Comunicação Social (4)
Confesso que fiquei surpreendido com os comentários carregados de emoção do Tonitosa e do É-pá ao caso divulgado pela SIC sobre um pedido de socorro da freguesia de Castedo link link
Sobre esta matéria são esclarecedoras as intervenções dos participantes do programa “Negócios da Semana” (25.01.08) (CC, Jorge Varanda, PPB e a eng.ª Isabel Vaz): link
a) Foram reunidos todos os meios e recursos havendo, ainda, muito trabalho a desenvolver na articulação INEM/bombeiros (CC) ;
b) Por melhor que seja o investimento, formação e organização do sistema de emergência pré hospitalar haverá sempre incerteza. Qual é o nível de segurança da rede de emergência que devemos desenvolver, face ao grau crescente de intolerância e de crítica das populações (PPB);
c) Qual o grau de garantia que o sistema nos deve dar? O MS deve desenvolver a certificação das entidades que intervêem na rede de molde a assegurar a sua garantia formal. (Jorge Varanda);
d) A análise casuística dá-nos sempre uma visão distorcida do funcionamento do sistema, a qual só pode ser percepcionada nos grandes números. O que não interessa ao Estado não interessa aos Privados. Nestes casos, aos privados apenas interessa os atendimentos de conveniência (IV);
e) Evolução da situação de emergência entre 2004 e 2007: n.º chamadas dia/CODU (112): 2.740 (04) / 4.130 (07); n.º saídas /VMER: 37.000 (04) / 56.000(07); ambulâncias / INEM: 57.000 (04) / 109.000(07); ambulâncias dos bombeiros: 246.000 (04) / 353.000 (07).
a) Foram reunidos todos os meios e recursos havendo, ainda, muito trabalho a desenvolver na articulação INEM/bombeiros (CC) ;
b) Por melhor que seja o investimento, formação e organização do sistema de emergência pré hospitalar haverá sempre incerteza. Qual é o nível de segurança da rede de emergência que devemos desenvolver, face ao grau crescente de intolerância e de crítica das populações (PPB);
c) Qual o grau de garantia que o sistema nos deve dar? O MS deve desenvolver a certificação das entidades que intervêem na rede de molde a assegurar a sua garantia formal. (Jorge Varanda);
d) A análise casuística dá-nos sempre uma visão distorcida do funcionamento do sistema, a qual só pode ser percepcionada nos grandes números. O que não interessa ao Estado não interessa aos Privados. Nestes casos, aos privados apenas interessa os atendimentos de conveniência (IV);
e) Evolução da situação de emergência entre 2004 e 2007: n.º chamadas dia/CODU (112): 2.740 (04) / 4.130 (07); n.º saídas /VMER: 37.000 (04) / 56.000(07); ambulâncias / INEM: 57.000 (04) / 109.000(07); ambulâncias dos bombeiros: 246.000 (04) / 353.000 (07).
13 Comments:
Caro Xavier:
O caso de Castedo / Alijó / Favaios / CODU / INEM, não me trouxe qualquer tipo de emoção.
Ando nisto há 35 anos e praticamente nada me surpreende e só excepcionalmente me emociono.
Este caso funcionou, antes, como uma revelação. Não mística mas a visualização (a audição) de algo estava escondido, escamoteado e que todos supunhamos existir. Isto é, o MS fechou o SAP em Alijó e não testou as respostas alternativas, como era sua obrigação, melhor, como era da sua inteira responsabilidade.
Não há volta a dar a esta situação, nem sequer em concílios sobre "negócios da semana":
1.) Para CC, o facto de reunir todos os meios e recursos disponíveis - o que ainda não foi averiguado - serve para esconder o cálculo do risco que devia de preceder a decisão de fechar.
2)Para PPB, o nível de segurança da rede - ou melhor dos pontos de rede - não devem ser tecnicamente aperfeiçoados, equipados, testados e validados. Devem ser dimensionados e criados de acordo com a capacidade de tolerãncia económica . O busilis está em duas coisas: a intolerância das populações e o dinheiro é finito.
Uma urgência deve assim como uma aula aula de economia no campus de Campolide.
Mas PPB adiantou, ainda, outra máxima - que merecia um ciclo de estudos universitários - mais ou menos isto: "ninguém é perfeito!"
3.) O deputado Jorge Varanda, um político do Norte, gestor de profissão, quer a certificação e garantias do sistema... fundamentalmente no Minho (Braga).
Nada a favor de CC.
