CC no "Prós e Contras"
Segunda-feira, no "Prós e Contras", CC tem uma grande oportunidade de esclarecer para onde vai o País em questões de saúde...
Ninguém me pediu qualquer opinião, mas não me coíbo de antecipar o que acho essencial que seja dito, redito e publicitado.
É fundamental que CC faça 3 coisas:
1 - esclareça sobre a necessidade e o âmbito da reestruturação das urgências;
2 - sossegue a "revolta" que grassa.
3 - dê uma visão realista do "day after".
Mas adiantaria outras achegas:
O MS tem de aproveitar o ensejo para falar claro, directo e pedagogicamente, para esses portugueses que o criticam, que estão revoltados, que não se conformam, que estão inquietos, que mostram um profundo desassossego.
O MS não deve, também, cair em duas tentações:
a) desafiá-los (aos utentes e os autarcas),
b) nem mostrar-se arrogante.
Sugestão: Leia ou releia, antes do programa, para descontrair, a entrevista de Ferro Rodrigues à Visão.
A primeira coisa que se aprende no Teatro (falo de Teatro porque é um dos meus "amores") é a importância de saber quem está sentado na plateia.
Se estiver uma velhinha de 90 anos, quase cega, praticamente surda, sentada na última fila, tenho de procurar colocar-me debaixo dos projectores, fazer gestos largos e projectar a voz. Se for uma tenager na 1ª fila, junto ao fosso da orquestra, insinuo gestos, procuro rondar a penumbra, falo baixinho, cicio.
Na TV, é semelhante. Só que a plateia é muito vasta, são milhões de portugueses.
Mas, neste momento, na plateia atenta, estão utentes que, por uma ou outra razão, se consideram injustiçados.
O problema que se arrasta penosamente, não está arrefecido. Pelo contrário, entrou em 2008, ao rubro.
Finalmente, espero que o MS não caía na tentação de responder politicamente ao PR que, ab initio, levantou a questão. Como já escrevi, estou convicto que a questão visava o PM, deixe-o, portanto, ficar com toda a liberdade para responder.
Ninguém me pediu qualquer opinião, mas não me coíbo de antecipar o que acho essencial que seja dito, redito e publicitado.
É fundamental que CC faça 3 coisas:
1 - esclareça sobre a necessidade e o âmbito da reestruturação das urgências;
2 - sossegue a "revolta" que grassa.
3 - dê uma visão realista do "day after".
Mas adiantaria outras achegas:
O MS tem de aproveitar o ensejo para falar claro, directo e pedagogicamente, para esses portugueses que o criticam, que estão revoltados, que não se conformam, que estão inquietos, que mostram um profundo desassossego.
O MS não deve, também, cair em duas tentações:
a) desafiá-los (aos utentes e os autarcas),
b) nem mostrar-se arrogante.
Sugestão: Leia ou releia, antes do programa, para descontrair, a entrevista de Ferro Rodrigues à Visão.
A primeira coisa que se aprende no Teatro (falo de Teatro porque é um dos meus "amores") é a importância de saber quem está sentado na plateia.
Se estiver uma velhinha de 90 anos, quase cega, praticamente surda, sentada na última fila, tenho de procurar colocar-me debaixo dos projectores, fazer gestos largos e projectar a voz. Se for uma tenager na 1ª fila, junto ao fosso da orquestra, insinuo gestos, procuro rondar a penumbra, falo baixinho, cicio.
Na TV, é semelhante. Só que a plateia é muito vasta, são milhões de portugueses.
Mas, neste momento, na plateia atenta, estão utentes que, por uma ou outra razão, se consideram injustiçados.
O problema que se arrasta penosamente, não está arrefecido. Pelo contrário, entrou em 2008, ao rubro.
Finalmente, espero que o MS não caía na tentação de responder politicamente ao PR que, ab initio, levantou a questão. Como já escrevi, estou convicto que a questão visava o PM, deixe-o, portanto, ficar com toda a liberdade para responder.
É-Pá
Etiquetas: E-Pá
10 Comments:
Será um "Local Apropriado" para dizer mal do MS e das políticas de saúde ?
Tenho imensa pena que neste tipo de debate só um grupo profissional seja ouvido, os médicos. E os Enfermeiros, farmaceuticos.
Por isso o titulo do debate é adequadoc - Para onde vai a saúde?
