quarta-feira, janeiro 16

Encerramentos


A SIC decidiu também alinhar no que está a dar. Iniciando, a partir de hoje, uma série de trabalhos sobre os encerramentos da Saúde: “Sem urgências na terra. Problemas reais de populações”

"Vila Pouca de Aguiar contra ministro da Saúde" foi o título da primeira peça. Uma tentativa de registar o impacto do encerramento do serviço de urgência local, das 24h00 às 8h00 durante a semana e das 22h00 às 8h00 ao fim de semana e feriados, determinado por CC.link
A reportagem, conduzida com a habitual ligeireza, embora de forma correcta, tentou recolher os argumentos dos principais protagonistas do conflito. Não faltando o indispensável momento de dramatismo com o relato do caso de uma paciente que a SIC encontrou na sala de observações do centro de saúde que confessou estar doente há três dias, mas com medo de ser transferida para Vila Real, ter recusado a assistência médica até ao limite.
Uma coisa está garantida. Seja qual for a qualidade do trabalho a Saúde vende sempre.
Vila Pouca de Aguiar link

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4 Comments:

Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

A Saúde "vende" sempre, como a Segurança, a Educação, etc.
É o vasto campo social.
Cheio de sensibilidades, de melindres e de fragilidades.
Mas, temos de reconhecer, onde se entroncam as Humanidades (enquanto funcionam como meio ou veículo de promoção social, cultural e profissional dos cidadãos) e se não lutarmos, ou denunciarmos, podem instalar-se todas as crueldades e desumanidades.

Recordo-lhe um texto antigo (séc. XIX) de Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano' (1876), que vai ao encontro das suas preocupações.

RECLAMAR COM ESPALHAFATO

..."Pelo facto de uma situação de crise (por exemplo, os vícios de uma administração, a corrupção e o favoritismo em agremiações políticas ou eruditas) ser descrita com forte exagero, essa descrição perde, na verdade, o seu efeito junto das pessoas sensatas, mas actua tanto mais fortemente sobre as que o não são (as quais teriam permanecido indiferentes ante uma exposição bem comedida). Como estas, porém, constituem uma significativa maioria e albergam em si uma maior força de vontade e um gosto mais impetuoso pela acção, esse exagero torna-se pretexto para inquéritos, punições, promessas, reorganizações.
É nessa medida que é rentável descrever situações críticas em termos exagerados."...

Como pode ver, Vila Pouca de Aguiar, Anadia, Alijó, etc., não fogem à regra (de séculos).

O problema é que, paulatinamente, fomo-nos tornando mais sensatos, mais conformados, mais insensíveis.
Resta saber porquê. Pode ser mais importante do que questionar estas "reclamações exageradas". Não acha?

11:25 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Em relação ao fecho das urgências, é ou não verdade que só sabe conjugar o verbo fechar, como acusa o CDS?link

Isso é um soundbyte que não tem qualquer substância. Não estou a fechar serviços, estou a fechar de noite as consultas de clínica geral que havia em alguns hospitais e centros de saúde.

CC,entrevista à revista Sábado 10.01.08

3:50 da tarde  
Blogger e-pá! said...

A vida é assim.
Uns a fechar outros a abrir... satisfeitos, com um esgar de gozo.
Como lojas de pizzas...

HOSPITAL PRIVADO DE CHAVES DEVE ESTAR A FUNCIONAR NO FINAL DO PRÓXIMO ANO!

Investimento: 13,5 milhões €
Investidores: Casa de Saúde Guimarães (CSG) + Hospital Particular de Viana do Castelo (HPVC).

Localização: junto a um casino, um hotel e centro comercial...

50 camas, 30 consultórios e, ...
SERVIÇO DE URGÊNCIA ABERTO 24 HORAS TODO O ANO!.
Ainda um BLOCO DE PARTOS... e, por aí adiante.

in J Público, hoje, edição Local-Porto, pag. 27.

Porquê este "mercado emergente" e como e para aonde vai?

Não teremos de reflectir sobre isto?

7:25 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Em conferência de imprensa, o SEP informou ter recebido queixas de enfermeiros provenientes de Centros de Saúde que agoram asseguram as consultas abertas, criadas em locais onde foram encerradas urgências hospitalares.

Os enfermeiros afirmam não se sentir preparados para responder a utentes que, por exemplo, recorreram a consultas abertas em Peso da Régua com casos de edema da glote, choque anafilático, enfarte e intoxicação por organofosforado (uma substância tóxica presente por exemplo no pesticida 605 Forte).

«Espero que nem todos tenham sido tratados na consulta aberta. Mas a transferência para um serviço de urgência hospitalar depende sempre do médico e, se não houver essa decisão, o enfermeiro tem de agir sem ter competências para tal», afirmou a presidente do SEP, Guadalupe Simões.

A dirigente referiu ainda não haver registo de qualquer morte, mas responsabiliza desde já o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Norte por algum caso fatal em locais onde foram encerrados serviços de urgência e iniciadas consultas abertas nos moldes criticados.

As consultas abertas são asseguradas por médicos de clínica geral e familiar e por enfermeiros provenientes de centros de Saúde. Os enfermeiros que trabalhavam em urgências encerradas foram redistribuídos pelos vários serviços dos hospitais que centralizaram esses serviços.

«Depois do encerramento das urgências, surgiram nessas instalações ou noutras próximas as consultas abertas para falsear a própria decisão do ministro da Saúde e evitar contestações», comentou José Carlos Martins, do SEP, referindo que as populações continuam a recorrer a estes locais em alguns casos urgentes.

Além de Peso da Régua, os dirigentes do SEP enumeraram queixas provenientes do Fundão, Mirandela, Anadia, Estarreja e Ovar.

12:33 da manhã  

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