4.) Finalmente, a Engª Isabel Vaz não quer colar-se à análise casuística do sistema.
E faz bem!
Foi essa análise - casuística - o leitmotiv que levou CC ao encerramento precoce e atabalhoado de serviços, sem ter criado e testado alternativas.
Se o chefe dos B. de Alijó não estivesse em casa... presumo que sonhando ou adivinhando...
Caro Xavier:
Os participantes do programa não podiam esclarecer nada. Jogam uns contra os outros. Eles são peças do mesmo tabuleiro xadrez:
só que uns são peões, outros bispos, outros cavalos, outros torres..."comem-se" uns aos outros.
E o rei - nem mesmo multiplicando-se em posicionamentos e delarações - tem impedido sucessivos xeques à rainha (SNS).
Ainda, não foi, dado o xeque-mate.
Mas a linha defensiva está cada vez mais frágil.
Tem de concordar que nesses - "negócios da semana" - seria melhor, não incluir o "mercado das urgências". Existe?
E, se acaso decidirem discutir nesse âmbito, para não teorizar tanto, deviam incluir alguém com experiência em urgências ou emergências (é que existem!).
Isso, provavelmente, reforçava as defesas... ou, pelo menos, adocicava a macabra ideia de que a morte de homem em Castedo, se enquadrava em negócios, da semana, do mês ou do ano.
Não consigo descortinar onde viu nos meus comentários "emoção".
O meu 1º. comentário sobre este assunto está no post "Disgusting (2)" e classifica o sucedido como dificuldades enquadráveis num "mundo felliniano", isto é, entre o sublime e o grotesco.
Neste caso, o grotesco.
Caro Xavier:
A situação perclitante que CC vive - não vale a pena assobiar para o lado ou desdobrar-se em conspirações - não se deve à comunicação social.
Não torne isso uma obcessão, nem veja, aí, um complot que parece vir perseguindo o bologue desde o Ano Novo (2008).
As dificuldades são políticas e, infelizmente para CC, surgem-lhe de todos os lados.
Acicatar a comunicação social - como tem feito, a conselho de quem?- não será uma boa aposta.
O próximos tempos o dirão. A defesa do SNS, para desgraça do que defendo e sempre defendi, já não é possível fora de compromissos. Razoáveis ou maus? Para mim, ... sempre maus.
No Oriente era comum o monarca mandar decapitar o mensageiro portador de más notícias. Esses hábitos, com a velocidade que a informação hoje corre, seriam uma verdadeira chacina.
Correria, escorreria(?) um rio de sangue pelas escadarias da João Crisóstomo...
Caro E-pá
Eu já tinha ouvido dizer que a língua portuguesa era muito traiçoeira. Fico agora a saber que o Google também o é.
Vi, na quinta-feira, os Negócios da Semana. E hoje leio, intrigado, que o Jorge Varanda é um político do Norte, deputado e gestor de profissão.
Como conheço o que lá esteve e desconhecia que era do Norte e deputado, fui ao Google, para tentar saber mais.
E o que sucedeu? Deparei, logo na primeira entrada, com um Jorge Varanda.
Que é, efectivamente, deputado do PSD, eleito por Braga, licenciado em Direito e gestor de empresas. Só que, azar seu, não é o Jorge Varanda que esteva na SIC Notícias, na quinta-feira.
E como o Jorge Varanda, de que o E-pá fala, tem a fotografia no site do PSD, para onde é encaminhado quem “clicar” naquela entrada, pode verificar que é muito diferente do Jorge Varanda que esteve na SIC e sugeriu ao Ministro a certificação do...INEM.
Caro E-pá: aqui para nós, que ninguém nos ouve, o Senhor assistiu mesmo ao programa?
Caro brites:
Claro que não vi o programa!
E, mais, nunca disse que o tinha visto!
O comentário é feito directamente
sobre o texto do post do Xavier (onde cita a minha estranha emotividade) e onde sumariza as prestações (que tomei por boas) dos intervenientes no referido programa.
Aparentemente, essas prestações, deviam esbater uma pretensa emotividade da minha parte na análise acontecimentos recentes na Saúde. Não as valorizei.
Nem sequer o "link" para o referido programa accionei.
A minha resposta era e foi centrada em emotividades ou se quiser em racionalidades.
Que em nada teriam a ver com conciliábulo nos "Negócios da Semana".
E o Varanda que, institivamente enquadro em negócios, é o deputado do PSD de Braga.
Só isso!
Este "quiprocó" em nada modifica o sentido do meu comentário.
