têm de ser seladas e essa regra, que só me foi comunicada a 15 de Julho pela Capitania, obriga-me a perder muito tempo, o que é complicado nesta época. É a única exigência que ainda não cumpro, pois também a desconhecia", diz.
Até ao momento apenas foram realizadas operações de fiscalização nas praias da Rocha Baixinha e Galé, no Algarve. A fiscalização aos alimentos vendidos nas praias prolongar-se-á no durante todo o Verão e promete chegar a todas as praias do País, diz a ASAE.|
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