Taxa de cesarianas
art work, JMF
CC, não se resigna ao facto de Portugal ser o terceiro país da OCDE com uma das mais altas taxas de cesarianas (32%).
Uns com tantas dificuldades em nascer - só por cesariana - e outros com tanta facilidade - nascem nas ambulâncias. link
Que somos diferentes, desde logo ao nascer, todos sabemos.
Mas não era necessário tal exagero !
Uns com tantas dificuldades em nascer - só por cesariana - e outros com tanta facilidade - nascem nas ambulâncias. link
Que somos diferentes, desde logo ao nascer, todos sabemos.
Mas não era necessário tal exagero !
cardeal patriarca
8 Comments:
REMODELAÇÃO
OU
O ESPECTRO DOS "BARRETES FRÍGIOS"
O MS anda a deambular pelo Norte.
Além das questões da maternidade de Chaves, na eminência do seu próximo encerramento – só falta acabar uma IP (ou IC?) e acabar de comprar umas VMER’s (duas?) – tropeçou, ainda com utentes dos arredores de Santo Tirso, sem médico de família e, logo, prometeu que as vagas para MF iriam subir de 25 para 30%.
Portanto, no rateio nacional de colocações de MF, daqui a quatro anos (tempo necessário para a sua formação), na companhia de mais de meio milhão de portugueses (…se as USF’s continuarem a crescer no ritmo actual), os contestatários de Sto Tirso, terão direito a um micro aumento das suas hipóteses. Quase uma lotaria de Natal!
Mas, interessantes, também, foram as suas declarações sobre insistentes rumores de uma eventual remodelação governamental.
Disse: “Isso é um problema dos comentadores políticos (…). Prevejo que em 2008 serão eles que terão de enfiar alguns barretes”.
Bem,na verdade, CC estava no Norte, as condições climáticas eram adversas (nevava próximo – em Montalegre) e a alusão aos barretes podia até parecer propositada.
Mas, para além disso, o Prof. Correia de Campos devia recatar-se na linguagem, evitar a boçalidade, frequentemente mortifera para os políticos.
E lembrar-se, p. exº., dos barretes frígios, vermelhos, usados pelos republicanos, quando tomaram a Bastilha…
Asneira Puxa Asneira
No hemisfério norte estamos longe da "Silly Season", mas a Asneira continua a puxar a Asneira. Não chegava a imprensa com a sua voracidade para arranjar títulos e vender histórias " em torno de partos nas ambulâncias", disposta a quase tudo para arranjar uma boa história, os opositores da política de reordenamento das maternidades, os opositores políticos, os interessados nos partos com hora marcada, muitos seguidos na privada e efectuados no público, os hipócritas sempre preocupados com a saúde dos mais desfavorecidos, nestes casos os do interior ou das pequenas localidades, mas sempre calados perante a evidência de desigualdades com esta, que coloca as mulheres de Trás-os-Montes em risco quando comparadas a mulheres de outras regiões, continuam os bloguistas da saúde, alguns deles reputados especialistas, a manter a chama viva em torno de uma questão que deveria merecer mais respeito.
Onde esteve ou está a preocupação dos fazedores de opinião, com o número excessivo de partos por cesareana e as suas consequências: risco de morte para os nados-vivos(3 vezes mais)- Infant and Neonatal Mortality for Primary Cesarean and Vaginal Births to Women with "No Indicated
Risk," United States, 1998–2001 Birth Cohorts (MacDorman, et al., Birth: Issues in Perinatal Care; Volume 33; Page 175; September 2006); complicações para mãe -infecções e hemorragias e riscos de ruptura uterina - Maternal Complications Associated With Multiple Cesarean Deliveries (Nisenblat, et al., Obstetrics and
Gynecology; Volume 108; Page 21; 2006) ou Risk of uterine rupture with a trial of labor in women with multiple and single prior cesarean delivery.(Landon, et al., Obstetrics and Gynecology July 2006; 108:2-3,12-20)etc.?
Vejamos o caso de Chaves que em 2005: 455 partos 240 cesareanas; 2004: 499 partos 246 cesareanas; 2003: 528 partos 256 cesareanas.
É claro que ainda estamos muito longe dos 80 ou 70% das cesareanas dos seguros de saúde do Brasil, mas quanto a isto nada disseram os Presidentes das Câmaras; os especialistas do "contra"; as opisições do BE ao PP e muito especialistas da área, os Colégios da OM.
Esperemos pelos resultados dos partos extra-hospitalares de 2006 para depois voltarmos a discutir o problema é que em Portugal o problema tem esta dimensão:
2002
- Total partos domiciliares: 751.
- Médico: 414.
- Enfermeira parteira: 166.
- Enfermeira não parteira: 4.
- Outra: 115.
- Sem assistência: 45.
- Assistência ignorada: 5.
- Número total de partos: 114 456.