Correia de Campos é um ministro da Saúde acossado. Para toda a oposição, tornou-se um dos alvos a abater - juntamente com Mário Lino, “queimado” pelo “deserto” da margem sul - não porque esteja demonstrado que a sua política é errada, mas apenas porque se criou essa ideia. E essa ideia fez o seu caminho em parte por culpa própria do ministro, que não quis, ou não soube, explicar em devido tempo a natureza, os objectivos e o alcance das delicadíssimas mudanças que se propunha fazer no sistema nacional de saúde.
Com o encerramento de blocos de partos, de serviços de atendimento permanente e das urgências de alguns hospitais, Correia de Campos deixou que se formasse uma bola de neve de descontentamento, que agora o ameaça, enquanto rosto de uma política de saúde impopular. E que abala negativamente a imagem do Governo, a ponto de, a haver alguma remodelação, dificilmente se entender que permaneça no Executivo. Permitiu que se instalasse a ideia de que é um ministro insensível numa área sensibilíssima, um ministro que fecha serviços a esmo e deixa as populações inseguras e desprotegidas para poupar dinheiro ao Estado, lá onde ele deve ser menos dispensável.
Pode ser que esta imagem do ministro e da sua política seja verdadeira. Mas é sempre muito fácil e compensador, tanto para as oposições como para jornalistas e comentadores, atacar um governante sem descer ao ponto de demonstrar que a sua política está errada e só porque muitos portugueses consideram ter dele razões de queixa. E, a partir do momento em que o Presidente da República sublinhou, na sua mensagem de Ano Novo, a necessidade de o país perceber a política de saúde, isto é, a necessidade de o Governo a explicar, o ministro da pasta tornou-se o bombo da festa das oposições.
Ora, não há dúvida de que, em termos de comunicação das suas políticas e de atitude perante as resistências que tem enfrentado, o ministro falhou redondamente. E no meio do barulho das manifestações locais comandadas por autarcas e concebidas para as televisões, ninguém - nem mesmo os jornalistas - parece interessado em ouvir o que ele tem para dizer. Mesmo quando diz coisas inesperadas, que desmentem a ‘impressão’ geral criada pelos «media» e que, pela própria lógica dos «media», deviam ser notícias merecedoras de destaque. Coisas como esta: o encerramento de maternidades não veio aumentar o número de partos em ambulâncias. Contrariamente ao que é, quase de certeza, a opinião geral, o número desses casos tem diminuído nos últimos anos.
Mas o caso mais patente de muito oportunismo político e de alguma histeria mediática é o da morte do bebé da Anadia, que todos os partidos da oposição entenderam explorar até ao limite, procurando estabelecer uma relação de causa e efeito entre a política do ministro e a morte da criança. Mesmo depois de toda a gente ter percebido que o bebé estava morto quando foi assistido e que, como o próprio pai explicou com desarmante serenidade, a assistência foi tão rápida que não tem nada a apontar. A não ser a ausência de um milagre que pudesse trazer-lhe o filho de volta.
Contra a avalancha de críticas fáceis e não raro pouco sérias a uma política de saúde que, de facto, não está devidamente explicada, é preciso dizer que o oportunismo político e a demagogia sem freio ficam mal a quem os pratica. Seja no Governo seja na oposição.
Fernando Madrinha,expresso n.º 1839 de 26.01.2008
Como digo no meu blog http://guimaraes2-observador.blogspot.com/, o problema principal não é, neste caso, o ministro nam o INEM.
O problema é um país em que toda a protecção civil é assente em voluntários de indubitável entrega e boa vontade, mas a quem o Estado não oferece os meios mínimos para actuar.
Quem pagaria os profissionais para estarem de serviço à noite em Alijó?
A culpa desta situação já vem desde a Idade Média.... Desta vez, a culpa do governo é de ser o último a apanhar com a porta!
Xavier,
A sua referência à emoção do(s) meu(s)comentário(s), como bem se percebe, contém uma certa dose de ironia. E ao assumir essa ironia não me surpreende, acredite. E nem a considero ofensiva.
Mas meu caro amigo, a SIC, e a restante comunicação social, desigandamente a rádio, prestaram um serviço público aos Portugueses, pondo a nú as fragilidades do socorro aos doentes com recurso a ambulâncias (do INEM ou dos Bombeiros). E mais um serviço público foi prestado pela comunicação social ao revelar a "alta" a um doente do HVR, que acabou por ser levado de táxi para casa (com tratamento abaixo de cão!)para logo depois voltar ao hospital onde morrera de seguida.
