sexta-feira, janeiro 4

PPP 2007


(...) O ano de 2007 trouxe ainda uma péssima confirmação: O governo vai levar por diante a entrega de mais dez hospitais públicos aos grupos privados. Para já, em 2008 e 2009, são quatro as quatro PPP (parcerias público-privadas) : Cascais, Braga, Vila Franca e Loures. É um grande negócio em dinheiro e em tempo: são contratos por 30 anos. Os privados esfregam as mãos de contentes perante a expectativa de grande lucros. Grandes e fáceis, já que com o estado a pagar o negócio é garantido, não há qualquer risco para o capital investidor. As PPP saem mais caras ao estado mas permitem que o governo vá anunciando e prometendo novos hospitais por esse país fora sem se comprometer nem com o respectivo financiamento nem com qualquer prazo para a sua construção e abertura. Novo hospital em Faro? Outro em Évora? Mais um para Gaia? E outro em Lisboa? Mas quando? Bom isso é com os grupos privados que ganharem os concursos e como são tudo processos muito lentos, o governo não pode garantir nada (uma PPP demora mais ou menos 4 a 5 anos a preparar e mais outro tanto a construir e instalar...). Toda esta propaganda sairá muito cara aos cofres do estado...

Em 2007, as PPP constituem uma grande nódoa da governação socialista.
João Semedo

Etiquetas:

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Eu, também não nutro grande simpatia pelas PPP, aliás a morosidade com que tem decorrido, demonstrará as dificuldades inerentes ao processo português, prazos longos, reclamaçãoes, veja-se o ano de lançamento dos concursos de Loures, Cascais, Vila Franca e Braga e o actual estado dos concursos. Aliás a única a funcionar desde o 1.º semestre de 2007, e que se assemelha a um Hospital, é um contrato pequeno, Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, e não deverá ter sido um mau negócio a pensar nas dificuldades humanas sentidas nesta área em recursos humanos e as dificuldades conhecidas para pôr a funcionar o Centro de Medicina de Reabilitação do Centro, o outro é o Call Center, Saúde 24 horas, contrato de outra natureza e que (a mim) não me parece de todo mal que tenha sido feito em PPP, mas entendo que o Governo (actual) as tenha mantido e até percebo que para o Ministério das Finanças (este ou outro) este processo seja interessante uma vez que são conhecidos antecipadamente os valores a serem dispendidos nos contratos, estabelecidos através do Estudo Estratégico-Financeiro e o Custo Público Comparável, e no actual modelo o Contrato protege o Estado das circunstâncias não acauteladas no contrato tipo do Amadora-Sintra, vamos a ver é qual a capacidade que os privados terão para cumprir os valores contratados, sobretudo na área dos recursos humanos, médicos e de enfermagem, mantendo os parâmetros de qualidade (basta ver as dificuldades de contratação encontradas na área de enfermagem sénior no Amadora-Sintra ou nas dificuldades em contratar médicos a um preço aceitável, a maioria dos actuais especialistas trabalha por conta própria na privada (onde cobra somas muito elevadas) e no público (para aconchegar a aposentação e os direitos). Mas é público está em despacho do MS em Diário da República, que o novo Hospital de Todos os Santos em Lisboa e o novo Hospital Central do Algarve, serão PPP infra-estruturais (apenas para a construção sendo a gestão pública), no formato de Entidade Pública Empresarial, sendo conhecidas declarações públicas do MS, quer para o Algarve quer para Lisboa, que no 1.º semestre de 2008 serão iniciados os processos concursais destes novos Hospitais.http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MS/Comunicacao/Intervencoes/20071221_MS_Int_Hospital_Todos_Santos.htm, http://www.arsalgarve.min-saude.pt/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=
1496&Itemid=62
Resta saber se este ou outro Governo manterão a mesmas opções para os restantes hospitais.

11:52 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

A totalidade do escrito de João Semedo - e não só as questões relativas às PPP's - constitui, no meu entender, uma interessante e pertinente visão do estado da Saúde em Portugal.

Política, como é óbvio e deve de ser.

1:46 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home