O Pepinal
Olhando para as nossas PPP's temos a sensação de entrar no reino da "pepinagem" (entendido como um estendal de cultivo de pepinos)
Embora tenham sido anunciadas (Unidade de missão) como o modelo "o mais avançado do Mundo", a sensação que prevalece é de que nasceram tortas.
E ninguém – já decorreram alguns anos - tratou de endireitá-las enquanto são pequenos, como se faz com os pepinos.
Bem, agora temos às costas um "pepinal" com 10 PPP's, em diferentes fases de desenvolvimento, sob uma insistente e cada vez mais audível pressão dos operadores privados, para avançar. Já!
As PPP’s nascem tortas (como alguns pepinos) porque, entrando na senda da inovação (por nada, só "inovação pela inovação"), resolveram incluir nestas parcerias a prestação dos cuidados de saúde.
Integração que até para um leigo em Economia da Saúde (como eu) parece, no mínimo, polémica, para não dizer “solteira” no contexto europeu.
Excluídas as questões económicas e, o que é mais importante, a captura ao SNS de importante fatia do bolo da prestação de cuidados, este tipo de parceria tem inserido no seu seio, pelo menos, meia dúzia de enigmáticas interrogações:
1.) Quais as consequências, numa lógica empresarial, com a fixação dos preços anualmente para os diferentes cuidados a prestar?
2.) A qualidade está garantida perante a rigidez do orçamento anual?
3.) Ou, corremos o risco de ter nos HH's PPP melhores cuidados em Janeiro (início da aplicação orçamental) e penúria em Dezembro (fim da sua execução)?
4.) Os "deslizamentos" orçamentais - tão comuns no sector das obras públicas - poderão chegar aos HH's PPP (apesar dos veementes protestos de rigidez anual)?
5.) Os custos dos cuidados (se acaso deficitários) não poderão ser ajustados e enxertados no orçamento do ano seguinte?
6.) A ERS tem condições de proceder a uma fiscalização credível?
Os Sistemas Privados de Saúde fazem disso, do avanço das PPP's, quase uma guerra: - exigem “para a frente e em força”
Não seria melhor parar um pouco e ir dar uma volta pelo "pepinal" a ver se os espécimes estão a florescer tortos?
Alguns podem, até, assemelhar-se a "fenómenos do Entroncamento".
Talvez por isso, correm rumores que a grande parceria prevista para o Hospital de Todos os Santos, não incluirá a prestação de cuidados.
Ninguém nos explica a razão de uma eventual mudança?
Depois, admirem-se...,quando formos instados a regar o "pepinal" (…com os nossos impostos), acabarmos por dar uma volta à choupana ou ao bilhar grande.
Ah!. O pepino não se livra da fama de ser um alimento indigesto. As PPP's ainda não têm fama...
É-Pá
Embora tenham sido anunciadas (Unidade de missão) como o modelo "o mais avançado do Mundo", a sensação que prevalece é de que nasceram tortas.
E ninguém – já decorreram alguns anos - tratou de endireitá-las enquanto são pequenos, como se faz com os pepinos.
Bem, agora temos às costas um "pepinal" com 10 PPP's, em diferentes fases de desenvolvimento, sob uma insistente e cada vez mais audível pressão dos operadores privados, para avançar. Já!
As PPP’s nascem tortas (como alguns pepinos) porque, entrando na senda da inovação (por nada, só "inovação pela inovação"), resolveram incluir nestas parcerias a prestação dos cuidados de saúde.
Integração que até para um leigo em Economia da Saúde (como eu) parece, no mínimo, polémica, para não dizer “solteira” no contexto europeu.
Excluídas as questões económicas e, o que é mais importante, a captura ao SNS de importante fatia do bolo da prestação de cuidados, este tipo de parceria tem inserido no seu seio, pelo menos, meia dúzia de enigmáticas interrogações:
1.) Quais as consequências, numa lógica empresarial, com a fixação dos preços anualmente para os diferentes cuidados a prestar?
2.) A qualidade está garantida perante a rigidez do orçamento anual?
3.) Ou, corremos o risco de ter nos HH's PPP melhores cuidados em Janeiro (início da aplicação orçamental) e penúria em Dezembro (fim da sua execução)?
4.) Os "deslizamentos" orçamentais - tão comuns no sector das obras públicas - poderão chegar aos HH's PPP (apesar dos veementes protestos de rigidez anual)?
5.) Os custos dos cuidados (se acaso deficitários) não poderão ser ajustados e enxertados no orçamento do ano seguinte?
6.) A ERS tem condições de proceder a uma fiscalização credível?
Os Sistemas Privados de Saúde fazem disso, do avanço das PPP's, quase uma guerra: - exigem “para a frente e em força”
Não seria melhor parar um pouco e ir dar uma volta pelo "pepinal" a ver se os espécimes estão a florescer tortos?
Alguns podem, até, assemelhar-se a "fenómenos do Entroncamento".
Talvez por isso, correm rumores que a grande parceria prevista para o Hospital de Todos os Santos, não incluirá a prestação de cuidados.
Ninguém nos explica a razão de uma eventual mudança?
Depois, admirem-se...,quando formos instados a regar o "pepinal" (…com os nossos impostos), acabarmos por dar uma volta à choupana ou ao bilhar grande.
Ah!. O pepino não se livra da fama de ser um alimento indigesto. As PPP's ainda não têm fama...
É-Pá
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