E como o Xavier bem se lembrará, eu próprio relatei um caso onde um doente (mais de 75 anos)foi remetido para o SU de um hospital, com paralização de movimentos e algumas horas depois foi remetido para casa tendo que ser deslocado em cadeira de rodas, não tendo sequer permanecido "sob vigilância" (Vale do Sousa).
E, Xavier, permita-me a franqueza: não fôssem esses comentários que classifica de "carregados de emoção" e tais casos não seriam (como de certo modo não foram) notícia aqui no Saúde SA!
Enquanto comentador do Saúde SA, não pretendo, nem nunca pretendi, exibir aqui conhecimentos científicos, mais ou menos elaborados, expostos de forma mais ou menos "doutoral", quiçá fruto de mais ou menos horas de pesquisa sobre os respectivos temas.
Sempre entendi que um Blogue aberto ao debate como este, visa sobretudo colocar a debate "as questões práticas da Saúde", as nossa vivências diárias ao lidarmos com o Sistema, enquanto "Direitos dos Cidadãos" e obter, sobre essa prática o conhecimento e a experiência de técnicos do sector (e não só) que permitam melhor compreender os factos.
Porque de "teoria" todos sabemos muito; como o demonstram os inúmeros textos aqui publicados.
E também no Saúde SA já se demonstrou que não foi por falta de "ilustres técnicos e professores a dirigir o SNS e os HH) que chegamos onde estamos hoje.
Para mim, o mais importante é assumir a crítica séria (ainda que discordando de outros) dos factos que se vão sucedendo. As soluções estão há muito estudadas e dia a dia nos chegam novas ideias. O difícil é pô-las em prática de forma o mais correcta possível. E o problema é sobretudo aplicá-las de forma errada e muitas vezes sem termos em conta a realidade existente no momento e no espaço (ignorando a realidade social).
E, contra esses factos, que infelizmente se vêm sucedendo em demasia, aqui continuarei com os meus comentários "por mais emocionados" que possam ser considerados.
Um abraço.
Gostava de saber em que é que o facto de o SAP de Alijó afectou o desfecho deste caso. Caso se mantivesse aberto iria mudar algo? Não iria ser fatalmente igual o desfecho deste episódio?
Caro é-pá,
A minha expectativa era uma análise menos casuística, mais aprofundada. Como os convidados do referido programa conseguem a espaços.
O que ressalta fundamentalmente das gravações é um Portugal muito atrasado, muito "fora do nosso tempo".
Contra isto as dificuldades a transpor são enormes.
CC promete muito trabalho.
O trabalho fundamental a desenvolver devia ter sido do ministério da educação. De há vinte anos a esta parte.
Antigos ministros da Saúde convergem na necessidade de um debate sobre o SNS
Em que ficamos? A política de Saúde deste Governo está a descaracterizar o Serviço Nacional de Saúde, como acusa António Arnaut? Ou, pelo contrário, está a salvá-lo, como sustenta Correia de Campos? Estarão os dois a pensar no mesmo quando pronunciam a sigla SNS? Sem margem para dúvidas, o SNS que se instituiu em 1976 era radicalmente diferente do que vigora hoje, trinta anos depois. Entre os ex-ministros da tutela, quer do PS quer do PSD, impera o consenso: não fazia mal nenhum, pelo contrário, em debater abertamente a questão.
Maldonado Gonelha vê no momento que vivemos “uma oportunidade” para “repensar o SNS, à semelhança do que se fez com a Segurança Social”. “Há uma série de medidas que estão a ser tomadas e que não estão a ser compreendidas”, admite, reconhecendo a existência de “um preconceito ideológico” na abordagem do assunto, mas sugerindo um debate organizado: “Pode ser um Livro Branco”.
Arlindo de Carvalho, actual coordenador do PSD para a Saúde, anuncia ao Expresso que está a preparar uma série de reuniões (que culminarão no final do ano numa convenção) exactamente sobre o SNS - “uma conquista que não pode ser posta em causa”. Assume, porém, que isso não é incompatível com “modernizar o seu funcionamento, olhar para as tendências europeias”. É “fundamental”, avança, a separação das funções de prestador (que o Estado deve ser cada vez menos) e pagador.