2003
- Total partos domiciliares: 580.
- Médico: 304.
- Enfermeira parteira: 106.
- Enfermeira não parteira: 8.
- Outra: 110.
- Sem assistência: 45.
- Assistência ignorada: 7.
- Número total de partos: 112 589.
2004
- Total partos domiciliares: 454.
- Médico: 241.
- Enfermeira parteira: 65.
- Enfermeira não parteira: 8.
- Outra: 112.
- Sem assistência: 26.
- Assistência ignorada: 2.
- Número total de partos: 109 356.
Fonte: dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Caro Avicena:
É, para mim, incomodativo este tipo de discussões para que atira os assuntos, sempre com um chorrilho de números como muleta e inundada de dados estatísticos.
Ninguém defende as percentagens de cesarianas verificadas no H. de Chaves, nem sequer nas Unidades Materno-Infantis que estão funcionamento;
Ninguém ignora os riscos das cesarianas que, aliás, podem ser diferentes nos EUA e em Portugal;
Como também ninguém ignora que a taxa de cesarianas nas instituições privadas portuguesas andará próxima das que cita para o Brasil.
Os problemas técnicos - no que se refere às maternidades - há muito que estão diagnosticados e inventariados e a rede de referenciação Materno-Infantil já data de 2001.
As questões que se colocam, i.e., os problemas com as autarquias, a que a comunicação social está atenta, têm a ver com políticas sociais de proximidade no interior do País e das linhas de orientação governamentais para enfrentar a questão das assimetrias regionais e todas as suas consequências.
E, estes problemas, não são exclusivos, da Saúde. Na Educação vive-se uma situação idêntica.
Finalmente, o fecho de maternidades de reduzido movimento assistencial que, tecnicamente, se compreende, não foi acompanhado por medidas de apoio a unidades em efectivo funcionamento como é o caso de Bragança, já denunciado pela Comissão Materno-Infantil.
São situações como esta (que levam, p. exº., as parturientes de Miranda do Douro a procurarem Vila Real) que consomem os créditos de todo um trabalho tecnicamente fundamentado.
Para mim a grande asneira poderá residir noutra dimensão, i.e., na tentação de misturar conceitos técnicos com decisões políticas.
Em quase tudo na vida e também aqui precisamos de definir hierarquias e estabelecer prioridades.
A fundamentação técnica é importante, diria mesmo, indispensável, mas a decisão política, está primeiro.
Enquanto não acertarmos nisto, andaremos a chamar de asnos uns aos outros quando, no fundo, até estamos de acordo no âmbito técnico.
Caro É-Pá
Cada puxa para o debate o que pode, cada um arenga como pode.
Eu gosto de o fazer com conhecimento de causa, se não concordo explico a minha opinião sustentada na realidade e na evidência. Vamos lá, problemas de proximidade, política do Governo, mas afinal qual foi a política do Governo na saúde que ataca a proximidade! O encerramento nocturno dos SAp's onde estava plantado um médico com estetoscópio ao pescoço, às vezes acompanhado de um ECG, raramente de um RX ou de Análises clínicas, onde se misturavam doentes urgentes com consultas fora de horas, ou o encerramento de urgências onde se intervencionava um doente de três em três dias, ou maternidades onde se fazem mais de 50% de cesareanas. Com isto poucos se preocuparam, agora é vê-los, autarcas, bombeiros, deputados de todas as cores, a malhar, a exigir e a gritar. De que servem as medidas tomadas para melhorar o atendimento pré-hospitalar, lá vem o Bastonário em charge ameaçar tudo e todos, lá vem as vozes a gritar "coitados das mulheres e dos homens do interior que veêm os serviços a fechar", que a culpa é do Governo pelos partos nas ambulâncias. Será que as mulheres do Sul (Almodôvar, Santiago do Cacém, Mértola, Barrancos, Ponte de Sôr ou Nisa) de terão melhor literacia em saúde, que as do Norte e do Centro, uma vez que há dezenas de anos que percorrem dezenas de Kms para parirem numa Maternidade, Portalegre, Beja Évora, Faro ou mesmo Setúbal. Só alguém que não quer ver é que não reconhece que nos últimos dois anos e meio foram criadas centenas de camas de cuidados continuado, dezenas de equipas de cuidados domiciliários integrados centradas nos Centros de Saúde e que no final deste ano teremos 100 Unidades de Saúde Familiar a funcionar, ou que o número de internos de clínica geral aumentou nos últimos três anos. Aguardemos pela tão esperada limpeza da base de dados do cartão do utente, e veremos onde faltam médicos de família e onde estão a mais.
O que é extrordinário é que você, É-pá sempre pronto "a botar abaixo" a política do governo para a saúde e o próprio CC, queria mais USF's, mais utentes sem médico de família e mais médicos de família, provávelmente através de um passe de mágica ou de uma prenda de Natal.