Com amigos como este , refiro-me ao post que motiva este comentário, o senhor ministro da saúde vai concerteza prestar mais um mau serviço aos doentes e aos profissionais de saúde. Digo isto porque, se adivinha mais uma sessão de propaganda e chavões que nada explicam e apenas servem para tapar o sol com a peneira... Seria bom que se aconselhasse o senhor ministro a explicar com verdade o fiasco que é a implementação do chamado Sistema de Triagem de Manchester. Por exemplo e na minha opinião fundamentada, seria benéfico que fossem divulgadas as estatisticas de atribuição das prioridades nas urgências, vulgo cores, e mais epecificamente a percentagem de azuis.Porque em muitos locais quem realiza a tal triagem , recusa-se a atribuir tal cor para evitar problemas com utentes. Depois questiono a capacidade dessas mesmas pessoas para efectuar tal actividade. Os erros são mais que muitos e não me venham com a conversa que apenas se limitam a seguir algoritmos de queixas dos utentes porque isso na prática do dia a dia é negado e falso. Este sistema apenas serviu para erguer uma barreira entre quem tem competência para tratar doentes e outros profissionais a quem foram atribuidas funções parecidas com as dos médicos e só por isso é que agarraram essa possibilidade...
E se seguirmos para o outro fogo de artificio deste ministro, falo do pomposo programa de CONSULTA A TEMPO E HORAS... então aqui até pelo nome dá vontade de rir. As fragilidades do pomposo são tais que era para ser implementada uma nova versão em 4 de Jan mas que mais uma vez foi adiada porque se quer implementar algo que os potenciais utilizadores deconhecem e não tiveram formação atempada.
As insuficiências são tais que parece que querem fazer experimentação com os utilizadores. Mas quanto se adquire um programa informático ele não tem que ser minimamente amigável e não sujeito a versões de pretensa actualização em tão curto espaço de tempo?
Estas são, sem dúvida, algumas das questões que gostaria de ver esclarecidas pelo senhor ministro e que quem o aconselha, penso que de boa fé,fosse mais lesto a defender e deixasse as questões de marketing rasteiro para segundo plano.
Caro bisturi:
Segundo entendo, o MS vai ao "Prós e Contras" explicar e discutir a política de reestrurturação das urgências que tanto tem agitado algumas zonas do País.
Dessa agitação não podem ser incriminados os profissionais de saúde - quaisquer que sejam.
É um problema político: da polítca social do Governo na Saúde, da política de proximidade dos serviços, do apoio sanitário das populações, dos "custos" da interioridade, um sem número de parãmetros correlacionáveis, dos quais para mim o mais importante será o governo tratar, os utentes do SNS, antes de tudo, como cidadãos. Antes, portanto, de começar a afirmar que as populações são uns "inconformados" manipulados, ignorantes, etc. E os seus representantes locais, são uns demagogos, uns agitadores, etc.
Ninguém o aconselha a usar de chavões, a não explicar, etc, para onde vai a saúde. Aos utentes do SNS, i.e., ao universo dos portugueses, deve uma explicação porque, de facto, devemos concluir que a sua reforma, para a população, "não está a pssar".
E quanto aos profissionais de saúde, queira desculpar-me, mas têm aceitado, ao contrário das populações, toda a mudança com reverência e um obrigado (não dito, mas sentido).
Não é, no meu entendimento, uma sessão mediática para discutir problemas técnicos:
O Sistema Triagem Manchester, das consultas "a tempo e a horas", do Alert, do controle biométrico, das ambulâncias medicalizadas (ou não), do call center, etc.
que sendo temas importantes e mexendo com a funcionalidade do sistema, prejudicando os utentes, não estarão, neste programa televisivo, na ordem do dia.
Um programa de TV com as caracterísitcas dos "Prós e Contras" não é uma sessão parlamentar (plenária ou de comissão), um comício ou uma auditoria pública que, de resto, não existe no nosso regime político.
Contudo, quem dirige o programa é sabe e deve definir os critérios.
Amanhã, veremos...como é, ou melhor, como foi!
"Seria bom que se aconselhasse o senhor ministro a explicar com verdade o fiasco que é a implementação do chamado Sistema de Triagem de Manchester"
e
"Porque em muitos locais quem realiza a tal triagem , recusa-se a atribuir tal cor para evitar problemas com utentes. Depois questiono a capacidade dessas mesmas pessoas para efectuar tal actividade. Os erros são mais que muitos e não me venham com a conversa que apenas se limitam a seguir algoritmos de queixas dos utentes porque isso na prática do dia a dia é negado e falso. Este sistema apenas serviu para erguer uma barreira entre quem tem competência para tratar doentes e outros profissionais a quem foram atribuidas funções parecidas com as dos médicos e só por isso é que agarraram essa possibilidade..."