Paulo Mendo, que lhe sucedeu no lugar, ainda no tempo de Cavaco, continua um entusiasta do SNS: “É o melhor serviço público que temos”. E recusa mexidas na Constituição a este respeito: “Deixem-na sossegadinha”. Reconhecendo que todos os dias surgem concepções “muito diferentes” do que é ou deve ser o SNS, pugna por um debate que faça “o ponto da situação, o que queremos do SNS, como o queremos financiar”, sem resistir a um remoque a Correia de Campos: “Não é política de Saúde, é política contabilística”.
Maria de Belém Roseira, presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, é cautelosa nas palavras. Lembrando que no seu tempo promoveu um debate sobre o tema, reconhece que esta é uma discussão “difícil”, precisamente porque “marcadamente ideológica”. Com certezas firmes quanto ao papel “fundamental” do Estado no SNS - “Não pode ficar descapacitado de intervir” -, advoga que “tem de ser tudo muito explícito”.
É a Manuela Arcanjo que cabem as apreciações mais duras. A ex-ministra de Guterres chama os bois pelos nomes; “O que se está a fazer é uma coisa, o que se diz é outra”. Vendo uma “tendência pró-liberal deste Governo (que “decidiu pôr a sustentabilidade das finanças públicas em primeiro lugar”) nas áreas sociais”, recusa o conceito de que o SNS devia ser para os mais desfavorecidos e não esconde a sua preocupação com o que se passa na saúde: “Para os portugueses é verdadeiramente mau”.
expresso 26.01.08
Caro É-Pá
Não lhe fazia nada mal ver o "Negócios da Semana" de 25.01.2008, ouviria, como cita o Xavier, a Eng.ª Isabel Vaz desmontar os argumentos aqui defendidos por alguns: que os privados desatariam a abrir Maternidades (Chaves),Urgências (Mirandela,Régua)etc.. Veria o seu ar sereno a classificar a reorganização das urgências como um passo para a qualidade assistencial, e adizer que aos privados pode interessar consultas de conveniência, tipo SAP, talvez por isso alguns não queiram que as USF's se reproduzam (roubam essa fatia de mercado aos privados)recomendável para aconselhar ao António Arnaut, Manuel Alegre e talvez mesmo ao João Semedo. Fiquei a perceber melhor porque acha que eu passo a vida citar um "chorrilho" de estatísticas para estribar as minhas opiniões, é que pelos vistos o meu caro amigo opina sem conhecer a matéria substantiva sobre a qual opina, e diletante sou eu. Quanto ao Dr. Jorge Varanda do programa é Administrador Hospitalar, foi passou pelo Hospital Termal das Caldas da Rainha, passou pela Direcção da APAH, foi Adjunto do Encarregado de Missão da Unidade de Missão dos Hospitais SA, o dr. Mendes Ribeiro levou-o para Director Geral do Centro de Medicina de Reabilitação de São Brás de Alportel, de onde foi recentemente dispensado após a saída forçada de Mendes Ribeiro do GPS.
Quanto aos comentários do ex-Ministros há dois que deveriam ter vergonha, Arlindo de Carvalho e Manuela Arcanjo a quem se devem ,muitas das "patifarias" realizadas contra o SNS, Arlindo de Carvalho, ocupou-se sobretudo com a tentativa de criar um seguro alternativo de saúde, seria vitalício e pago em parte pelo Estado (nem as companhias de seguros acreditaram); Manuela Arcanjo meteu na gaveta toda a legislação aprovada no mandato de Maria de Belém, sistemas locais de saúde, os Centros de Saúde de Terceira Geração, regime remuneratório experimental incluido, os centros de responsabilidade integrados, etc., decapitou a DGS, dispensando Constantino Sakellarides e a sua equipa. (hoje é acessora do Dr. Pedro Nunes)
Caro Avicena:
A sua apreciação da ex-Ministra Manuela Arcanjo é extremamente severa e envolta numa atitude de pesada revanche. Com isso desperdiça muitos tiros e perde equidade e independência, para a julgar.
Não usa da mesma bitola, dos mesmos critérios, para com outros ex-ministros, nem inclusivé para apreciar o trabalho do actual.
Será por ser, como diz, assessora de Pedro Nunes?
Olhe que dizer que Manuela Arcanjo:
"...meteu na gaveta toda a legislação aprovada no mandato de Maria de Belém, sistemas locais de saúde, os Centros de Saúde de Terceira Geração, regime remuneratório experimental incluido, os centros de responsabilidade integrados..." é perder a razão e a autoridade para criticar aqueles que agora - de modo também impróprio - dizem que CC está a "fechar tudo"...