Aliás o caso de Bragança é paradigmático é que as mulheres que preferem Vila Real, sabem porque é que o fazem! Para terem melhores cuidados. O que é extraordinário é que um deputado que já foi secretário de estado continue a não conhecer as evidências e o chorrilho de estatísticas. Que importa que Bragança tenha 5 obstetras e que se faça menos 900 partos ano. Será mesmo que se importam com as desigualdades em saúde.
"O que é extrordinário é que você, É-pá sempre pronto "a botar abaixo" a política do governo para a saúde e o próprio CC, queria mais USF's, mais utentes sem médico de família e mais médicos de família, provávelmente através de um passe de mágica ou de uma prenda de Natal."
Caro Avicena:
Raramente se tem o privilégio de encontrar um naco de prosa tão "socrático"...
Quase Dupond e Dupont e o clássico aforismo escrito por Hergé: "Dizer que nós pisamos o solo da Lua onde a mão do homem jamais pôs o pé."...
O que começa a ser preocupante é a replicação incontrolada, por este País fora, deste "espírito" socrático... cheio de certezas políticas plastificadas e de intolerâncias bastardas que o vai tornando refractário na análise e compreensão dos fenómenos sociais que envolvem a sociedade (nem sempre de acordo com as racionalidades estatísticas).
E, como sabe, replicações incontroladas dão origem a tumores...
Um Bom Natal.
Meu Caro Avicena
"Só alguém que não quer ver é que não reconhece que nos últimos dois anos e meio foram criadas centenas de camas de cuidados continuados".
Onde ? Para quê ?
Dezenas de acordos com APSS foram denunciadas, para compensar. Nos Hospitais Centrais jazem doentes à espera de alta 5-6 meses. O número de camas ocupadas por situações sociais é actualmente de 6% na zona Centro e de 10% na área de Lisboa.
Não sei porque motivo mas ao lê-lo lembro de mais consultas, mais cirurgias, mais cirurgia de ambulatório - e já agora, mais divída escondida.
Minha Cara Diabo de Saias
Não sabe mesmo Onde e para Quê?
Admito que o pergunte por uma sã "provocação", não me parece que possa ser por desconhecimento, isso não seria compatível com uma "malvadeza de um Diabo de Saias". Mas vamos lá, como é do conhecimento público a chamada rede de cuidados continuados que vinha de 2003, não diferenciava os doentes nem as suas necessidades, não tinha critérios para admissão na rede e pagava cama ocupada ou desocupada. Em 2005 o Governo (o tal que é socrático) criou um novo modelo de intervenção dirigido às pessoas idosas e dependentes, centrado nas dimensões da saúde e da segurança social, os cuidados continuados. A rede permite disponibilizar cuidados, que garantem a continuidade do tratamento, a recuperação funcional e a reinserção das pessoas idosas e dependentes no seu domicílio ou se necessário em unidades de internamento de convalescença (até 30 dias de internamento), de média duração e reabilitação (até 90 dias de internamento) e longa duração e manutenção (até 6 meses ou mais de internamento). Foi publicado um decreto-lei, uma portaria de preços(entretanto já revistos em 2007), no primeiro ano de funcionamento foram criadas 909 camas de cuidados continuados de convalescença, média duração e longa duração, na Zona Centro por exemplo passaram de 379 camas para 734 no de 2007, estando neste momento a funcionar 1145 camas e tendo como objectivo até final deste ano 2.130 e mais 600 até final do 1.º semestre de 2008. Viajando pela net poderia ter encontrado no site da RNCCI as Opções do Plano para 2007, onde se encontra clarinhas as intenções do Governo até 2009, compromisso de atingir 30% da rede a atingir na totalidade em 2016. É claro que em muitos Hospitais, Centrais e Distritais, estão internados doentes chamados de "sociais", alguns são no mesmo outros deveriam ter sido encaminhados para a Rede de Cuidados Continuados Integrados se esta tivesse capacidade.
Nesta nossa continuada "Arte de ser português", fácilmente se passa, do 8 ao 80, do "nada se ter, para tudo se querer".
"Pior cego é o que não quer ver"
Um Bom Natal
" O que começa a ser preocupante é a replicação incontrolada, por este País fora, deste "espírito" socrático... cheio de certezas políticas plastificadas e de intolerâncias bastardas que o vai tornando refractário na análise e compreensão dos fenómenos sociais... como sabe, replicações incontroladas dão origem a tumores..."
Caro É-Pá
Vejo nas suas palavras que se refere a algum "socrático" contemporâneo, uma vez que o outro diz-se que afirmava "Que eu sei que nada sei", recusando sempre ser chamado de sábio. Creia-me observador/participante e atento da realidade. Sou dos que não está disposto a "morre na praia".
Ivan Lins " Desesperar jamais"
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais
Também eu lhe desejo um Bom Natal.
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