Caro bisturi deixe-me dizer-lhe que revela ser um profundo desconhecedor do funcionamento dos nossos serviços de Saúde e mais especificamente dos Serviços de Urgência.
Acaso conhece algum sistema de triagem melhor que o de Manchester?
Sabe como era feita a triagem antes da implementação deste sistema? É que afirmar que é um fiasco é porque certamente não faz a mínima ideia do que está a falar, principalmente se conhecer o sistema antigo...
Depois revela um profundo desconhecimento do sistema de triagem de Manchester e de quem executa essa mesma triagem(os enfermeiros). Ao contrário do que diz, a nossa (Portugal) taxa de erros é inferior à de Inglaterra onde também são os mesmos enfermeiros a fazê-la e se acha que estes não têm competência para tal sugiro-lhe informar-se melhor e passo a citar...
"A decisão de ser um enfermeiro, e não um médico, a realizar esta triagem tem a ver com a eficácia de cada uma destas classes profissionais a este nível. “Está provado que os enfermeiros têm melhor competência neste tipo de trabalho, que tem a ver com uma análise da gravidade das manifestações, enquanto que o médico está mais predisposto a fazer um diagnóstico em profundidade”, refere Rui San-bento. Aliás, isso mesmo foi confirmado pelos resultados obtidos por médicos e enfermeiros nos cursos realizados – com os enfermeiros a demonstrarem uma clara superioridade neste domínio."
E depois refere..."outros profissionais a quem foram atribuidas funções parecidas com as dos médicos e só por isso é que agarraram essa possibilidade..."
Por favor... não mostre mais declarações desse tipo... é que fico com isto na mente: Nunca discutas com um idiota, porque primeiro arrasta-te para o seu nível e depois ganha-te por experiência
CC deve ter passado o fim de semana a preparar-se para este grande derby.
O que eu lhe aconselho é tranquilidade. Muita tranquilidade.
E desejo que tenha melhores resultados que o meu Sporting.
Para onde vai a saúde?
Resposta óbvia: Para os grupos privados.
Há quem , eufemisticamente, lhe chame refundação do SNS.
Por falar em idiotices...
Não me move qualquer intuito de polémica serôdia com quer que seja, muito menos com fundamentalistas cegos.
Como nota prévia e para esclarecer vos digo que o tema Serviços de urgência sempre esteve nas minhas preocupações profissionais e falo dele com conhecimento de causa, pois vivo intensamente aquilo que se passa na instituição em que trabalho. Há mais de 20 anos que trabalho no sector e assisti aos mais variados ensaios de resolução deste problema.
O chamado Sistema de triagem de manchester apenas serve como sistema de ARRUMAÇÃO de utentes com as consequências por demais evidentes. E não é só o caso de Aveiro.. pois, só se fala porque a comunicação social o trouxe à baila !
Todos nós temos conhecimento de muitos outros casos e não estou a culpar o famoso sistema porque sei que teriam acontecido noutras circunstâncias, pois é toda a filosofia dos SU que está em causa. Só falamos do S de Manchester porque nos foi apresentado como a panaceia que iria resolver todos os problemas do SU ( atendimento atempado, hospitais free paper, etc...). É só ver as páginas da net de todos os hospitais com o sistema.
Um bom sistema é aquele que resolve efectivamente os problemas para os quais foi pensado e que depois no terreno é bem aplicado e monitorizado e não imposto e em constante experimentação, tipo navegação à vista.
Se o sistema é indubitavelmente tão bom , seria interessante que os seus defensores nos explicassem porque é que para passar uma simples receita, temos de clicar quase uma dezena de vezes, até ao resultado final.
E insisto, se toda a gente diz ( até o senhor ministro da saúde )que uma grande maioria dos episódios de urgência não são verdadeiros , então e como consequência lógica, a percentagem de atribuição de cor azul deveria reflectir essa realidade e não ser residual ( menos de 1% )... Penso que já respondi parcialmente a isso ( para incómodo de alguns ,mas que não podem esconder a realidade do dia a dia..), mas outra das razões, para tal, tem a ver com a angariação de taxas moderadoras de acesso á urgência , exames e análises. Fonte de receita a não perder pelos hospitais.
É evidente que já havia recursos informáticos no terreno e que poderiam ser rentabilizados e melhorados ( refiro-me ao SAM...), mas outros negócios se levantam.E afrontar grandes negócios é incomodativo.Falta como sempre coragem politica para assumir as opções correctas. Portanto nós profissionais temos de utilizar os utensilios que nos dão... MAS NÃO SOMOS CARNEIROS...
Há que ter sempre em mente o provérbio chinês : não sirvas a quem serviu nem peças a quem pediu...