E sobre Constantino Sakellarides, a sua equipa , o OPSS, será melhor ficarmos todos calados, não é verdade?
Neste momento, estou a ver quem é o Dr. Jorge Varanda. Foi um lapso da minha parte.
Por por razões pessoais e familiares, costumo passar algum tempo por S. Brás de Alportel e conheço o CMFR do Sul.
Só, por circunstâncias furtuitas. não conheço pessoalmente o Dr. Varanda. Mas isso não é importante.
A sua actual condição de "socialdemocrata - membro da Comissão de Saúde do PSD", é uma de certo modo uma surpresa e uma clarificação que faltava desde LFP - desde a UM das SA.
Fiquei, contudo, sem saber, se - em caso de uma improvável vitória do seu partido em 2009 - haverá a espectacular implosão do SNS, em 6 meses...
Caro Avicena:
As estatísiticas são importantes como instrumentos de trabalho. Mas as convicções e opiniões não estão obrigatóriamente assentes em concepções casuísticas. Uma coisa pode ser "muito e mediocre", outra será, p. exemplo, "pouco e excepcional".
Temos exemplos trágicos na História sobre esse método que não vou repetir, nem se aplicam à sua argumentação. Por exemplo, o Hamas ganhou as últimas eleições nos territórios palestinos ( X votos do Hamas contra Y votos da Al Fatha, sendo que X > Y).
Isso resolveu a questão palestina?
Aliás, aprecio a sua vontade a sua pertinácia e o seu voluntarismo de através, da casuística, mostrar trabalho.
Sobre a Engª. Isabel Vaz. Conhece o seu comportamento vivo e interventivo, com certeza.
Então como acreditou no seu "ar sereno a classificar a reorganização das urgências como um passo para a qualidade assistencial, e a dizer que aos privados pode interessar consultas de conveniência, tipo SAP, talvez por isso alguns não queiram que as USF's se reproduzam (roubam essa fatia de mercado aos privados)".
Há algo que não bate certo.
Já participou em alguma "batida de javalis" e reparou como no ar sereno e tranquilo dos caçadores nas portas ou portadas?
Avicena, só uma inquietante pergunta:
- Já ouviu falar na possibilidade de algumas USF's serem privatizadas?
O Decreto-lei n.º 298/2007 de 22 de Agosto, abre caminho a isso?
O Dr. Luis Pisco já terá aflorado isso?
Quer explicar isso, como recomendável, ou casuísticamente, para "aconselhar o Dr. António Arnaut, Manuel Alegre e talvez mesmo ao João Semedo" a terem juízo?
A situação do SNS não se resolve casuisticamente, nem com bom senso, nem sequer com dinheiro.
Isso é a continuação da abordagem pragmática que acabou por colocar ou levantar, neste momento, problemas de credibilidade, não ao SNS, mas às estratégias para a sua defesa e consolidação.
Não é MS que está em causa, já que perfilho a plena convicção que CC é um indeflectível apoiante do SNS. Poderá ser um general sem tropas, ou com tropas sem convicção suficiente para enfrentar a guerrilha liberal, que se divisa.
Em minha opinião, a actual encruzilhada do SNS (não vale a pena ocultar) resolve-se politicamente.
Resolve-se no âmbito das políticas sociais do Governo.
Por isso já assinei a petição em defesa do SNS, que está em curso!
Concordo totalmente com Avicena. Seria muito importante demonstrar com factos, com números e com estatísticas que está tudo a piorar. Os números e as estatísticas são importantes, principalmente quando se querem fazer comparações e avaliar resultados. Quanto à petição é apenas um corolário de boas intenções, fundamentada numa premissa que não considero provada: de que a reorganização das urgências em curso está a piorar a qualidade do serviço de saúde e que a política de Correia de Campos está a destruir o SNS.
Cara Sofia Loureiro dos Santos:
A petição não é ( não deve ser) um corrolário de boas intenções (de que o Mundo está cheio...)
Todos sabemos donde vimos. Basta olhar e conhecer os simbolos (A. Arnaut, M. Alegre, e outros).
A História colocou-nos na trajectória e na obrigação de nos interrogar-nos sobre uma outra coisa: sabermos para onde vamos.
É isso que a petição questiona.
É também a oportunidade de discutir, abertamente (fora das doutas comissões), o futuro do SNS, o caminho das políticas sociais, o sistema democrático.
É uma soberana chance de exercer a cidadania.
Tão pouco e tão importante!
Assim, como uma criança na praia:
Pai, porque é que o mar é enorme?
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