Quanto à próxima actuação do senhor ministro logo à noite no prós e contras... vai ser mais um dejá vue, um remake esgotado. Vai tentar convencer-nos que uma ambulância é mais cara que manter em funcionamento um SU, que só pensa no bem estar dos doentes , que gasta milhões com esse fim,e como o ouvi dizer uma vez : vão-se os anéis ... etc...
A situação que vive o H. de Aveiro a emenda parece ser pior do que o soneto...
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Começam a chegar os reforços, ainda sem número definido, no entanto, segundo os responsáveis, os necessários para asseguar o serviço.
Alguém suporta este tipo de informação do tipo "não me comprometas"?
Depois a modificação do STM.
A partir de hoje às 08h00, entrou em funcionamento o sistema STM-ml!
Não! não é uma deriva marxista-leninista. É o sistema de Manchester (modificado [m] - ligeiramente [l]).
Assim, ..."os doentes referenciados com a cor amarela (urgência intermédia), na primeira triagem feita pelos enfermeiros, passam a ser vistos por um clínico geral antes de serem encaminhados para os especialistas, se for caso disso" JP 07.01.08, pág.10.
Jorge Luis Borges escreveu sob temáticas metafísicas, filosóficas mitologicas e interessantíssimas, narrativas, onde realça o fantasioso e o absurdo ("delírios do racional")
Versou, ma vez, sob o tema da morte.
Disse:
"A morte usa-me incessantemente".
Hoje, a malograda anciã se, por milagre, voltasse a entrar na Urgência, podia reclamar o mesmo à Administração do HIP. Mas, não vai ser assim. Até porque não há milagres.
Mas, é certo e sabido que, muita gente, vai usar esta morte...
Ah! Jorge Luís Borges como sabias?
- Corria-te nas veias sangue português...
O DEBATE (IMPERFEITO)
O debate decorreu no meio de alguma balbúrdia onde, fundamentalmente, se degladiaram sectores técnicos especializados da área da Saúde e pelo meio a esperada colherada bairrista, ou caciquista, do poder autárquico.
O Ministro pairou como um ser etéreo debitando números, acordos, falando com siglas, que os presentes no debate compreendiam, acordavam ou divergiam, mas os residentes em Anadia e arredores, nada entendiam.
Não ficamos exactamente como estávamos, explicitou-se algumas opções políticas (tardiamente), ganhou-se pouco, mas ficou a sensação (ou a convicção) de que há consenso na necessidade e na urgência da reforma.
E, para já, só isso. O que parecendo pouco, não será.
Finalmente, foi notória alguma reserva ou apego à confidencialidade da organização da emergência pré-hospitalar (INEM) e um silêncio sepulcral sobre os CSP's, frequentemente questionados e responsabilizados pela crise das urgências/emergências/situações não urgentes mas agudas, salvando-se umas 2 ou 3 referências (por parte do MS) às USF's.
Queria, no entanto, salientar duas participações:
Uma, pela negativa mostrando um total desfasamento e desconhecimento do SNS - do Dr. Artur Osório;
Outra, pela positiva e diz respeito à participação do Dr. José Manuel Almeida, membro da Commissão Técnica, que foi explicito nas suas intervenções, claro nos conceitos, revelando um profundo conhecimento do dossiers e uma competência técnica que não pode ser desbaratada.
Inclusivé, a sua resposta directa às interrogações do PR levou, a que a reunião terminasse com um ambiente de entrosamento civico e audíveis profissões de fé na reforma da saúde.
Assim, seja.
Um remoque final:
Não acho necessário explicitar ou particularizar a particpação de outros intervenientes, incluindo o Prof. Correia de Campos e o Prof. J M Silva que, estando presentes e activos, não se destacaram.
Só um pequeno apontamento.
CC e JMS têm visíveis dificuldades no entendimento mútuo que dificilmente conseguem disfarçar.
Ao terminar do programa CC ficou muito incomodado com uma tentativa de interrupção de JMS, que para quem estava atento e percebeu a "boca", havia toda a justificação.
O MS começou e continuou, durante o programa, a prometer para o H. de Anadia diversas requalificações, entre elas, uma Unidade de AVC's.
O Prof. Litério Marques não sabe, em concreto, o que isso é. Provavelmente, o Sr. Ministro, também não. Puseram-lhe no papel à frente.
Por se soubesse teria de anunciar a par da nova Unidade de AVC's, pelo menos mais 2 coisas:
1 TAC + 1 equipa de neurologistas.
Mas isto é um pormenor.
Conclusão:
Já vi (li) debates mais vivos, consistentes e mais profundos no Saudesa...
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